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Cultura

- Publicada em 28 de Novembro de 2017 às 08:10

Duvivier, Xico Sá e Maria Ribeiro discutem literatura com bom humor em Porto Alegre

Escritores falam sobre a vida e leituras nesta terça-feira, no projeto Você é o que lê

Escritores falam sobre a vida e leituras nesta terça-feira, no projeto Você é o que lê


ROBERTO PONTES/DIVULGAÇÃO/JC
Luiza Fritzen
Em uma conversa descontraída e dinâmica, os escritores Maria Ribeiro, Gregório Duvivier e Xico Sá falam sobre literatura no projeto Você é o que lê. O encontro acontece hoje, a partir das 20h, no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), em Porto Alegre. Havia sessão agendada para Novo Hamburgo, mas foi cancelada. Os ingressos podem ser adquiridos ao custo de R$ 15,00 a R$ 30,00. Clientes que levarem um livro não didático têm direito a meia-entrada.
Em uma conversa descontraída e dinâmica, os escritores Maria Ribeiro, Gregório Duvivier e Xico Sá falam sobre literatura no projeto Você é o que lê. O encontro acontece hoje, a partir das 20h, no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), em Porto Alegre. Havia sessão agendada para Novo Hamburgo, mas foi cancelada. Os ingressos podem ser adquiridos ao custo de R$ 15,00 a R$ 30,00. Clientes que levarem um livro não didático têm direito a meia-entrada.
A ideia de reunir os três representantes da atual cena cultural brasileira partiu de Evelyne Lessa. O primeiro bate-papo aconteceu na Livraria Cultura, em São Paulo, no ano passado. Como conta Duvivier, a proposta é de "trazer a literatura para perto das pessoas, ocupar livrarias com reflexão e pessoas falando e pensando literatura de forma despretensiosa". Para Maria Ribeiro, o foco é "desmistificar a leitura como algo pomposo, nobre, a gente quer mostrar que ler é divertido e que SMS também pode ser literatura, sem polarizar o livro do mundo digital que a gente vive".
No País, o índice de leitura ainda é muito baixo. Dados da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada em 2016, apontam que o brasileiro lê, em média, 4,96 livros por ano. O hábito de ler é apenas o 10º na lista de preferências quando o assunto é lazer. Para Maria, a situação só melhoraria com educação, e isso começa nas escolas. "Fui muito estimulada pelos professores, mas com professores ganhando mal e a escola pública do jeito que está, fica difícil a situação mudar no brasil", reflete. Já Duvivier acredita que "mais do que incentivar a quantidade de leitura deve-se incentivar a qualidade. A interpretação de texto talvez seja, para mim, a nossa maior lacuna". Segundo ele, o leitor brasileiro é passivo, não questiona e não entende as outras camadas.
Sem seguir um roteiro, o bate-papo inclui interação com a plateia, como explica Maria. "Nossa ideia é estimular a leitura por meio não só das nossas dicas de livros e trocas com a literatura, mas também através do humor." Logo, são recorrentes no debate temas como redes sociais, política, sociedade e educação além da própria narrativa pessoal dos debatedores.
Maria Ribeiro, Gregório Duvivier e Xico Sá relatam como diferentes autores marcaram fases distintas das suas vidas e contribuíram nas suas trajetórias como artistas e escritores. A lista de Maria é variada e parte de Maurício de Sousa e A turma da Mônica; além de Monteiro Lobato, Machado de Assis, Milton Hatoum, Philip Roth, obras como Anna Karenina e a coleção Para gostar de ler.
Dos livros recentes, Maria Ribeiro indica O dono do morro, de Misha Glenny, leitura que ela julga "obrigatória para quem mora no Brasil". A obra conta como Antonio Francisco Bonfim Lopes, um jovem pai trabalhador, se transformou em Nem, o líder do tráfico de drogas na Rocinha. Lendo vários livros ao mesmo tempo, Gregório cita O palácio da memória e A vítima tem sempre razão. O autor, que também é colunista da Folha de S.Paulo, tem como referência cronistas que vão desde Ruben Braga até os atuais Antônio Prata, Tati Bernardes e Ruth Manus.
E se nós somos o que lemos, também somos o que escrevemos. Autora do livro Trinta e oito e meio, composto de crônicas e reflexões sobre a vida, Maria afirma que é aquilo que escreve, ao menos na maior parte das vezes. Isso porque, "às vezes, a gente coloca tintas mais fortes para ter dramaturgia, mas acho que o caráter, os valores da minha escrita, vêm de mim, não tem como ser de outro jeito", reforça.
Também com um canal no YouTube, o projeto Você é o que lê reúne, em vídeos curtos, recomendações e dicas de leitura de outros artistas, como Lázaro Ramos, Paulo Betti, Cacau Protásio, Rodrigo Santoro, Caio Blat, entre outros. Em mais de um ano de apresentações, Você é o que lê já passou por diversas capitais e festivais literários.
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