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Aviação

- Publicada em 09 de Novembro de 2017 às 21:46

Classe média invade os aviões entre a econômica e a executiva

Poltronas apertadas e com pouco espaço para as pernas estão sendo trocadas por outras mais confortáveis

Poltronas apertadas e com pouco espaço para as pernas estão sendo trocadas por outras mais confortáveis


/JOÃO MATTOS/arquivo/JC
Depois de estratificar a vida a bordo em apenas duas classes, as companhias aéreas estão ensaiando o retorno da "classe média". Na última década, boa parte das companhias aéreas norte-americanas e europeias aboliu a primeira classe em voos de longo curso, passando a oferecer para os passageiros de elite apenas a executiva, que ficou mais confortável, com poltronas que reclinam totalmente, nécessaire de grife e cardápio com assinatura de chefe renomado.
Depois de estratificar a vida a bordo em apenas duas classes, as companhias aéreas estão ensaiando o retorno da "classe média". Na última década, boa parte das companhias aéreas norte-americanas e europeias aboliu a primeira classe em voos de longo curso, passando a oferecer para os passageiros de elite apenas a executiva, que ficou mais confortável, com poltronas que reclinam totalmente, nécessaire de grife e cardápio com assinatura de chefe renomado.
Na outra ponta do avião, poltronas mais apertadas, em uma tentativa de recuperar as receitas perdidas no mercado corporativo com um aumento da oferta de assentos. Empresas como Delta Air Lines, Air France, Virgin, Qantas e New Zealand estão entre as pioneiras nessa nova classe, que tem poltronas diferentes da econômica e são um passo além em relação à categoria conhecida como plus ou conforto - espécie de elite da econômica, que geralmente oferece apenas uma distância maior entre as fileiras e que pode ser adquirida como um upgrade.
"Muitas empresas não pagam mais executiva ou primeira classe para seus funcionários, e a Premium Select é uma forma de atrair o mercado corporativo a pagar um pouco a mais", disse Steven Sear, presidente da Delta Air Lines, durante evento em Atlanta em que a empresa apresentou o novo Airbus A350 - configurado com três classes: econômica (Main Cabin), Premium Select e Delta One Suite.
Em um primeiro momento, a Premium Select e a Delta One Suite (com poltronas que se transformam em uma cabine privada, com portinha) serão oferecidas apenas nos A350, e, a partir de 2018, nos Boeing-777. Nos voos para o Brasil, a companhia seguirá voando com duas classes, oferece apenas o assento conforto como opção de econômica.
As novas classes do meio exibem um nível de serviço que remete às executivas de até uma década atrás, com poltronas que permitem dormir na diagonal (inclinação de uns 20 cm e apoio de pés). Mas elas preferem não serem chamadas de executivas para escapar das restrições das políticas de gastos corporativos com viagem. Premium é, portanto, a palavra da vez.
Na Delta, a Premium Select oferece ainda nécessaire de grife, fones de ouvido iguais aos do andar de cima e serviço de bebidas antes da decolagem. Assim como as novas executivas, a Premium Select também dá direito a filas prioritárias para check-in, raio X e embarque.
As restrições surgiram com a crise de 2008, quando houve uma demonização dos gastos com viagens corporativas, sobretudo nos EUA e na Europa. Um ano depois da crise, as viagens corporativas haviam caído 17% em todo o mundo, fazendo o segmento retroceder a números de seis anos antes, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).
Dados recentes mostram que a recuperação do volume de passageiros que voam de executiva segue em ritmo lento, à exceção de alguns mercados, como o de voos de e para a Ásia. Nos primeiros sete meses do ano, o volume de passageiros premium (termo usado pela Iata para classificar o passageiro de executiva ou primeira) ficou estável ante o mesmo período de 2016, representando 5,3% do total. A participação nas receitas teve uma pequena alta, de 26% para 26,3%.
A chileno-brasileira Latam Airlines está entre as empresas que aboliram a primeira classe, há três anos, promovendo um upgrade dos serviços da executiva, rebatizada de Premium Business. A velha executiva não chegava a reclinar totalmente, como hoje. Os passageiros da econômica podem pagar um adicional para voar com um pouco mais de espaço, na Espaço Confortos adicionais que não estourem o orçamento fazem sucesso entre a nova geração de executivos. "Há uma preocupação muito grande com o custo", diz Gervásio Tanabe, diretor executivo da Abracorp (Associação Brasileira de Viagens Corporativas).

Internet das Coisas chega a Congonhas e amplia controle

Tecnologia permite o acompanhamento de operações e movimentos

Tecnologia permite o acompanhamento de operações e movimentos


YASUYOSHI CHIBA/YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Um sistema baseado em Internet das Coisas que vem sendo instalado desde abril deste ano visa aumentar o controle sobre pessoas, veículos e equipamentos no aeroporto de Congonhas. Ele inclui o monitoramento de entrada e saída de funcionários e prestadores de serviço em áreas restritas (como as de embarque e desembarque), e de veículos e equipamentos (como escadas e geradores a óleo diesel) no pátio de pouso e decolagem.
Esse processo inclui a instalação de etiquetas equipadas com chips emissores de radiofrequência nos crachás de quem trabalha no aeroporto e nos objetos a serem rastreados. Até o momento, 13 mil crachás, 208 veículos e 400 equipamentos receberam a nova tecnologia, segundo a GTP, empresa participante do projeto. Esses sinais são captados por 17 antenas.
Para uma etapa posterior do projeto, que será finalizado em abril de 2019, está prevista a instalação de sensores que informam a quantidade e a temperatura de ativos como óleo diesel e água em reservatórios. O novo sistema deve trazer ganhos no dia a dia, como dar mais agilidade na hora de localizar o ônibus mais próximo para levar passageiros para o avião quando necessário, exemplifica Lucínio Baptista da Silva, engenheiro da coordenação de serviços técnicos da Infraero.
"Em vez de pegar no rádio qualquer um, é possível escolher o que irá atender melhor os passageiros", diz. Outra vantagem é o aumento da segurança do aeroporto. Isso porque o sistema deverá dar melhor controle sobre o acesso de funcionários, dificultar a retirada de equipamentos sem autorização e garantir que os veículos estão trafegando segundo as regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Também será possível coletar informações sobre o dia a dia do aeroporto e usá-las na hora de tomar decisões, como enviar mais funcionários para área onde há mais necessidade, por exemplo. Silva estima que 50% dos crachás de profissionais do aeroporto já estão adaptados ao novo sistema. A troca é gradual, depende de que o prazo de validade do crachá antigo, de dois anos, expire, para que ele seja trocado por um novo.
O novo sistema de monitoramento é resultado de um contrato de concessão de quatro áreas (pátio, acesso ao terminal, embarque e desembarque, e bagagens) para as empresas de tecnologia GPT e Eazycomm. Pelo contrato, com duração de 10 anos, além de pagamento pela outorga da área (de R$ 21 mil ao mês, mais um percentual do faturamento das empresas), as companhias ficam responsáveis por fazer os investimentos tecnológicos para a instalação do sistema, que foram de US$ 6 milhões.
Conforme o serviço é instalado, a Infraero e as companhias aéreas que atuam em Congonhas se tornam suas clientes. Outros planos para o aeroporto são a instalação de beacons, dispositivos que se comunicam com celulares a partir da tecnologia bluetooth, diz Luiz Araújo, diretor operacional da GTP. Com eles, será possível identificar a localização de passageiros dentro do aeroporto.
Além de ajudá-los a se localizar, a informação pode analisar seus hábitos de compra e envio de ofertas personalizadas das lojas do aeroporto. A nova infraestrutura também poderá ajudar no rastreamento de bagagens. Com as antenas instaladas no aeroporto, eventuais dispositivos de rastreamento fornecidos pelas companhias aéreas funcionarão com maior precisão, segundo Araújo.