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Opinião

- Publicada em 26 de Outubro de 2017 às 18:29

Parklets e a vida urbana inteligente

Paulo Henrique Rodrigues
As cidades são organismos vivos, em constante transformação, e a maneira como as construímos e buscamos o progresso influencia nossa qualidade de vida.
As cidades são organismos vivos, em constante transformação, e a maneira como as construímos e buscamos o progresso influencia nossa qualidade de vida.
Porto Alegre assiste atualmente a um dilema importante sobre a vida urbana. Seguindo o arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl, o enriquecimento do desenho urbano deve ser pensado a partir da escala humana. Nesse contexto, a prioridade dada aos carros é um dos principais inimigos.
É preciso levar em conta o convívio social, permitindo humanizar e repensar o ambiente. A decisão da prefeitura de Porto Alegre autorizando a instalação de parklets é exemplo de intervenções práticas e viáveis nessa direção. Se trata de espaços de lazer para pedestres que agregam decks, utilizando até duas vagas de estacionamento.
A ação foi experimentada com sucesso em São Francisco e Nova Iorque, onde constatou-se que a perda de duas vagas é amplamente compensada pelo aproveitamento de até 250 usuários diários.
Podemos considerar que a medida é redefinição de algo consolidado, a ressignificação de um comportamento, o que abre precedente para questionarmos outras verdades, até então absolutas: a malha urbana de Porto Alegre não teria potencial para oferecer quadras exclusivamente peatonais, com segurança e uso misto de comércio/habitação e serviços? A rua, afinal, não deveria ser somente lugar de trânsito para pedestres ou carros, mas sim um espaço de convívio.
Nos permitindo ir além: não seria possível um planejamento urbano que atenda às características específicas de cada bairro? Na Capital identificamos conjuntos de imóveis que configuram a vocação, história e estilo de vida do lugar em que estão inseridos. Cidade Baixa, Petrópolis, Menino Deus e Moinhos de Vento são alguns deles.
Planos locais poderiam estimular a sensação de pertencimento e preservar a memória coletiva. Aliado a isso, um melhor planejamento do poder público incentivando o restauro e a preservação do patrimônio histórico em focos escolhidos seria estrategicamente positivo.
Presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-RS)
 
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