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Opinião

- Publicada em 26 de Outubro de 2017 às 18:19

O Polo Carboquímico e o uso do carvão gaúcho

Dono de cerca de 90% das reservas de carvão do Brasil, o Rio Grande do Sul tem o mineral como uma de suas riquezas. Esse combustível fóssil já foi visto como solução de desenvolvimento para o Estado, especialmente para os municípios da chamada Região Carbonífera, onde a mineração e as usinas seriam parte importante da geração de empregos e riquezas.
Dono de cerca de 90% das reservas de carvão do Brasil, o Rio Grande do Sul tem o mineral como uma de suas riquezas. Esse combustível fóssil já foi visto como solução de desenvolvimento para o Estado, especialmente para os municípios da chamada Região Carbonífera, onde a mineração e as usinas seriam parte importante da geração de empregos e riquezas.
Entretanto, o carvão também é visto por alguns setores como vilão, apontado como causador de poluição atmosférica e outros prejuízos ambientais, além de contribuir para desencadear doenças respiratórias na população. O uso de tecnologias ultrapassadas associado à imagem da fumaça deixada no ar após a queima seriam o emblema dessa preocupação.
Nos últimos anos, houve grandes avanços tecnológicos, que permitem a otimização da energia gerada com a queima desse combustível fóssil e, ao mesmo tempo, minimizam o impacto ambiental causado. Missões do governo do Estado à Alemanha e ao Japão verificaram in loco o funcionamento de usinas que exemplificam essa nova realidade.
Por sinal, um dos investimentos que pode ser atraído ao Estado é a instalação de uma megausina termelétrica a carvão de 1.000 MW orçada em US$ 2 bilhões, a ser instalada na região do Baixo Jacuí - o município de Charqueadas é o principal candidato. Faltam parceiros que viabilizem a empreitada, que deve usar a tecnologia japonesa Ultra Super Crítica. Mas o potencial do carvão não está restrito a novas térmicas, que precisam passar por leilões de energia, entre outras etapas até saírem do papel.
Também se planeja a criação de um Polo Carboquímico no Rio Grande do Sul. Um passo importante para a empreitada foi dado nesta semana, como noticiou o Jornal do Comércio: a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei que cria a Política Estadual do Carvão Mineral e institui o Polo Carboquímico.
Ao todo, estima-se que os investimentos somem US$ 4,4 bilhões, com a produção de gás natural sintético (GNS), além de amônia, metanol e ureia. A proposta ainda inclui um incentivo ao aproveitamento das cinzas do carvão - o subproduto seria usado na construção civil, com a fabricação de tijolos e blocos de concreto.
Com esse marco legal proposto pelo Executivo e chancelado pelo Legislativo, cria-se um ambiente favorável à iniciativa, que tem como foco as regiões do Baixo Jacuí (cidades de Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Butiá, Charqueadas, Eldorado do Sul, General Câmara, Minas do Leão, São Jerônimo e Triunfo) e da Campanha (Aceguá, Bagé, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul, Pinheiro Machado e Pedras Altas).
Além disso, o projeto de gaseificação do carvão - estimado US$ 1,7 bilhão - garantiria a geração de 2 milhões de metros cúbicos diários de gás, o que contribuiria e muito para o funcionamento de indústrias e usinas com um combustível mais competitivo ambientalmente. Outra vantagem seria em relação à arrecadação do governo gaúcho, com o retorno imediato de ICMS para o Estado.
Várias usinas a carvão foram fechadas no Rio Grande do Sul nos últimos anos. A partir de 2018, apenas a Fase C do complexo termelétrico de Candiota estará em operação. Outro investimento já aprovado é a usina Pampa Sul, no mesmo município, com operação prevista para 2019.
O Polo Carboquímico ainda é um sonho que precisa trilhar um longo caminho até sair do papel. Mas é um alento para que se utilize de maneira responsável a riqueza mineral do carvão gaúcho.
 
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