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Opinião

- Publicada em 13 de Outubro de 2017 às 16:20

Espanha dividida com independência da Catalunha

A Espanha, de tantas glórias no passado, junto com Portugal e os Descobrimentos, está às voltas com um pedido de separação da Catalunha, onde Barcelona, das "ramblas", exuberantes avenidas que encantam a todos, e à beira do Mediterrâneo, desponta como a grande atração e coração político e econômico da região.
A Espanha, de tantas glórias no passado, junto com Portugal e os Descobrimentos, está às voltas com um pedido de separação da Catalunha, onde Barcelona, das "ramblas", exuberantes avenidas que encantam a todos, e à beira do Mediterrâneo, desponta como a grande atração e coração político e econômico da região.
Mas não há unanimidade, por certo, no pedido de independência. Tanto na própria Barcelona como, mais ainda, na capital espanhola, Madri, passeatas protestaram contra o ato de Carles Puigdemont, presidente regional. Cauteloso, como convém, aliás, Puigdemont, baixou o tom e pediu uma mediação do conflito. Ele não renunciou, porém, aos planos de secessão nesta semana.
Duramente, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, pediu que o governo regional da Catalunha cancele os planos de decretar a independência da região, a fim de evitar "males maiores".
Para a vice-primeira-ministra da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, a Catalunha corre o risco de entrar em uma recessão econômica, caso o impasse em relação à separação dela do restante do país continue. No rastro da crise, cerca de 40 bancos, multinacionais e empresas de médio porte mudaram suas sedes, com o objetivo de evitar potenciais problemas mais graves. Essas ações são até agora em grande medida simbólicas e o impacto tem sido limitado, já que elas não envolvem a realocação de escritórios, empregos ou ativos.
Mas, acredita-se que o investimento na Catalunha está declinante. O setor de turismo na região viu seus negócios sofrerem uma queda de entre 20% e 30% em setembro. No plebiscito na Catalunha, que tem sete milhões de habitantes, houve forte repressão policial, algo criticado dentro e fora da Espanha. O Tribunal Constitucional Espanhol, o equivalente ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, porém, determinou a suspensão temporária dessa sessão legislativa. Com uma posição estratégica, porto de onde saem e chegam mercadorias de diversas partes do mundo para a Espanha, Barcelona é muito importante para o resto da nação ibérica. Realmente, fica difícil entender como, agora, em pleno século XXI, haja esse ímpeto separatista, justamente em uma região autônoma, com dirigentes próprios e que tem sua vida política e administrativa.
Mas é um território em que há movimentos separatistas, com um forte clamor pela independência em busca de um novo país. Esse é o caso dos catalães, que, assim como os Bascos e outros povos da Espanha, possuem um forte sentimento separatista. Os catalães, além da identidade própria, têm o seu idioma, o catalão, uma língua evoluída a partir do latim, com poucas semelhanças com o espanhol. Durante anos, a Catalunha também integrou o reino de Aragão, em conjunção com o domínio de Barcelona, mas foi com a Guerra de Sucessão Espanhola, entre 1702 e 1714, que a região passou a se tornar, de fato, parte do estado espanhol.
Após esse período, a Catalunha começou a se diferenciar economicamente do restante do território espanhol - assim como aconteceu com os Bascos -, tornando-se um dos primeiros locais da Europa a seguir o processo inglês de industrialização. Hoje, a Catalunha tem uma economia comparável ao PIB de Portugal, abrigando fortes empresas e é um dos principais centros comerciais e turísticos da Espanha. Essa conjuntura, somada ao fato de a Espanha ter sido afetada pela crise recente da União Europeia (UE), vem contribuindo mais para o acirramento das relações entre o governo local e a administração nacional. Mas, a UE não deu apoio ao movimento separatista. É uma encruzilhada política essa da Espanha.
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