Dois dias após surpreender ao anunciar que não disputaria um novo ciclo olímpico, Robert Scheidt descartou ontem a aposentadoria. O velejador, um dos maiores atletas da história do Brasil, garantiu que vai continuar competindo.
"Aposentadoria é uma palavra muito forte. Não me vejo de pijamas, sentado no sofá e assistindo TV. Meu instinto competitivo ainda é muito forte e o esporte está no meu sangue. Seguirei velejando em diferentes classes", disse.
O velejador, contudo, não informou em qual classe vai competir. Scheidt cogita até disputar outras categorias. "Sempre recebi convites para competições de vela oceânica e sempre disse não, em função dos projetos olímpicos. Agora poderei dizer sim. Temos grandes eventos, como a Volvo Ocean Race e a America's Cup, entre outros, e, quem sabe, não surja uma oportunidade", aponta.
Neste ano, ainda com a mente no ciclo olímpico que culminaria nos Jogos de Tóquio 2020, Scheidt estava competindo na classe 49er, diferente das que fez sucesso em outras Olimpíadas. Agora, ao desistir dos próximos Jogos, o dono de cinco medalhas olímpicas promete voltar à classe Star e Laser e indicou que vai disputar a Star Sailors League (SSL), em Nassau, em dezembro, ao lado Henry Boenning, o Maguila.
Scheidt também explicou por que desistiu da classe 49er. "Não é fácil começar do zero, aos 43 anos, em uma categoria que exige muito do físico. Sofri com algumas lesões nesta temporada e o período de recuperação não é mais o mesmo. Eu precisaria de muito mais tempo de treino para chegar competitivo em 2020 e, nessa altura da vida, não quero abrir mão da família", afirmou.