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Mercado previdenciário

- Publicada em 20 de Outubro de 2017 às 12:03

Baixa dos juros estimula diversificação de investimentos

Veterinário Sérgio Juchem mudou a postura em relação às aplicações, optando por variá-las em diferentes fundos

Veterinário Sérgio Juchem mudou a postura em relação às aplicações, optando por variá-las em diferentes fundos


/MANUELA BERGAMIN/DIVULGAÇÃO/JC
A linha descendente verificada ao longo do ano pela taxa básica de juros (Selic) vem movimentando o mercado financeiro. O índice, que em outubro esteve em 8,25% ao ano, poderá chegar ao patamar de 7% no final de 2017, conforme projeções de economistas e especialistas - tendência que, se confirmada, levaria o País a conviver com os juros mais baixos da história. Um cenário que proporciona novas situações para investidores e clientes das mais diferentes formas de aplicação financeira - entre elas, dos planos de previdência complementar em que o próprio contratante pode escolher onde os recursos arrecadados serão aplicados.
A linha descendente verificada ao longo do ano pela taxa básica de juros (Selic) vem movimentando o mercado financeiro. O índice, que em outubro esteve em 8,25% ao ano, poderá chegar ao patamar de 7% no final de 2017, conforme projeções de economistas e especialistas - tendência que, se confirmada, levaria o País a conviver com os juros mais baixos da história. Um cenário que proporciona novas situações para investidores e clientes das mais diferentes formas de aplicação financeira - entre elas, dos planos de previdência complementar em que o próprio contratante pode escolher onde os recursos arrecadados serão aplicados.
Na medida em que os investimentos mais conservadores de renda fixa vão perdendo rentabilidade, uma opção que vai ganhando terreno é a diversificação da carteira de investimentos, eventualmente com aumento dos riscos. Foi, por exemplo, a escolha do veterinário e pesquisador Sérgio Juchem: realocar uma parte dos recursos investidos em previdência privada, reduzindo a parcela destinada a fundos de baixo risco. "Em março e abril, começou a queda dos juros, e em junho começou a bater nas rentabilidades", lembra Juchem, que resolveu transferir parte desses recursos para opções multimercado - nos quais os gestores do fundo investem em ativos de renda fixa e de renda variável, podendo acompanhar os movimentos de mercado para obter ganhos maiores. "Em torno de 30% dos meus recursos de previdência estavam alocados em fundos conservadores, mas agora estão em redução para 22%, já que a rentabilidade caiu", explica o pesquisador.
Juchem conta que começou a buscar informações sobre planos de previdência complementar ainda em 2016. A ideia inicial era encontrar opções nas quais fosse possível abater do Imposto de Renda parte dos valores investidos, o que o levou inicialmente aos planos Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). Mas o processo não terminou aí. "O que realmente mudou a minha postura foi entrar em contato com alguém que não fosse um vendedor, mas um técnico em previdência, indicado pela seguradora", relata o pesquisador, que acabou optando por variar os investimentos.
Além dos recursos investidos em previdências PGBL e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), Juchem hoje também tem investimentos em banco, para uso imediato, além de aportes mediados por uma corretora - em fundos de risco variável, incluindo os multimercados. "Vi que poderia colocar dinheiro em diferentes fundos. A previdência deu a facilidade de comprar um tíquete menor", observa: "É mais ou menos como fazer compras: algumas coisas valem a pena comprar no mercadinho da esquina. Para outras, é melhor ir no macroatacado."
O veterinário reconhece que a maioria da população ainda não está inteirada das possibilidades de investimentos disponíveis. "A gente ainda carrega, no Brasil, um trauma do sequestro de recursos. Vivemos em um País onde pessoas guardam dinheiro em casa. Nossa instabilidade política força as pessoas a se reservarem. Somos um país que está há pouco tempo na democracia. Ainda há dificuldade de as pessoas tomarem conta do seu destino, o empreendedorismo é novidade. Temos direito a ser autônomos, mas ainda não usamos toda essa autonomia", analisa Juchem, ressaltando que a solução não é outra senão a busca constante de conhecimento e informação: "Fundos de previdência são alternativas de investimento. Assim como em outros investimentos, há um leque de opções. É importante ir atrás das informações".

Com 104 anos de atividades, Gboex aposta na segurança

Oliveira diz que modalidade de renda fixa é a mais procurada pelos clientes que buscam investimentos mais moderados

Oliveira diz que modalidade de renda fixa é a mais procurada pelos clientes que buscam investimentos mais moderados


CLAITON DORNELLES /JC
Uma das maiores empresas do País no ramo das EAPCs (Entidades Abertas de Previdência Complementar), com 59% de participação no mercado nacional do setor no primeiro semestre em seu segmento, o Gboex completou 104 anos de atividades em maio, projetando um ano de relativa estabilidade frente ao quadro de lenta recuperação da economia. "Estamos prevendo um crescimento na arrecadação entre 6% e 9%. Com a inflação como está, estamos dentro do que o mercado está crescendo", analisa o diretor-presidente da diretoria executiva da companhia, Ilton Brum de Oliveira.
Hoje com um total de 140 mil planos em todo o País, entre planos de previdência complementar e de risco (pecúlios), o Gboex chega a ter 70% do mercado do Rio Grande do Sul, estado de origem da instituição. "O grande desafio é conseguir permanecer estabelecido em grande parte do Brasil", diz Oliveira, lembrando que a empresa também teve de se adaptar ao contexto de recessão econômica dos últimos anos. "Temos trabalhado muito nas despesas administrativas, terceirizando o que é possível. A situação está controlada. Buscamos modernizar a gestão e gerenciar os processos para serem mais produtivos e menos onerosos. As empresas tiveram que parar e se redesenhar para ficar compatíveis com o mercado", explica o presidente.
No contexto atual, de juros em queda e inflação baixa, a empresa mantém a estratégia de buscar clientes interessados em uma opção mais segura de poupança. "Percebemos que há clientes buscando outras formas de investimento. Mas o importante é destacar que o objetivo desses planos de PGBL é a concessão de benefícios de previdência complementar, e não deve ser confundido com fundos de investimento de mercado financeiro", destaca Oliveira. "Considerando a estrutura da carteira, trabalhamos com a modalidade de renda fixa, que é mais procurada pelos clientes que querem um investimento mais moderado. Como cliente, eu pensaria na aposentadoria, em função do contexto econômico, mesmo que outras aplicações financeiras possam render mais a curto prazo", compara o presidente.
Os debates sobre a reforma da Previdência Social também têm repercutido no trabalho da empresa. Segundo Oliveira, o número de novos clientes apresentou crescimento no primeiro semestre deste ano, possivelmente refletindo uma preocupação maior dos consumidores com a questão da previdência. O presidente acredita que o processo de transformação está em andamento. "Não vamos escapar de mudanças. Acredito que é irreversível a reforma, vai levar as pessoas a aumentar o período de produtividade. A longevidade tem sido maior, isso é um indicador importante", ressalta Oliveira.