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Mercado Imobiliário

- Publicada em 30 de Outubro de 2017 às 18:11

Abrainc afirma que uso do FGTS tem sido 'desvirtuado'

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) criticou as propostas de destinação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para outros fins que não sejam o financiamento da habitação popular e da infraestrutura no País. Segundo nota divulgada ontem pela associação - que representa os interesses das empresas de construção -, o uso do FGTS tem sido desvirtuado e pode ocasionar graves danos à garantia da moradia. "A mudança radical da destinação dos recursos para a habitação pode incorrer em sérios problemas para a economia do País", ressaltou.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) criticou as propostas de destinação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para outros fins que não sejam o financiamento da habitação popular e da infraestrutura no País. Segundo nota divulgada ontem pela associação - que representa os interesses das empresas de construção -, o uso do FGTS tem sido desvirtuado e pode ocasionar graves danos à garantia da moradia. "A mudança radical da destinação dos recursos para a habitação pode incorrer em sérios problemas para a economia do País", ressaltou.
O FGTS é usado, tradicionalmente, para custear obras de infraestrutura, como de saneamento básico, além da aquisição de moradias pela população de renda média e baixa. Há, porém, negociações em andamento no Congresso e no Executivo para permitir que o FGTS seja usado para quitar dívidas no Fies (programa de financiamento estudantil). Outra proposta prevê que o FGTS adquira título a ser emitido pela Caixa Econômica Federal para ajudar a capitalização do banco.
A Abrainc argumentou, em nota, que o direcionamento dos recursos para outros fins lesa o trabalhador, que sonha em adquirir sua casa própria, e toda a cadeia do setor de construção, com encolhimento de recursos para obras e, por consequência, geração de empregos. A associação observou ainda que a escassez de recursos do fundo tende a impactar ainda mais o mercado imobiliário, que já foi bastante afetado pela crise.
"O respeito ao objetivo maior do fundo não pode ser maculado, pois, do contrário, em pouco tempo, os financiamentos habitacionais não mais conseguirão se sustentar apenas com os subsídios dos estados e municípios e, novamente, o País se virá diante de um cenário onde a desigualdade social ficará visível com o aumento de favelas e até invasões aos patrimônios de terceiros", descreveu a Abrainc em nota.
"O FGTS é um direito fundamental do trabalhador, e este precisa ter a garantia de poder usá-lo para conseguir melhorar sua vida e morar decentemente, com segurança e dignidade", completou a associação.

Meirelles diz que é preciso avaliar se ainda há espaço para medidas no fundo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou a jornalistas ontem que ainda não há decisão sobre novas medidas para o uso do FGTS como estratégia para estimular a atividade econômica. "Estamos analisando se há ou não mais algum espaço. É importante assegurar que existam recursos remanescentes para o financiamento da habitação, principalmente a popular."
Meirelles disse que a questão será "analisada com muito cuidado" para avaliar se há margem para mais saques no fundo e que o que "tiver que ser feito será". No primeiro semestre, os saques de contas inativas injetaram mais de R$ 40 bilhões na economia e ajudaram a estimular a atividade econômica.