Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

cinema

- Publicada em 25 de Outubro de 2017 às 08:24

Do topo ao chão: atrizes de Hollywood denunciam abusos do produtor Harvey Weinstein

Desde o início do escândalo, Weinstein passou da negação ao sumiço

Desde o início do escândalo, Weinstein passou da negação ao sumiço


YANN COATSALIOU/AFP/JC
Desde 5 de outubro último, um dos homens mais poderosos de Hollywood começou a ruir. Uma reportagem do The New York Times revelou para o mundo o que muita gente nas altas rodas do cinema sabia, mas raramente comentava: a fúria sexual do produtor Harvey Weinstein.
Desde 5 de outubro último, um dos homens mais poderosos de Hollywood começou a ruir. Uma reportagem do The New York Times revelou para o mundo o que muita gente nas altas rodas do cinema sabia, mas raramente comentava: a fúria sexual do produtor Harvey Weinstein.
Desde então, vieram a público queixas de várias atrizes contra ele, e o tema ganhou desdobramentos diários. Na semana passada, por exemplo, a produtora e atriz Alyssa Milano lançou a hashtag #MeToo nas redes sociais, incentivando as mulheres a denunciar casos de abuso sexual e assédio. Alyssa ficou conhecida por seu papel como a bruxa Phoebe no seriado Charmed, no qual contracenou com a atriz Rose McGowan - uma das várias vítimas de Weinstein, segundo o jornal norte-americano.
O inferno de Weinstein só aumentou desde então: Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Léa Seydoux, Mira Sorvino e Asia Argento foram algumas das atrizes que vieram a público denunciar os abusos cometidos pelo produtor - ele terminaria, dias depois, demitido de sua própria companhia e expulso das academias de cinema que organizam o Oscar e o Bafta (da Inglaterra).
E muita gente sabe do histórico sexual de Weinstein. A atriz Jane Fonda afirmou à CNN que se sente envergonhada por não ter denunciado o caso quando tomou conhecimento, há cerca de um ano. Penélope Cruz, que venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante em Vicky Cristina Barcelona, produzido por Weinstein, afirmou que o abuso de poder por parte do produtor era "inaceitável".
Em meio à avalanche de casos contra ele, surgiu recentemente um vídeo de 2005 em que a cantora e atriz Courtney Love alertava jovens novatas em Hollywood sobre o empresário. Questionada pela repórter se teria algum conselho para atrizes iniciantes, Courtney tascou: "Eu vou ser difamada por falar isso. Se Harvey Weinstein te convidar para uma festa privada num hotel, não vá", disse.
O caso repercutiu ainda nos negócios envolvendo a produtora que Weinstein mantém com o irmão, Bob. O ator Channing Tatum rompeu o contrato que tinha com a The Weinstein Company para a produção de um filme baseado no livro Perdão, Leonard Peacock. O roteiro conta a história de um garoto que, após sofrer repetidos abusos sexuais de seu melhor amigo, decide que é hora de matá-lo e se suicidar depois.
"As bravas mulheres que tiveram a coragem de falar a verdade sobre Harvey Weinstein são as verdadeiras heroínas para nós. Elas estão carregando os pesados tijolos para construir um mundo mais igualitário", afirmou Tatum. A Weinstein Company tem no currículo, entre outros sucessos, Shakespeare apaixonado (1998, Oscar de melhor filme e melhor atriz para Gwyneth Palthrow) e O artista (2012).
Desde o início do escândalo, Weinstein passou da negação ao sumiço. Fugiu da imprensa e se refugiou em uma clínica particular para tratar de "compulsão sexual", segundo pessoas próximas. Isso até as garras da Justiça norte-americana alcançá-lo, o que não deve tardar.