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JC Logística

- Publicada em 05 de Outubro de 2017 às 22:13

Vencedoras de leilão avaliam o crédito do Bndes

Aeroporto Salgado Filho foi concedido para a alemã Fraport em março

Aeroporto Salgado Filho foi concedido para a alemã Fraport em março


/MARCO QUINTANA/JC
Os três grandes grupos europeus de infraestrutura que arremataram os quatro aeroportos - Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre - concedidos em março entraram com pedido de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). No entanto a superintendente da Área de Saneamento e Transporte do banco, Luciene Machado, afirma que as empresas podem abrir mão dos recursos diante do poder de fogo dessas companhias no mercado global de crédito.
Os três grandes grupos europeus de infraestrutura que arremataram os quatro aeroportos - Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre - concedidos em março entraram com pedido de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). No entanto a superintendente da Área de Saneamento e Transporte do banco, Luciene Machado, afirma que as empresas podem abrir mão dos recursos diante do poder de fogo dessas companhias no mercado global de crédito.
As empresas - que ganharam os leilões sem se associarem a grupos nacionais - ainda não bateram o martelo sobre os financiamentos. Pelas condições de crédito divulgadas pelo Bndes antes do leilão, os empréstimos da instituição de fomento vão ficar limitados a 40% do valor dos investimentos nas obras. Para Luciene, a tendência é que as empresas não utilizem os recursos do Bndes ou peçam o empréstimo no valor máximo.
Um empréstimo abaixo do limite seria pequeno demais para valer a pena. "O tamanho dos capex (investimentos em ampliação de capacidade, no jargão do mercado) envolvidos, para o porte desses grupos, são valores modestos. Isso dá para esses grupos uma possibilidade de escolhas muito grande", disse a executiva. Se as empresas deixarem de lado o crédito do Bndes, será mais uma mudança no mercado brasileiro de infraestrutura.
O leilão desses aeroportos já havia chamado a atenção pela ausência das grandes construtoras nacionais, atingidas pela Operação Lava Jato, e pelo sucesso das "grifes" do setor aeroportuário mundial. Juntos, os quatro aeroportos exigirão R$ 3,72 bilhões em outorgas pagas ao governo federal e mais R$ 6,6 bilhões em obras, valores a serem gastos ao longo da concessão, que vai de 25 a 30 anos, conforme o aeroporto.
O limite de 40% dos investimentos em obras equivaleria a cerca de R$ 2,6 bilhões, o que dá uma média de R$ 650 milhões por terminal aéreo. O valor é pequeno diante do tamanho dos grupos. A francesa Vinci, que atua em construção e concessões de rodovias e ferrovias, faturou 38 bilhões no ano passado. A Fraport opera 24 aeroportos pelo mundo e teve receita de 2,586 bilhões em 2016. Já a Zurich faturou 1 bilhão de francos suíços (R$ 3,2 bilhões) durante o ano passado.
A superintendente do Bndes chama a atenção para a mudança no perfil dos empreendedores no modelo de concessões dos aeroportos leiloados em março. No modelo dos aeroportos privatizados no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, os operadores eram ligados às empreiteiras. Agora, os vencedores foram companhias de infraestrutura.
Segundo Cláudio Firschtak, sócio Inter.B Consultoria, o modelo atual, ao deixar de fora a estatal Infraero e privilegiar a operação e a prestação dos serviços de infraestrutura, atrai mais financiadores. "Se você é o financiador, para quem prefere emprestar? Para o operador, que conhece o negócio, minimiza dispêndios e foca na eficiência", afirmou. O modelo anterior, ao privilegiar as empreiteiras, que lucram nas obras, incentivava a construção de "elefantes brancos", com excesso de capacidade, disse o consultor.
A Fraport, que levou as concessões dos aeroportos de Porto Alegre e de Fortaleza, deverá tomar uma decisão sobre a tomada de empréstimos ou não até o fim de outubro, afirma Luciene. A Zurich, que é sócia da CCR na concessão do Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, e saiu do leilão de março com a operação do aeroporto de Florianópolis, pretende definir o financiamento até o fim deste ano. Em nota, a concessionária Floripa Airport informou que está "finalizando o levantamento de nossas necessidades de financiamento e quais são as opções disponíveis no mercado, sendo o Bndes uma delas".
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