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Operação Lava Jato

- Publicada em 11 de Setembro de 2017 às 22:40

Polícia Federal transfere Joesley Batista a Brasília

Joesley Batista desembarca na capital federal, onde ficará até sexta

Joesley Batista desembarca na capital federal, onde ficará até sexta


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
O avião da Polícia Federal (PF) que levou a Brasília o empresário Joesley Batista, sócio do grupo JBS, chegou pouco antes das 15h30min de ontem ao aeroporto da capital federal.
O avião da Polícia Federal (PF) que levou a Brasília o empresário Joesley Batista, sócio do grupo JBS, chegou pouco antes das 15h30min de ontem ao aeroporto da capital federal.
Joesley disse em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) que possui mais gravações feitas com diferentes pessoas, incluindo uma conversa com o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT) e que "pode entregar" todas as gravações.
Os áudios, segundo Joesley, estão "fora do Brasil", mas ele não foi questionado pelos procuradores sobre onde está esse material e como ele teria sido enviado para o exterior.
De modo enigmático, Joesley disse também possuir "áudio com relatos de crimes de terceiros interlocutores, sem a participação do depoente". Os procuradores não indagaram como Joesley teria tido acesso ou feito essas gravações de conversas em que não estava presente.
Segundo Joesley, ele avaliou as gravações que conteriam ou não suposto indício de crime e entregou o que julgou necessário à Procuradoria-Geral da República (PGR) para formar seu acordo de delação.
Joesley e o executivo Ricardo Saud, ambos delatores, chegaram à Superintendência da Polícia Federal (PF) sem passar pelo Instituto Médico Legal (IML) primeiro, e foram recebidos com protestos e rojões.
Eles não passarão por exame médico a pedido de seus advogados e atestarão que têm boa saúde.
Os dois se entregaram à polícia no domingo à tarde. Pela manhã, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin havia decretado a prisão dos dois, solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na sexta-feira.
Janot também pediu a prisão do ex-procurador Marcello Miller, negada por Fachin. A residência do atual advogado foi alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. O escritório da J&F, empresa controlada pelos irmãos Batista, também foi alvo de operação da Polícia Federal ontem.
Na porta da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde os delatores ficarão detidos, um grupo de oito pessoas protestou com bandeiras do Brasil e cartazes de apoio à Lava Jato.
Os manifestantes também hostilizaram o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, em sua chegada à PF. "Você está defendendo bandido com dinheiro do Bndes", gritava um homem enquanto o grupo cercava o carro.
Ainda ontem, o ex-ministro Cardozo declarou que soube "com indignação" que os executivos do grupo J&F tentaram criar uma "armadilha" na reunião em que discutiram a contratação dos serviços de seu escritório, o CM Advogados.
Segundo Cardozo, também causou surpresa a afirmação de que Joesley teria celebrado um contrato fictício com seu atual sócio, o advogado Marco Aurélio Carvalho, que previa o envio de uma parcela dos pagamentos pelos supostos serviços ao próprio petista.

Juiz do Distrito Federal suspende parcialmente a homologação do acordo de leniência da J&F

O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, suspendeu parcialmente o acordo de leniência da J&F ontem.
A decisão impede que pessoas ligadas ao grupo que não integram a lista de colaboradores também usufruam dos benefícios concedidos e escapem de punições criminais.
Por enquanto, o pagamento da multa de mais de R$ 10 bilhões pela J&F e o aval para vender ativos estão mantidos. Essa revisão cabe apenas ao Ministério Público Federal (MPF), que homologou a leniência no dia 24 de agosto.
A cautela do magistrado, no entanto, foi suficiente para gerar insegurança jurídica, porque o acordo de leniência é uma das pré-condições para a venda de empresas e para a renegociação de dívidas com os bancos.
Desde que o escândalo explodiu, a J&F já fechou a venda de Alpargatas e Vigor e assinou um entendimento para se desfazer da empresa de celulose Eldorado. As operações somam R$ 24,2 bilhões. Também renegociou cerca de R$ 20 bilhões em dívidas da JBS com os bancos, que aceitaram rolar os empréstimos em troca de mais garantias e juros mais altos. Não houve até agora, no entanto, nenhum pagamento por parte dos compradores das empresas. Os negócios estão pendentes do acordo de leniência.