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crise no planalto

- Publicada em 03 de Setembro de 2017 às 18:06

Joesley ataca Temer e ameaça com revelações

Joesley

Joesley


Rovena Rosa/Agência Brasil/JC
Na entrevista que concedeu à revista Veja e provocou nova troca de acusações com o presidente Michel Temer (PMDB), o empresário Joesley Batista, da JBS, disse que os novos anexos de sua delação premiada, ainda não divulgados, vão revelar novas organizações criminosas. Ele contou ter tratado sobre propina com a então presidente Dilma Rousseff (PT) na sala da presidência, além de ter discutido pagamentos na sala de pelo menos três ex-ministros: Guido Mantega, da Fazenda; Wagner Rossi e Toninho Andrade, ambos ex-ministros da Agricultura.
Na entrevista que concedeu à revista Veja e provocou nova troca de acusações com o presidente Michel Temer (PMDB), o empresário Joesley Batista, da JBS, disse que os novos anexos de sua delação premiada, ainda não divulgados, vão revelar novas organizações criminosas. Ele contou ter tratado sobre propina com a então presidente Dilma Rousseff (PT) na sala da presidência, além de ter discutido pagamentos na sala de pelo menos três ex-ministros: Guido Mantega, da Fazenda; Wagner Rossi e Toninho Andrade, ambos ex-ministros da Agricultura.
"Os políticos perderam o pudor de falar de propina. Por vezes eu tratei de propina com ministros no ministério. Falando naturalmente, no escritório: o Guido, ministro da Fazenda, os ministros da Agricultura, o Wagner Rossi, o Toninho Andrade. A Dilma, pô! Falei de propina com a presidente na sala da presidente da República", disse Joesley. Tanto o presidente Temer quanto a ex-presidente Dilma negam que tenham negociado pagamentos ilícitos com o dono da JBS.
O empresário afirmou, no entanto, que aprendeu a palavra propina recentemente, no Ministério Público, pois nos gabinetes falava que daria uma ajuda, um apoio. A exceção era o presidente Michel Temer. "Temer sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro mesmo. Dizia: 'Olha Joesley, precisava de R$ 3 milhões, precisava de R$ 300 mil para ver um negócio da campanha lá'." Joesley disse que, assim como esteve com Dilma falando de "coisa errada", esteve com Temer para tratar de negócios. Disse ter ido à casa e ao escritório de Temer e que enquanto pedia ajuda para resolver problemas no Ministério da Agricultura, o atual presidente lhe pedia dinheiro.
Os novos anexos da delação da JBS também afirmam que, em 2013, o então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi à resistência de Joesley para pedir R$ 5 milhões emprestados.

Empresário e presidente trocam acusações por meio de notas

O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, chamou o presidente Michel Temer (PMDB) de "ladrão geral da República", em nota divulgada neste sábado por sua assessoria. Joesley defende o instituto da delação premiada e afirma que Temer envergonha o País. O ataque foi uma resposta a uma nota da Secretaria de Comunicação do Planalto, publicada na noite de sexta-feira, na qual Joesley é novamente chamado de "grampeador-geral da República". Na nota da presidência, o empresário também é acusado de esconder gravações dos investigadores.
"A colaboração premiada é por lei um direito que o senhor presidente da República tem por dever respeitar. Atacar os colaboradores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se torna ladrão geral da República, envergonha todos nós brasileiros", diz a nota de Joesley. 
A nota da presidência da República teve por objetivo rebater parte do conteúdo da delação do doleiro Lúcio Funaro, revelada pelo Globo, além de uma entrevista do dono da JBS à revista Veja.

JBS diz que Bendine pediu R$ 5 milhões

Novos anexos da delação da JBS afirmam que, em 2013, o então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi à resistência do executivo Joesley Batista para pedir R$ 5 milhões emprestados. Segundo os anexos, Bendine fez a solicitação alegando a compra de um imóvel e nunca devolveu o dinheiro. A informação foi divulgada pela repórter Camila Bomfim, da TV Globo, e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. 
Joesley entregou ao Ministério Público Federal planilhas com valores e datas de pagamento. Segundo o delator, Bendine foi pessoalmente à J&F, controlado da JBS, acompanhado de cerca de 50 anos, e pediu parte dos R$ 5 milhões.

O empresário contou que Bendine afirmou que não beneficiaria o empresário no Banco do Brasil, pois o sistema de governança da instituição impediria atos ilícitos. O delator relatou que Bendine, no entanto, afirmou que se esforçaria pra atender a pedidos da JBS, não necessariamente no banco. Joesley narrou que concordou em emprestar os milhões porque Bendine era influente no governo.

Para Temer, nova denúncia será de 'uma inépcia grande'

Em uma escalada contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer (PMDB) disse que não está preocupado com uma nova denúncia contra ele e disse que ela será "de uma inépcia grande".
A crítica foi feita durante viagem do peemedebista à China, em entrevista concedida à TV Bandeirantes. No dia anterior, Temer havia afirmado a assessores e aliados que o procurador está agindo de forma afoita.
"Eu tenho a mais absoluta convicção de que se vier, será uma singeleza e, para não dizer, de uma inépcia grande. Eu não tenho nenhuma preocupação", disse.
O presidente disse que o assunto será tratado por seu advogado, Antonio Mariz de Oliveira, e enfatizou que está "muito bem despreocupado em qualquer hipótese de denúncia".
"Não tenho nenhuma preocupação e estou preocupado em levar o Brasil adiante, que é o que estamos fazendo", afirmou.
A expectativa é de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente a nova acusação nesta semana, o que chegou a levar o presidente a considerar um retorno antecipado ao Brasil.
Ele foi convencido, contudo, a permanecer na China, até o final do encontro dos Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, para evitar uma repercussão negativa, passando a mensagem pública de que estaria apreensivo.
"Eu cogitei, mais ou menos, quem sabe, eu saio na segunda-feira à noite, que será período da manhã no Brasil, chego mais ou menos às 11h e poderei acompanhar a votação (da meta fiscal). Mas simplesmente isso, nada decidido ainda, nada decidido", afirmou.
Na entrevista, o peemedebista disse ainda que a relação comercial entre Brasil e China é "muito sólida" e afirmou que se considera amigo do presidente chinês Xi Jinping.