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Opinião

- Publicada em 05 de Setembro de 2017 às 15:16

Segunda passagem

É verdade que o sistema de transporte coletivo de Porto Alegre vem perdendo passageiros, em especial pagantes. A principal causa não é a crise econômica, mas uma série de decisões equivocadas do setor público. Poderia mencionar a falta de priorização do transporte coletivo sobre o individual, que o torna cada vez mais lento e menos atrativo, mas o maior responsável pela queda no número de passageiros pagantes é, sem dúvida, o estrondoso aumento na concessão de gratuidades.
É verdade que o sistema de transporte coletivo de Porto Alegre vem perdendo passageiros, em especial pagantes. A principal causa não é a crise econômica, mas uma série de decisões equivocadas do setor público. Poderia mencionar a falta de priorização do transporte coletivo sobre o individual, que o torna cada vez mais lento e menos atrativo, mas o maior responsável pela queda no número de passageiros pagantes é, sem dúvida, o estrondoso aumento na concessão de gratuidades.
Analisando dados da EPTC, em 2002, foram transportados mensalmente 24 milhões de passageiros pagantes. Em 2010, essa média caiu para 19,6 milhões e, em 2017, para 17,8 milhões. Ao longo desse período, ocorreram dois fatos determinantes para a queda de 30%. Em 2008, foi concedido o desconto de 50% na segunda passagem. Em 2011, a isenção passou a ser de 100%. Em ambos os momentos, o argumento das autoridades foi de que haveria um aumento na quantidade de usuários, o que consequentemente reduziria a tarifa. No entanto, passados quase 10 anos, o resultado foi desastroso: Porto Alegre passou a ter 36% de gratuidades, o número mais expressivo entre as capitais brasileiras, que isentam de pagamento em média 21% dos passageiros. Assim sendo, se aqui fosse praticado o patamar nacional médio de isenções, o valor atual da tarifa seria de R$ 3,48, e não R$ 4,05. A política do subsídio cruzado, neste caso, não deu certo, pois o aumento do uso do transporte coletivo não ocorreu. Pelo contrário, fez com que 87% dos usuários que não realizam a integração pagassem R$ 0,57 a mais. Comparações com sistemas de transporte coletivo internacionais e até de outros estados têm sido feitas. Esquecem, todavia, de informar quem está pagando a conta. Por aqui, 64% dos passageiros. Por lá, subsídios governamentais arcados por toda a sociedade.
Engenheiro da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP)
 
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