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Moradia

- Publicada em 12 de Setembro de 2017 às 22:12

CEEE quer desocupação do morro do Altos da Colina

Representantes da comunidade (centro) aguardaram cerca de uma hora pela reunião

Representantes da comunidade (centro) aguardaram cerca de uma hora pela reunião


CLAITON DORNELLES /JC
A angústia dos moradores do morro do Altos da Colina, no bairro Jardim Carvalho, na Zona Leste da Capital, está longe de terminar. Há mais de 30 anos, cerca de 100 famílias se instalaram no local, considerado Área de Preservação Permanente (APP) e próximo a uma rede de alta tensão, de 230 mil volts, que pertence à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Alegando que a comunidade corre riscos, a CEEE pede a desocupação do local, e algumas famílias já foram retiradas. Para discutir o impasse, representantes da comunidade e vereadores que interpelam por eles se reuniram ontem com o diretor-presidente da CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado.
A angústia dos moradores do morro do Altos da Colina, no bairro Jardim Carvalho, na Zona Leste da Capital, está longe de terminar. Há mais de 30 anos, cerca de 100 famílias se instalaram no local, considerado Área de Preservação Permanente (APP) e próximo a uma rede de alta tensão, de 230 mil volts, que pertence à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Alegando que a comunidade corre riscos, a CEEE pede a desocupação do local, e algumas famílias já foram retiradas. Para discutir o impasse, representantes da comunidade e vereadores que interpelam por eles se reuniram ontem com o diretor-presidente da CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado.
A reunião, marcada para as 16h30min, começou com quase uma hora de atraso. Não foi permitida a participação da imprensa, nem mesmo para obter um registro fotográfico. Durante o encontro, foi unânime a opinião de que a prefeitura de Porto Alegre, por meio do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), deve ser trazida à discussão. Embora nada concreto tenha sido decidido, o vereador Roberto Robaina (PSOL) exaltou a importância do diálogo com a empresa, que não vinha ocorrendo até então. "Nem todos os moradores estão nessa situação, são poucos, e procuraremos regularizar isso", explica. O vereador, acompanhado dos colegas Fernanda Melchionna (PSOL), Dr. Goulart (PTB) e Gilson Padeiro (PPS), pretende procurar o Demhab. "A prefeitura não tem falado, ainda não faz parte da discussão. Faz de conta que não tem responsabilidade", critica Robaina.
No final de maio, duas famílias foram retiradas de suas casas. A reintegração envolveu disparos de balas de borracha e uso de gás lacrimogêneo por parte da Brigada Militar. Considerando o trauma causado pela medida, os moradores entenderam que havia a necessidade de se organizar. "Não houve negociação prévia, nem aviso, os policiais chegaram com a ordem de despejo", detalha Robaina. Agora, porém, não há previsão de novo despejo solicitado pela CEEE.
Por meio da assessoria de imprensa, a empresa afirmou que pretende observar os limites mínimos regulatórios para a distância exigida das linhas de transmissão, uma vez que a CEEE tem interesse em resolver a questão mantendo a segurança da população do entorno.

Falta de água no morro ainda não foi solucionada pelo Dmae

A possibilidade de despejo não é a única preocupação a tirar o sono dos moradores do morro do Altos da Colina. Há pouco menos de um mês, a reportagem do Jornal do Comércio esteve na área para verificar uma denúncia de que a comunidade está há três meses sem receber abastecimento de água. Na ocasião, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) providenciou o envio de um caminhão-pipa ao local, além da limpeza das caixas d'água e da troca de motores. No entanto, a comunidade só voltou a receber um novo provimento na sexta-feira, após intervenção do vereador Roberto Robaina (PSOL).
Para o parlamentar, o Dmae deveria enviar um caminhão-pipa, no mínimo, uma vez por semana. No entanto, os moradores afirmam que o abastecimento não dura nem um dia, e estimam que a água deveria ser trazida pelo menos três vezes por semana. Segundo Marcos Santos, representante do morro, a comunidade organizará um protesto em frente ao Dmae.
Em agosto, a Secretaria de Serviços Urbanos, por meio do Dmae, informou que o local é uma área de risco que não permite a instalação de rede de água. Ontem, o órgão não deu retorno à reportagem.