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Conjuntura

- Publicada em 12 de Setembro de 2017 às 22:06

Empresários e sindicalistas criticam economia

Presidente Michel Temer recebeu, ontem, lideranças empresariais e de trabalhadores no Palácio do Planalto

Presidente Michel Temer recebeu, ontem, lideranças empresariais e de trabalhadores no Palácio do Planalto


/ISAC NÓBREGA/PR/JC
Empresários e sindicalistas criticaram a política econômica do governo durante reunião aberta no Palácio do Planalto com a presença do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Chamados ao palco pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, 10 líderes empresariais e sindicais apontaram problemas na condução da economia, como baixa geração de empregos, falta de crédito, ausência de investimentos, negociação de débitos tributários e burocracia, entre outros.
Empresários e sindicalistas criticaram a política econômica do governo durante reunião aberta no Palácio do Planalto com a presença do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Chamados ao palco pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, 10 líderes empresariais e sindicais apontaram problemas na condução da economia, como baixa geração de empregos, falta de crédito, ausência de investimentos, negociação de débitos tributários e burocracia, entre outros.
As reclamações foram reunidas em um documento e entregues a Temer. Os representantes das empresas e dos sindicatos almoçarão com o presidente no Palácio da Alvorada. "O Bndes precisa aplicar o máximo e temos um problema, porque há dificuldades com os agentes. Se não houver disposição e boa vontade dos agentes, fica tudo engessado", afirmou Skaf.
O presidente da Fiesp ainda afirmou que é a favor de um "meio-termo" na proposta do novo Refis, que ainda está em debate entre a equipe econômica e o Congresso.
"Nós queremos um meio-termo da proposta do Refis, nem o que o governo apresentou, nem o que o relator sugeriu", afirmou. O deputado federal e presidente da Força Sindical Paulinho da Força (Solidariedade) afirmou que a economia começa a dar "alguns sinais de crescimento". "Mas é preciso mais. Havia um período em que era possível parcelamentos em 90 meses. É necessário retomar isso", disse. Paulinho afirmou que Meirelles "deveria se encarregar da questão dos juros". "O BC tem acertado na contínua queda dos juros, mas é preciso reduzir mais".
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, também citou Meirelles em seu discurso. "Meirelles é meu amigo, você sabe disso, não é?", disse, provocando risadas. Nessa hora, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, (PMDB-CE), fez gesto de mais ou menos com a mão.
O ministro da Fazenda, que falou após os empresários e sindicalistas, enfatizou que o Brasil enfrentou a pior recessão da história e reafirmou que, na avaliação da equipe econômica, o País estará crescendo a uma taxa de 3% no início de 2018. "Não devemos nos enganar, essa recessão tem causas profundas e as consequências que estamos enfrentando são sérias", afirmou. Meirelles disse ainda que o crescimento econômico já se dissemina por todos os setores.
"A sociedade já tem evidências pontuais de que a economia está crescendo. Estamos fazendo um trabalho sério, profundo, para que no futuro o País passe a crescer a taxas mais elevadas do que seria a tendência hoje, ao redor de 4%", declarou. O ministro da Fazenda ainda destacou a importância de aprovação das reformas. "A mensagem é: vamos trabalhar, cada um cumprindo sua função, seu dever", disse Meirelles.
Em resposta às críticas, o presidente do Bndes, Paulo Rabello de Castro, disse que o banco desembolsou nos últimos seis meses, descontando projetos em infraestrutura, 60% de sua carteira de crédito para micro, pequenas e médias empresas.

Centrais sindicais negam que ato seja em defesa do governo

Representantes de centrais sindicais que participaram da reunião no Palácio do Planalto negaram que a presença seja um sinal de apoio ao presidente Michel Temer, alvo de acusações de corrupção. Apesar de terem até posado para fotos ao lado de Temer, líderes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) afirmaram que buscam uma saída para a paralisia econômica, mas não dão sustentação política a ele em face de uma segunda denúncia elaborada pela Procuradoria-Geral da República.
"Nossa ideia hoje era sair um pouco dessa pauta da corrupção, tentar virar um pouco a página. Nossa preocupação principal é o emprego", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente nacional da Força Sindical.
O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, afirmou que não há contradição em participar de audiências com a administração Temer, apesar de ter feito parte da gestão do PT. Araújo disse que o objetivo é gerar empregos e superar o fracasso econômico e que não compete às centrais sindical defender o Poder Executivo.
"Não é razoável conceber a tese do retrocesso social e político. Estamos irmanados em encontrar um caminho. O governo tem problemas, mas o povo brasileiro também enfrenta problemas. Em nome de uma alternativa, é necessário estabelecer um entendimento. Levar o País ao caos, a uma situação de colapso não agrada a ninguém", disse.
Ele disse que cabe ao Executivo responder a "debilidades" e defendeu uma agenda emergencial para acelerar, por exemplo, acordos de leniência com empresas flagradas em corrupção.

Temer diz que Brasil cresce e que o brasileiro é maior que qualquer crise

Ao discursar em cerimônia com sindicalistas, empresários e ministros, no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que o povo brasileiro é maior que toda e qualquer crise. "O povo brasileiro é capaz de encarar os problemas, muitas vezes, artificialmente criados, e a realidade hoje é o crescimento do País."
Para Temer, no Brasil, "cada um quer derrubar o outro" e, muitas vezes, problemas são "artificialmente criados". "Diálogo é fundamental para a democracia, até porque irmana e fraterniza as pessoas. No País, cada um quer derrubar o outro, cada um quer derrotar o outro, cada um quer encontrar o caminho para verificar como atrapalha o outro. E não consegue. Não consegue, porque o Brasil não para."
A declaração ocorre um dia após a Polícia Federal concluir em inquérito que há indícios de crime por parte do presidente Michel Temer e demais integrantes do chamado "grupo do PMDB da Câmara" e após a prisão do empresário Joesley Batista.