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Agronegócios

- Publicada em 12 de Setembro de 2017 às 16:31

Exportação agropecuária gaúcha cai 10% em valor

Apesar de ter aumentado a participação em alguns mercados - com crescimento da venda de carne de frango para o Egito e carne suína para a Rússia - o agronegócio gaúcho deixou de enviar farelo de soja para a União Europeia e a Coreia do Sul, o que resultou em queda nas exportações de agosto. Principal produto comercializado para fora do País pelo Estado, a soja tem enfrentado pressão do preço em dólar, destaca o economista Sérgio Leusin Júnior, do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE). A entidade divulgou ontem que as exportações do setor em agosto de 2017 totalizaram US$ 1,2 bilhão. Isso representa um recuo de 10% em valor frente ao mesmo período do ano passado. Também os índices de volume (-2,2%) e preços médios praticados (-8%) ficaram menores em comparação a agosto de 2016.
Apesar de ter aumentado a participação em alguns mercados - com crescimento da venda de carne de frango para o Egito e carne suína para a Rússia - o agronegócio gaúcho deixou de enviar farelo de soja para a União Europeia e a Coreia do Sul, o que resultou em queda nas exportações de agosto. Principal produto comercializado para fora do País pelo Estado, a soja tem enfrentado pressão do preço em dólar, destaca o economista Sérgio Leusin Júnior, do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE). A entidade divulgou ontem que as exportações do setor em agosto de 2017 totalizaram US$ 1,2 bilhão. Isso representa um recuo de 10% em valor frente ao mesmo período do ano passado. Também os índices de volume (-2,2%) e preços médios praticados (-8%) ficaram menores em comparação a agosto de 2016.
Em termos absolutos, a redução nas exportações foi de US$ 129 milhões. No acumulado do ano, as vendas representaram US$ 7,4 bilhões. Dentre os setores e destinos que impactaram, Leusin destaca que os Estados Unidos apresentaram uma maior oferta de oleaginosas, graças a boa safra no segundo e terceiro trimestres deste ano. "Os importadores estão escolhendo players com melhores preços", explica o economista, ao ressaltar que além da competitividade norte-americana, também a questão cambial influenciou. "O que a gente percebe é que o valor da soja tem diminuído em reais, o que acaba fazendo com que os produtores fiquem reticentes em relação à venda ao exterior."
Vendida principalmente em grão para a China, a soja também teve as exportações afetadas principalmente pela queda no valor do farelo (-24% cumulativamente). "Este ano está havendo redução significativa de farelo de soja para a Coreia do Sul e a União Europeia", comenta Leusin. Outro produto que comprometeu as exportações no decorrer deste ano foi o fumo. O economista da FEE explica que a safra menor de 2016, está sendo vendida agora, e que a produção de 2017 ainda não chegou à indústria. "Esse ano a safra gaúcha de fumo cresceu, mas as exportações ainda não estão ocorrendo, porque demora para o produto ser beneficiado." De acordo com a FEE, o fumo teve queda de 18,7% em volume e de 16% em valor, mantendo estabilidade nos preços. Este produto representou 10% da pauta de exportação do Rio Grande do Sul de janeiro a agosto, enquanto a soja foi responsável por 51,1% de tudo que foi embarcado pelo setor até o mês passado.
"Outro setor que tem impactado é o de produtos florestais, relacionados a problemas na Celulose Rio-grandense, que passou por uma explosão na caldeira em fevereiro e anunciou uma paralisação programada da produção, de agosto até novembro, o que vai impactar até o final do ano de forma significativa", comenta Leusin. A queda acumulada de produtos florestais de janeiro a agosto é de 26% em volume e de 22,5% em valor. Na contramão da tendência geral, o setor que apresentou maior elevação no valor exportado em agosto de 2017 foi o de carnes, com acréscimo de US$ 12,3 milhões (alta de 7,3% em valor e de 9,3% em volume). O crescimento das exportações de carnes deve-se principalmente às vendas de carne suína (15,7% em valor e 6,3% em volume), tendo a Rússia e Hong Kong como destinos que mais cresceram no segmento. 
Segundo o economista da FEE, a gripe aviária que vem abalando o setor de frangos, diminuindo a oferta em vários países, e o embargo que a Rússia está sofrendo da Europa e EUA, são responsáveis pelo aumento das exportações do produto pelo Rio Grande do Sul. "Também houve crescimento das exportações de frango para o Egito." Ainda de acordo com o estudo da entidade, os cinco principais setores exportadores do agronegócio em agosto de 2017 foram: complexo soja (US$ 651,8 milhões), carnes (US$ 181,8 milhões), fumo e seus produtos (US$ 158,8 milhões), produtos florestais (US$ 42,0 milhões) e couros e peleteria (US$ 32,2 milhões).
O segundo maior crescimento nas exportações do agronegócio ocorreu no setor de cereais farinhas e preparações, "movimento explicado pela elevação expressiva nas vendas de arroz (66,1% em valor e 130,0% em volume), sobretudo, para o Senegal", pondera Leusin. Os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho foram: China (52,5%), União Europeia (13,0%), Estados Unidos (3,5%), Rússia (3,1%) e Coreia do Sul (2,7%). Esses destinos concentraram 74,8% do valor das vendas externas em agosto.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Secretaria de Comercio Exterior
 

Aprovado projeto que simplifica acordo da dívida rural

O Senado aprovou o projeto que institui um procedimento menos burocrático para a renegociação do crédito rural. De acordo com o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 354/2014, agricultores inadimplentes poderão renegociar suas dívidas de forma mais ágil, diretamente com as instituições financeiras que integram o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), como o Banco do Brasil. A proposta segue agora para votação na Câmara dos Deputados.
A autora, senadora Ana Amélia (PP-RS), afirma que muitos produtores rurais são levados a contrair novos empréstimos para quitar débitos anteriores, sendo frequente a necessidade de renegociação. Em muitos casos, segundo a senadora, a falta de ambiente para entendimento leva à judicialização dos conflitos relativos ao crédito rural, atrasando a solução e prejudicando a produção de alimentos.
Ela diz ainda que os problemas de endividamento dos produtores serão solucionados com mais agilidade e menor custo se as instituições financeiras forem incentivadas a promover acordos por meio de processos administrativos.
O texto define regras para esses acordos, como o estabelecimento de prazos. Para a conclusão de um processo de renegociação prevê até 180 dias, com a possibilidade de prorrogação por igual período, "mediante comprovada justificativa".
Determina ainda que, após receber do agricultor o pedido de negociação da dívida, o banco terá até 60 dias para responder. Serão analisadas, entre outros aspectos, a proposta de quitação apresentada pelo credor e sua capacidade de cumprimento do novo acordo. O banco poderá pedir perícias técnicas e sugerir mudanças na proposta, caso o agricultor seja devedor de outros empréstimos rurais. Se aprovada, a proposta terá força de título extrajudicial. Se for indeferida ou rejeitada, o agricultor poderá reapresentá-la desde que haja mudança em alguns dos fatores que orientaram sua análise.
O PLS 354/2014 foi acatado pelos senadores com emenda do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que estabelece critérios específicos e indispensáveis, como comprovação de prejuízos e perdas, para a prorrogação de caráter obrigatório, ou seja, não haverá indeferimento se os pré-requisitos forem todos cumpridos, nem haverá necessidade de intervenção do Conselho Monetário Nacional (CMN).