Com uma alta de 1,70%, o Índice Bovespa atingiu ontem os 74.319 pontos e registrou novo recorde histórico, superando o pico anterior, de 73.516 pontos, de 20 de maio de 2008. A alta expressiva do pregão desta segunda-feira desafiou diversas análises fundamentalistas que sugerem uma desaceleração do índice, dado o rali que se estende desde o mês de julho. Com o resultado do dia, o Ibovespa passa a contabilizar ganho nominal de 4,92% em setembro e de 23,40% em 2017.
A valorização generalizada na bolsa brasileira foi atribuída a uma conjunção de fatores, internos e externos. Em Nova Iorque, as bolsas tiveram ganhos expressivos, acima de 1%, refletindo fatores como a menor tensão geopolítica e o enfraquecimento do furacão Irma, cujos prejuízos devem ser menores que o inicialmente esperado.
Internamente, contribuem os sinais de recuperação econômica e a contínua melhora de percepção dos investidores em relação ao governo e ao cenário político.
Os cenários mais benignos levaram a um aumento do apetite do investidor estrangeiro por ativos de risco, o que vem dando sustentação às ações, mesmo com o Ibovespa sendo considerado "esticado", estando suscetível a uma correção.
Gustavo Macêdo, sócio da Vokin Investimentos, não descarta uma correção nas ações, mas aposta na continuidade do movimento altista, baseado na melhora de indicadores conjunturais. "Embora seja racional dizer que a bolsa pode realizar lucros, também é racional dizer que ela pode continuar subindo. Isso porque temos hoje um País bem diferente do que tínhamos pouco tempo atrás", disse ele.
Na análise por ações, os destaques ficaram com Petrobras ON e PN, que avançaram 2,19% e 1,90%, respectivamente. Os preços do petróleo subiram na bolsa de Nova Iorque, mas ficaram estáveis na de Londres. Vale ON avançou 1,77%, e Itaú Unibanco PN ganhou 1,69%.
No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,39%, aos R$ 3,1052. O giro financeiro somou US$ 1,81 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,0792 (-0,83%) e, na máxima, aos R$ 3,1062 ( 0,38%).