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Política Monetária

- Publicada em 07 de Setembro de 2017 às 18:40

IPCA recua e mercado fala em juros abaixo de 7%

A forte turbulência no cenário político nos últimos dias contrasta com dados cada vez mais positivos vindos da economia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de agosto em 0,19%, abaixo das estimativas do mercado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. Em 12 meses, o índice oficial de inflação está em 2,46%, o menor desde fevereiro de 1999, quando ficou em 2,24%. Para agosto, a taxa é a menor desde 2010 (0,4%). Já no ano, o IPCA tem alta de 1,62%, a menor alta nesse tipo de comparação desde 1994.
A forte turbulência no cenário político nos últimos dias contrasta com dados cada vez mais positivos vindos da economia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de agosto em 0,19%, abaixo das estimativas do mercado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. Em 12 meses, o índice oficial de inflação está em 2,46%, o menor desde fevereiro de 1999, quando ficou em 2,24%. Para agosto, a taxa é a menor desde 2010 (0,4%). Já no ano, o IPCA tem alta de 1,62%, a menor alta nesse tipo de comparação desde 1994.
Também nesta quarta-feira, o Banco Central (BC) reduziu a Selic, taxa básica de juros, de 9,25% para 8,25% ao ano. Até a véspera do feriado de 7 de setembro, as apostas do mercado financeiro apontavam para uma Selic de 7,25% no fim do ano. Com isso, igualaria o nível mais baixo da taxa de juros no Brasil, em 2012, no governo Dilma Rousseff. Mas, com a inflação em níveis tão baixos, economistas começam a apostar em uma taxa ainda menor, até abaixo dos 7%.
E, diferentemente da época do governo Dilma, quando a queda da Selic foi mais uma questão política, sem amparo nas condições macroeconômicas (quando o ex-presidente do Banco Central Alexandre Tombini deixou o cargo, no ano passado, os juros já estavam em 14,25% ao ano), a avaliação agora é de que há condições para o País, finalmente, manter tanto a inflação quanto a Selic em níveis baixos, o que tem um efeito benéfico tanto na vida das pessoas quanto das empresas.
"A nossa expectativa é que a inflação se mantenha baixa pelo menos nos próximos dois anos", disse o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados. "E, com a inflação em níveis mais comportados, a Selic pode cair e se manter, o que não é usual no Brasil." O senão nesse quadro, diz, é a questão fiscal, ainda muito complicada, e que só vai se resolver com a aprovação das reformas econômicas, especialmente a da Previdência.
Para o economista, a inflação deve ficar este ano em torno de 3%, o que pressionará o BC a baixar ainda mais os juros, talvez até abaixo dos 7,25%. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Quando essa meta é descumprida, o presidente do banco precisa enviar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando porque isso ocorreu.
Além da sazonalidade. Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC e sócio-diretor da Schwartsman & Associados, a surpresa com o IPCA de agosto mostra que o resultado vai além de questões puramente sazonais e da queda nos preços dos alimentos. Segundo ele, as condições para o IPCA fechar até abaixo de 3% este ano são crescentes.
Além disso, o ambiente desinflacionário que tende a persistir em 2018 - ainda que em menor magnitude - deve permitir que a Selic continue caindo em 2018, a despeito dos sinais de retomada da atividade econômica. "A possibilidade de aumento de juros no ano que vem é remota. O desemprego ainda está muito elevado", afirmou.

Acionada regra que tira ganho da poupança

A oitava redução seguida da taxa básica de juros ativou a regra que diminui a rentabilidade da poupança, mas, ainda assim, a caderneta consegue superar o ganho de algumas aplicações de renda fixa, como fundos com taxas salgadas e títulos bancários. Ao cortar os juros para 8,25% ao ano, o Banco Central acionou o gatilho que faz a poupança render 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial). A regra vale quando a taxa básica é igual ou menor que 8,5% ao ano. Na regra normal, o rendimento é de 0,5% ao mês mais TR.
Cálculos de Juliana Inhasz, professora de finanças do Insper, mostram que a caderneta rende mais que CDBs que remuneram 80% do CDI, mas perde para o Tesouro Selic no longo prazo. Esses dois investimentos também são afetados pela queda do juro e têm incidência de Imposto de Renda. "A rentabilidade da poupança cai, mas a caderneta continua atrativa para o pequeno investidor que não quer deixar o dinheiro parado em uma conta-corrente", explica.
Quem tem pouco para aplicar esbarra na dificuldade de obter uma taxa atraente em CDBs de bancos tradicionais. Para melhorar o ganho, é preciso pesquisar em instituições menores, que costumam oferecer rentabilidade maior.
"Esse investidor também dificilmente consegue uma taxa de administração boa em fundos. Então a poupança vai continuar sendo um dos melhores investimentos para esse público."
Levantamento da Anefac (associação de executivos) mostra que a caderneta rende mais que fundos com taxas de administração superiores a 2% ao ano, independentemente do prazo da aplicação. Mesmo aqueles com taxa de 1% ao ano perdem para a caderneta se o resgate for feito em até seis meses.
O gatilho que reduz o ganho da caderneta entrou em vigor em maio de 2012. Por ser isenta de Imposto de Renda, a aplicação seduzia investidores de fundos, em um contexto em que as altas taxas de administração corroíam o ganho desses produtos.

Na esteira do Copom, bancos cortam taxas

O Banco do Brasil (BB) anunciou na quarta-feira nova redução nas suas taxas de juros das operações de crédito imobiliário, que terão taxas menores nas modalidades Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e Carteira Hipotecária (CH). O BB já havia reduzido os juros dessas linhas na última rodada do Copom, no final do mês de julho.
Para as linhas do SFH, as novas taxas passam a variar no intervalo entre 9,24% a 10,44% ao ano, ante os 9,74% e 10,69% ao ano cobrados até aqui. Já na Carteira Hipotecária, as taxas eram 10,65% e 11,74% ao ano e agora serão reduzidas para 10,15% na mínima e 11,49% ao ano no maior patamar.
O Santander também cortou as taxas de suas principais modalidades de crédito à pessoa física. A taxa mínima do crédito pessoal caiu de 1,79% ao mês para 1,69% ao mês. Já a taxa mínima de financiamento de veículos passou para 1,12% ao mês.
O Bradesco vai repassar o corte de 1 ponto percentual da taxa Selic para as suas principais linhas de crédito de pessoa física e pessoa jurídica.
O Itaú Unibanco também anunciou nova redução nas taxas de juros de suas linhas de crédito para cliente pessoa física e jurídica.