Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Agronegócios

- Publicada em 07 de Setembro de 2017 às 17:59

Conab aponta recuperação do setor agrícola

Safra recorde de milho e estoque elevado são fatores de preocupação

Safra recorde de milho e estoque elevado são fatores de preocupação


/EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
A agropecuária seguirá como um dos motores da economia brasileira e deverá recuperar a participação no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Para a companhia, no entanto, alguns produtos terão que equilibrar a relação entre oferta e demanda para garantirem a rentabilidade aos produtores. O produto que mais preocupa é o milho, com uma safra atual recorde e com um estoque que chega ao triplo do registrado na última safra de 2015/2016.
A agropecuária seguirá como um dos motores da economia brasileira e deverá recuperar a participação no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Para a companhia, no entanto, alguns produtos terão que equilibrar a relação entre oferta e demanda para garantirem a rentabilidade aos produtores. O produto que mais preocupa é o milho, com uma safra atual recorde e com um estoque que chega ao triplo do registrado na última safra de 2015/2016.
"Se houver uma safra como foi a atual, recorde, isso traz uma pressão muito forte no mercado, dadas as condições que a gente observa hoje de preços em queda", diz o superintendente de Gestão da Oferta da companhia, Wellington Silva Teixeira. "Saímos de um estoque de 7 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas de uma safra para outra. Isso traz preocupação e a necessidade de que o produtor observe isso e possa calcular melhor o que vai plantar."
A análise está no estudo Perspectivas para a Agropecuária, Safra 2017/2018, apresentado na quarta-feira pela Conab. De acordo com a pesquisa, os preços domésticos do milho encontram-se abaixo do preço mínimo, sobretudo no Mato Grosso, estado com maior sensibilidade ao custo logístico. Em Sorriso (MT), as cotações do milho em julho fecharam a média mensal em
R$ 12,00 por 60 kg e com tendência de baixas ainda maiores, com o decorrer da colheita da segunda safra. O preço mínimo no Estado é R$ 16,50.
"Além da safra robusta de milho, a paridade de exportação mais baixa nos portos brasileiros devido não só aos preços em Chicago, mas à desvalorização do dólar frente ao real, bem como o alto custo de frete, ajudam a pressionar as cotações internas, causando apreensão nos produtores que não enxergam no curto prazo sinal de melhora", diz a pesquisa.
A Conab aconselha o produtor a diminuir a área plantada ainda mais do que a projeção de 2% a 5% para que seja atingida uma produção inferior a pelo menos 90 milhões de toneladas. Em 2016/2017, houve aumento da área de primeira safra, além das condições climáticas excelentes que permitiram ao Brasil atingir um volume de 97,2 milhões de toneladas, segundo a companhia. Atualmente, o milho é o grão mais produzido no mundo, sendo responsável por 42% de todos os grãos gerados, seguido por trigo (30%) e arroz (18%).
A taxa de crescimento do PIB agropecuário manteve-se em superior ao PIB brasileiro desde 2013. Esse cenário reverteu em 2016, quando o PIB agropecuário recuou 6,6%, e o PIB total caiu apenas 3,8%. Ou seja, a atividade agropecuária foi a que apresentou o pior desempenho em 2016, com uma forte retração relativa em comparação ao ano imediatamente anterior.
Para este ano, a expectativa é de retomada, de acordo com a Conab, embora não crave uma percentagem de crescimento. A expectativa tem sido acompanhada por outros agentes. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou, recentemente, a projeção de um crescimento de 10,9% para o ano, e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou uma alta de 14,9% no PIB agropecuário no segundo semestre em relação a igual período de 2016.

Soja seguirá liderando na rentabilidade, mostra pesquisa

Produto representou 13,72% das exportações do País no ano passado

Produto representou 13,72% das exportações do País no ano passado


FERNANDO KLUWE DIAS/FERNANDO KLUWE DIAS/SECRETARIA DA AGRICULTURA/DIVULGAÇÃO/JC
A soja, que tem um peso grande nas exportações brasileiras - representando 13,72% de toda a exportação brasileira em 2016, ou seja, US$ 25,42 bilhões -, continuará sendo o produto de maior rentabilidade ao produtor e liquidez de mercado, segundo o estudo Perspectivas para a Agropecuária, Safra 2017/2018, da Conab. Apesar de um cenário no qual o produto não está em seu auge, registrando, em 2016, o segundo ano de queda nos valores das exportações, puxadas, principalmente, pela baixa dos preços no mercado internacional, a companhia está otimista.
"A soja tem uma liquidez muito grande. Para se ter ideia, os estoques de passagem de um ano para o outro são muito pequenos, não representam nem 5% da safra. É um produto que vende muito rápido, ninguém segura estoque da soja, mesmo com cenário de oferta internacional grande, preços pressionados, esses preços ainda estão em patamares remuneradores. Os produtores falam que está ruim porque já esteve R$ 80,00 (a saca); agora, está R$ 56,00, mas é um bom preço", diz o superintendente de Gestão da Oferta da Conab, Wellington Silva Teixeira.
As exportações da soja para 2017 estão estimadas em 63 milhões de toneladas, valor 22% maior que o total exportado em 2016, podendo ser ainda maior, caso venham a ocorrer problemas climáticos nos Estados Unidos, possibilitando que o Brasil continue com as altas exportações, ou seja, nos meses de setembro a dezembro de 2017, antes do fim do ano da safra nacional.

Pecuária já percebe melhora, avalia superintendente da companhia

Imagem da carne brasileira ficou prejudicada após operação da PF

Imagem da carne brasileira ficou prejudicada após operação da PF


/RODRIGO FONSECA/AFP/JC
A pecuária brasileira mostra sinais de recuperação após os impactos da Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal (PF), com foco na falta de qualidade do produto em frigoríficos brasileiros. "O governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fez um trabalho muito forte de convencimento junto a esses mercados para mostrar a qualidade da carne brasileira. Foram problemas pontuais, o governo mostrou que não reflete a realidade da produção brasileira", diz o superintendente de Gestão da Oferta da Conab, Wellington Silva Teixeira.
De acordo com o estudo Perspectivas para a Agropecuária, Safra 2017/2018, as estimativas atuais indicam uma redução de aproximadamente 2% nos volumes a serem exportados neste ano, porém com uma receita de cerca de US$ 8,9 bilhões, ou seja, aproximadamente 9% acima daquela verificada em 2016, devido a uma melhora nos preços internacionais em dólar por tonelada, com destaque para a carne suína, o que favorece a receita com as exportações.