Grandes indústrias como a Ambev e a Natura estão se aventurando com lojas próprias no varejo digital. A iniciativa está sendo adotada por empresas de diversos setores: Mondelez (alimentos), P&G (higiene) e Suvinil (tinta) são algumas das que já colocaram a ideia em prática.
Para Silvio Laban, coordenador acadêmico do MBA do Insper, o movimento acontece porque, com o avanço da internet, surgem possibilidades de atender clientes individualmente, sem intermediação do varejo. Executivos das companhias afirmam, no entanto, que o momento agora ainda é de experimentar, e não de buscar altos lucros.
Leonardo Longo, diretor do Empório da Cerveja (loja virtual da Ambev), diz que iniciativas como o site fazem parte do esforço da empresa de tentar se preparar para o que será relevante no futuro. "Ainda não é um projeto no qual buscamos rentabilidade. Mas, quando isso se transformar em um 'business grande', teremos as habilidades necessárias."
A entrega por assinatura também foi a estratégia da P&G, a partir de entrega recorrente de lâminas de barbear da marca Gillette. Juliana Moretti, diretora de marketing da marca, afirma que a empresa busca atender a um público jovem, que traz novos comportamentos ao mercado e quer experiências de compra diferentes.
Algumas das indústrias vêm buscando aproveitar a rede de distribuição que já tem para que se torne parceira da loja virtual. A Suvinil, por exemplo, usa revendedores para fazer as entregas dos produtos vendidos em seu site. A loja virtual da empresa foi aberta há dois meses, por enquanto apenas em São Paulo.