O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reafirmou nesta segunda-feira (28) que não será candidato a qualquer cargo público em 2018. "Uma das formas de se fazer pressão a encarregados de órgãos de controle é tentar desqualificar sua atuação profissional, tentar vincular ao trabalho que faço hoje um jogo político futuro. Eu já falei que não sou e não serei candidato a coisíssima alguma, presidente, governador de Minas Gerais, deputado, vereador, nem a síndico de prédio", declarou, no Rio, em evento promovido pelo jornal O Globo.
Respondendo a perguntas de jornalistas, Janot disse, Estado a delação da JBS, que se os delatores omitiram crimes relacionados ao PT, "a responsabilidade é deles". Eu não tenho investigado preferido, criminoso predileto. A colaboração deve ser espontânea. (O delator) se aproxima do MP e tem que revelar a prática de crime, entregar comparsas da organização criminosa e os delitos. O que vigora na organização criminosa é a lei do silêncio. Se esse colaborador omitiu crime de alguém, a responsabilidade é toda dele. Uma vez apurado (o crime), ele vai perder a premiação", disse.
Rodrigo Janot afirmou ainda que, ao deixar o posto na Procuradoria Geral da República, gostaria de se dedicar ao magistério, a um trabalho como consultor ou na área de compliance de empresas. Este setor se dedica a regular as empresas internamente de modo a prevenir que sejam cometidos crimes. Ele lembrou que passará por um período sabático de três anos, período no qual que não poderá exercer a advocacia.
"O compliance é um passo à frente no nosso processo civilizatório. O objetivo é evitar o ilícito. Não acredito que atividade empresarial queira conviver com insegurança. A partir do momento que tem atividade regrada, em que empresa passa a internalizar o risco de sua própria atividade, ela compartilha com o Estado o controle. É algo bem interessante. O caminho vai ser este. É o que eu imagino para mim depois que eu me aposentar", disse o procurador-geral.