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Política

- Publicada em 14 de Agosto de 2017 às 21:57

Carris deve ser liquidada, avalia ex-conselheiro da companhia

Michel Costa atribui à segunda passagem gratuita a raiz da crise da Carris

Michel Costa atribui à segunda passagem gratuita a raiz da crise da Carris


MARCO QUINTANA/JC
Bruna Suptitz
Para Michel Costa, mais recente baixa do governo de Nelson Marchezan Júnior (PSDB), a Carris não se sustenta nem mesmo para ser vendida à iniciativa privada. "A Carris não vai ser privatizada, a Carris tem que ser liquidada, encerrada", avalia o ex-presidente do Conselho de Administração da estatal de ônivbus.
Para Michel Costa, mais recente baixa do governo de Nelson Marchezan Júnior (PSDB), a Carris não se sustenta nem mesmo para ser vendida à iniciativa privada. "A Carris não vai ser privatizada, a Carris tem que ser liquidada, encerrada", avalia o ex-presidente do Conselho de Administração da estatal de ônivbus.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, Costa atribui à implementação da segunda passagem gratuita, em 2012, um prejuízo que hoje, segundo ele, é irreversível e não atrai investidores para a empresa. "Do ponto de vista econômico, para equilibrar mercado, ela não é referência", completa.
No dia 9 de agosto, ele entregou uma carta comunicando a saída da diretoria técnica da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa) e da presidência do conselho da Carris, motivado pela denúncia de conflito de interesse entre as funções que exercia e o ramo de atuação da empresa de tecnologia, que realiza testes de instalação de GPS em ônibus, da qual foi sócio.
"Essa empresa que fui sócio - Safeconect AS - nunca operou, foi um negócio que tentamos fazer durante um ano e encerramos no dia 28 de novembro (de 2016). Uma das sócias dessa empresa se chama RFC Rastreamento. Esta continuou e seguiu usando o nome Safeconect", justifica Costa.
À frente da diretoria técnica da Procempa desde o início da gestão, ele liderava o grupo que está fazendo os testes para o uso de GPS em alguns ônibus da Carris, demanda que deverá se estender ao restante da frota de transporte coletivo da Capital devido a exigência de instalação do sistema, prevista na licitação de mobilidade urbana de Porto Alegre lançada em 2015.
A compra do dispositivo, contudo, será custeada com previsão do valor no preço da passagem. O ex-diretor conta que desconfiou de uma proposta de compra que constava no edital, prevendo um investimento inicial de R$ 7 mil e despesa de R$ 170,00 mensais de manutenção. Pelos cálculos da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o impacto seria de R$ 0,10 por passagem.
"Sou especialista no mercado e conheço muito. Não tem como custear o valor que estava dentro da proposta. Decidimos iniciar os testes, porque a ATP (Associação de Transportadores de Passageiros) não queria efetivamente testar com todo mundo", explica.
Recebendo novas propostas, Costa diz que chegaram ao valor de R$ 140,00 mensais, sem custo inicial de instalação. "Isso dá menos de meio centavo (no valor da passagem)", concluiu. O contrato, explica, será firmado diretamente entre a empresa fornecedora da tecnologia e as empresas de ônibus, cabendo à prefeitura incorporar o custo na passagem.
Costa sustenta a necessidade de um método de controle para que não se corra o risco de a EPTC aceitar uma nota com valor acima de mercado. E exemplifica: "Com todas as regras que tem, presenciei em fevereiro, na época de calcular a tarifa, notas fiscais de combustíveis de empresas diferentes, no mesmo dia e distribuidor, compras de 25 mil litros e 30 mil litros, uma a R$ 2,91 o litro e a outra R$ 2,70".
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