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Governo Federal

- Publicada em 06 de Agosto de 2017 às 16:34

Sem Janot, Lava Jato terá 'rumo correto', diz Temer

Raquel Dodge foi nomeada para a PGR pelo presidente Michel Temer

Raquel Dodge foi nomeada para a PGR pelo presidente Michel Temer


MARCELO CAMARGO/MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Segundo o presidente Michel Temer (PMDB), as mudanças na Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá Raquel Dodge como nova titular a partir de setembro, na Polícia Federal (PF) e no Supremo Tribunal Federal (STF), vão dar "o rumo correto à Lava Jato". Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente voltou a atacar a denúncia de corrupção passiva oferecida por Rodrigo Janot, e o acusou de ter "atuação política". Disse também que o diálogo prevalecerá sobre as retaliações, em referência aos deputados da base aliada que votaram a favor da sua investigação, na última quarta-feira, e negou a negociação de emendas parlamentares para garantir sua vitória na votação da Câmara.
Segundo o presidente Michel Temer (PMDB), as mudanças na Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá Raquel Dodge como nova titular a partir de setembro, na Polícia Federal (PF) e no Supremo Tribunal Federal (STF), vão dar "o rumo correto à Lava Jato". Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente voltou a atacar a denúncia de corrupção passiva oferecida por Rodrigo Janot, e o acusou de ter "atuação política". Disse também que o diálogo prevalecerá sobre as retaliações, em referência aos deputados da base aliada que votaram a favor da sua investigação, na última quarta-feira, e negou a negociação de emendas parlamentares para garantir sua vitória na votação da Câmara.
Apesar de não ter sido a primeira colocada da lista tríplice elaborada pelos procuradores, Raquel Dodge foi a escolhida de Michel Temer para ocupar a Procuradoria-Geral da República a partir de setembro. Segundo o presidente, sua chegada, aliada a mudanças no STF e na PF, dará "o rumo correto à Lava Jato". Temer também disse que nunca houve uma tentativa de destruição da força-tarefa.
"O rumo certo é o cumprimento da lei. Rigorosamente o cumprimento da lei. Não há como descumprir a lei sob pena de criar instabilidade social", afirmou o presidente na entrevista.
Sobre os deputados que votaram a favor de sua investigação por corrupção passiva, Temer disse que é preciso diálogo e negou uma possível retaliação aos infiéis, apesar da pressão do Centrão. Ele afirmou ainda acreditar que as pessoas que votaram contra o arquivamento da denúncia entregarão seus cargos no governo. Em relação ao racha interno do PSDB, o presidente minimizou e disse que o pacto do partido com a situação fiscal do país seria o suficiente para a votação da reforma da Previdência. Entretanto, ele admitiu ter ficado "decepcionado" com os tucanos. Mais uma ver, Temer fez duras críticas à denúncia de corrupção passiva oferecida por Rodrigo Janot. A chamou de pífia e inepta, e disse que "envergonharia qualquer aluno de segundo ano da faculdade de Direito". Para o presidente, o atual procurador estaria agindo politicamente.
Na entrevista, Temer também afirmou não conhecer o doleiro Lucio Funaro, colocou possíveis mudanças na PF a cargo do Ministério da Justiça e disse que, no dia da votação sobre sua investigação, não houve negociação de emendas parlamentares. Sua justificativa foi de que deputados estariam procurando Antônio Imbassahy para falar sobre as emendas.

Procuradores defendem operação Lava Jato nas redes

Em um dia, mais de mil pessoas haviam curtido e retuitado publicação do procurador Helio Telho (15,5 mil seguidores), de Goiás, sobre o Orçamento: "Lava Jato terá R$ 1,6 milhão para investigações em 2018. Escolas de samba do Rio de Janeiro terão R$ 13 milhões para uma semana de Carnaval".
Uma delas foi a também procuradora Monique Cheker (23,9 mil seguidores), do Rio, que acrescentou: "Tratar o combate à corrupção (verbas, estrutura) como prioridade deve pautar o voto do eleitor".
Telho e Cheker fazem parte de uma parcela do Ministério Público Federal que tem se destacado por comentar medidas do governo, ações de políticos e até de ministros do Supremo Tribunal Federal em redes sociais, onde também defendem a Lava Jato e causas ligadas ao trabalho.
Os perfis são marcados como "conta verificada" - ou seja, "de interesse público" e "autêntica", segundo o Twitter. O Conselho Nacional do Ministério Público recomenda aos procuradores que não façam nas redes pronunciamentos oficiais sobre casos em que atuam, publicações que possam ser percebidas como discriminatórias. É pedido que atuem "com reserva, cautela e discrição".
As recomendações não são obrigatórias. Vedada mesmo é a atuação político-partidária, o que não inclui críticas a ideias, projetos e programas, mas "ataques de cunho pessoal" a lideranças e partidos.
Deltan Dallagnol (130 mil seguidores no Twitter e 595 mil no Facebook) e Carlos Fernando dos Santos Lima (31 mil seguidores no Facebook), ambos da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, geram bastante repercussão.
Eles rebatem ataques, criticam editoriais e medidas dos Três Poderes. Quando o Supremo libertou o ex-ministro petista José Dirceu, Dallagnol listou decisões que mantiveram prisões preventivas de réus em casos como o de "posse de menos de 150 gramas de cocaína" e questionou o "tratamento diferenciado". Lima passou a usar as hashtags #quemnãodevenãoTemer e #2018iscoming ao reclamar das pessoas que acha serem inimigos da operação.
Em entrevista, disse que está exercendo "o direito de falar" e que se posiciona a favor de "limpar as eleições para ter uma democracia forte". Monique Cheker faz constantes referências ao ministro Gilmar Mendes (STF).

Operador de Aldemir Bendine tinha R$ 800 mil em cofre, revela Coaf

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) comunicou à Polícia Federal (PF) duas movimentações consideradas "atípicas", uma de R$ 800 mil e outra de R$ 30 mil, nas contas ligadas a Antônio Carlos Vieira da Silva Junior, preso preventivamente na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, apontado como "operador" do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine.
Na primeira transação, de maior valor, feita em uma conta recém-aberta no ano de 2011, os valores foram declarados ao Fisco e eram oriundos de um cofre pessoal.
O publicitário e seu irmão, André Gustavo Vieira da Silva, são investigados pela suposta operacionalização do repasse de
R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht ao ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, em 2015. De acordo com as investigações, inicialmente, ainda na presidência do Banco do Brasil, Bendine teria pedido R$ 17 milhões de propinas em troca da facilitação da rolagem de uma dívida da Odebrecht Agroindustrial.
A nova cobrança, de R$ 3 milhões, teria sido feita à época em que Bendine já estava à frente da Petrobras, em 2015. O repasse foi realizado em três parcelas de R$ 1 milhão em espécie cada. O colegiado comunicou movimentações de R$ 830 mil consideradas "atípicas" em relatório à PF no Paraná, onde Bendine está preso, levantado para identificar repasses ao departamento de propinas da Odebrecht.