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Opinião

- Publicada em 09 de Agosto de 2017 às 18:47

A descontinuidade dos projetos de mobilidade urbana

Embora o projeto do sistema de ônibus rápidos BRT (Bus Rapid Transit) tenha sido amplamente divulgado desde 2010 como solução para os problemas de mobilidade urbana em Porto Alegre, não chegou a ser uma grande surpresa a informação da prefeitura, nesta semana, de que não pretende tirar a ideia do papel tão cedo.
Embora o projeto do sistema de ônibus rápidos BRT (Bus Rapid Transit) tenha sido amplamente divulgado desde 2010 como solução para os problemas de mobilidade urbana em Porto Alegre, não chegou a ser uma grande surpresa a informação da prefeitura, nesta semana, de que não pretende tirar a ideia do papel tão cedo.
Prometida, em um primeiro momento, para ser concluída até junho de 2014, já que foi incluída no pacote de obras viárias preparatórias à Copa do Mundo, a iniciativa ainda patina e faltam recursos para concluir a primeira etapa: os corredores de ônibus.
Depois disso, ainda seria preciso fazer licitações para construir as estações e terminais, além de incluir as linhas no sistema de ônibus - possivelmente com nova licitação, já que seria preciso mudar itinerários, prever integrações e retirar dos corredores os ônibus da Região Metropolitana que entram na Capital e circulam por avenidas como Protásio Alves, João Pessoa e Bento Gonçalves.
Aliás, a integração com os municípios vizinhos foi o argumento definitivo usado pela atual administração para suspender a continuidade dos BRTs. Ou seja, só quando estiver bem estabelecido o modelo tarifário para quem pega um ônibus de outra cidade e vier a usar depois um BRT, bem como os trajetos, é que serão buscados os recursos para implementar o modelo.
Enquanto isso, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) - que, aliás, deve ser extinta pelo governo do Estado - estão fazendo reuniões para elaborar um projeto executivo. Se a ideia, de fato, for em frente, será em 2018. No atual momento, a prefeitura de Porto Alegre pleiteou o uso da verba carimbada para o BRT para outras obras da Copa, além de melhorias em macrodrenagem e pavimentação.
Mesmo que o sistema de corredores de ônibus rápidos não seja abandonado definitivamente, o fato é que a descontinuidade dos projetos de mobilidade urbana em Porto Alegre vem prejudicando a cidade. Só nos anos 2000, já foram pelo menos três iniciativas discutidas por longo tempo e que poderiam ter sido avanços para o transporte coletivo: o Portais da Cidade, a linha de metrô do Centro à Zona Norte e os BRTs.
Proposta pelo prefeito José Fogaça (PMDB, 2005-2010), a ideia dos portais previa terminais para baldeação. Na mesma lógica dos BRTs, reduziria o número de ônibus nos corredores, dando agilidade pelo menor trânsito nessas vias, e economizando recursos, tendo em vista o diagnóstico de que boa parte dos coletivos chega quase vazio ao destino final, no Centro. A ideia não vingou.
Depois disso, surgiu a proposta dos BRTs, na gestão de José Fortunati (PDT, 2010-2016), que também encampou o sonho de construir o metrô. A ideia do trem subterrâneo de passageiros entre a Rua da Praia e o Terminal Triângulo chegou até a Proposta de Manifestação de Interesse das empresas. Foi instalado um escritório do MetrôPoa na avenida Padre Cacique, onde uma equipe da prefeitura dava expediente desde 2012.
A estrutura foi desativada. O elevado valor sugerido por empreiteiras interessadas em construir o metrô fez com que se buscasse uma nova modelagem financeira, sempre com a parceria do município, Estado, União e o ente privado. Até que a crise econômica que atinge o País fez com que a ideia fosse sepultada, já que tanto a prefeitura quanto os governos estadual e federal passam por graves dificuldades financeiras.
Independentemente do projeto que seja tocado daqui para frente pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), é importante que tenha continuidade para que possa beneficiar a cidade.
 
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