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Publicada em 30 de Agosto de 2017 às 16:26

Diversificação eleva renda de produtores

Maristela Mendonça Krügel, zootecnista e apicultora, explica como o mel gera tantos produtos

Maristela Mendonça Krügel, zootecnista e apicultora, explica como o mel gera tantos produtos

MARCELO G. RIBEIRO/JC
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Ana Esteves
Em tempos de crise, muitos produtores rurais têm buscado novas alternativas de negócios, com foco na diversificação produtiva e incremento de renda. De olho nesta tendência, Sebrae e Senar, através do Juntos para Competir, criaram o espaço do Salão do Empreendedor, durante a 40ª Expointer. Nele, é possível conhecer nichos produtivos em expansão no Estado, com demanda crescente tanto no mercado interno como para exportação.
Em tempos de crise, muitos produtores rurais têm buscado novas alternativas de negócios, com foco na diversificação produtiva e incremento de renda. De olho nesta tendência, Sebrae e Senar, através do Juntos para Competir, criaram o espaço do Salão do Empreendedor, durante a 40ª Expointer. Nele, é possível conhecer nichos produtivos em expansão no Estado, com demanda crescente tanto no mercado interno como para exportação.

Apicultura ajuda em outras atividades rurais

Maristela dá dicas e faz demonstrações sobre a atividade no espaço do Sebrae

Maristela dá dicas e faz demonstrações sobre a atividade no espaço do Sebrae

MARCELO G. RIBEIRO/JC
No espaço da apicultura, os produtores podem simular um plano de negócios e saber qual o investimento inicial para diferentes perfis de produção. Se o objetivo é complementar a renda mensal, pode optar pela modalidade de 50 colmeias fixas que trará um retorno mensal de R$ 1.216,00. "É possível viver da apicultura, mas para isso, o investimento será maior. Se forem 200 colmeias a rentabilidade chega a R$ 4,4 mil. Se optar pelas colmeias migratórias, para aproveitar as floradas em diferentes lugares, a renda mensal chega a R$ 11 mil", diz a consultora do Sebrae e instrutora do Senar-RS, Maristela Mendonça Krügel.
Maristela destaca a importância da apicultura, não só para a produção de mel, mas para a polinização de outras culturas, como pomares de frutas. "Além de extrair o mel, o produtor também pode incrementar a produção de outras culturas que tenha na propriedade." No espaço, são feitas demonstrações dos equipamentos básicos para desenvolver a atividade apícola, como as caixas onde serão formados os enxames, roupa especial, centrífuga para extração e processamento do mel, além de produtos elaborados com mel como vinagre e cerveja.

Oliveiras atraem atenção no Estado

Pascotini, do Sebrae, lembra que retorno do investimento leva oito anos

Pascotini, do Sebrae, lembra que retorno do investimento leva oito anos

MARCELO G. RIBEIRO/JC
Outra atividade que também tem atraído a atenção dos produtores gaúchos é a olivicultura, desenvolvida desde 2005 no Rio Grande do Sul. É uma alternativa com muito potencial para crescer, com alto valor agregado, mas que possui peculiaridades que devem ser conhecidas.
"É investimento de longo prazo, com retorno só no oitavo ano de cultivo, tem que ter folego financeiro para investir", afirma o técnico do Sebrae, Pedro Brites Pascotini.
No espaço da olivicultura, o produtor recebe informações sobre as melhores estratégias para se dar bem no negócio, além de orientações sobre as regiões mais propícias do Rio Grande do Sul para o cultivo do fruto.
"Mostramos o zoneamento edafoclimático do Estado, com informações sobre solo, clima e relevo de todas as regiões. Assim, o produtor pode saber se sua propriedade é apta ao cultivo", diz Pascotini. O custo de implantação varia de R$ 15 mil a R$ 20 mil por hectare.
A área cultivada no Estado é de 2.100 hectares, com previsão de crescimento de 400 hectares ao ano. "Toda produção é voltada para o azeite. A azeitona de mesa ainda é um nicho a ser explorado." Para a próxima safra, a previsão da Secretaria da Agricultura (Seapi) é de chegar a 45 mil litros de azeite e 450 mil quilos de azeitona.
O Rio Grande do Sul conta com oito indústrias que desenvolvem 17 marcas de azeite, em 12 municípios. O valor de mercado do produto (em embalagem de 500ml) varia entre
R$ 45,00 e R$ 50,00.

Tecnologia aumenta produtividade de olerícolas

Produção em estufas tem inúmeras vantagens, afirma Bordignon

Produção em estufas tem inúmeras vantagens, afirma Bordignon

MARCELO G. RIBEIRO/JC
Uma estufa conceito para a cultivo de olerícolas tem chamado a atenção dos produtores que visitam o Balcão do Empreendedor, na Expointer. O técnico do Sebrae-RS, André Bordignon, diz que a intenção é apresentar uma tecnologia de cultivo que proporcione melhor lucratividade, com índices de produtividade 60% maiores do que a produção convencional. "Em ambiente fechado, é possível acessar o mercado no período de entressafra, adiantar a produção e conseguir melhores preços, já que evita a concorrência da época de safra convencional."
A intenção do espaço é apresentar detalhes como custos de implantação da estufa, para os produtores que desejem diversificar, ou incrementar os ganhos da propriedade. Para ganhar em escala, os técnicos do Sebrae indicam a construção de 500m² até 1.000m² metros quadrados de cobertura, cujo investimento oscila entre R$ 70 mil a R$ 100 mil. O cultivo em estufa tem sido usado tanto para culturas orgânicas, como convencionais, e se diferencia por conferir maior qualidade aos produtos e consequente incremento no preço. "Além disso, tem a vantagem de facilitar o manejo, em ambiente protegido do sol e da chuva, ser ergonômico, já que o cultivo é feito em vasos, elevados do chão, diferenciais que conquistaram os agricultores mais jovens."

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