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crédito

- Publicada em 28 de Agosto de 2017 às 12:31

BRDE tem lucro líquidode R$ 63,8 milhões no semestre

Klein diz que instituição precisa ser seletiva nas concessões

Klein diz que instituição precisa ser seletiva nas concessões


MARCELO G. RIBEIRO/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Nos primeiros seis meses de 2017, o resultado líquido do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) ficou em R$ 63,8 milhões. O lucro foi menor do que o realizado no primeiro semestre do ano passado, quando chegou aos R$ 77,6 milhões, mas acabou impactado por um Programa de Demissão Voluntária (PDV) ao qual aderiram 140 funcionários e que custou R$ 17,4 milhões no período. O BRDE ainda contabilizou um valor total de operações de créditos em queda, atingindo R$ 1,272 bilhão no período, mas explica a situação pela retração no crédito federal.
Nos primeiros seis meses de 2017, o resultado líquido do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) ficou em R$ 63,8 milhões. O lucro foi menor do que o realizado no primeiro semestre do ano passado, quando chegou aos R$ 77,6 milhões, mas acabou impactado por um Programa de Demissão Voluntária (PDV) ao qual aderiram 140 funcionários e que custou R$ 17,4 milhões no período. O BRDE ainda contabilizou um valor total de operações de créditos em queda, atingindo R$ 1,272 bilhão no período, mas explica a situação pela retração no crédito federal.
O balanço do BRDE, banco de desenvolvimento mantido pelos três estados da região Sul, foi divulgado ontem, em Porto Alegre. Ao comentar sobre o resultado, o diretor-presidente da entidade, Odacir Klein, ressaltou o papel do PDV (sem o qual, o lucro chegaria aos R$ 81,2 milhões, acima do realizado no ano passado) e defendeu a medida, que ajudará nos balanços futuros. "Com o avanço da tecnologia, são cargos já sem a mesma necessidade que tiveram no passado", comentou. A adesão significa a redução de um quinto do quadro, de servidores mais antigos e com maiores salários, que não devem ser substituídos.
Em tempos de torneiras fechadas no Bndes, principal fonte de recursos para o BRDE, também caiu o total emprestado pelo BRDE. No primeiro semestre de 2017, o crédito tomado chegou a R$ 1,272 bilhão, ante o R$ 1,844 bilhão repassado nos seis meses iniciais de 2016. Mesmo assim, o resultado é, em termos de recursos federais, melhor do que nos demais bancos. No fim de 2016, por exemplo, o BRDE respondia por 14,7% das operações indiretas do Bndes na região Sul - agora em junho, mesmo com a queda, ganhou participação, passando a representar 17%.
Vilã dos últimos períodos, a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, valor que o banco destina em seu balanço para cobrir as parcelas não pagas por seus clientes, teve a sua repercussão negativa enfraquecida no semestre. O BRDE ainda precisou destacar um valor alto, de R$ 123 milhões, para esse item (próximo aos R$ 131 milhões destacados no primeiro semestre do ano passado), mas a diferença acabou sendo na outra ponta, a da recuperação de créditos. Neste ano, com cobranças e renegociações, foram reavidos R$ 71 milhões, o que, no ajuste das contas, ainda resulta em uma perda de R$ 52 milhões. Mesmo assim, bem abaixo do ano passado, quando apenas R$ 26 milhões haviam sido recuperados, resultando em um prejuízo de R$ 105 milhões.
"O ano de 2016 foi assustador nesse sentido, porque começaram a vencer as carências dos empréstimos facilitados e estimulados dos anos anteriores, e isso resultou em muita falta de pagamento. Mesmo assim, conseguimos manter nossa inadimplência sob controle", afirma Klein. Em junho de 2017, a inadimplência dos clientes do BRDE estava em 2,7%, abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional, que era de 3,7%. A taxa é maior do que a registrada um ano antes (2,44%), mas já apresenta queda em relação ao fim de 2016, quando chegou aos 2,81%.
"Temos demanda por recursos, não há sobra, e temos que ser seletivos. O que possuímos de oferta estamos passando a projetos realmente viáveis e que representam desenvolvimento", defende Klein. Do total emprestado de janeiro a junho, quase metade (44,5%) aconteceu no Rio Grande do Sul. A agência gaúcha concedeu R$ 566 milhões, que alavancaram investimentos de R$ 1,239 bilhão.

Banco segue buscando fontes alternativas de crédito

Ainda que tenha diminuído a participação do Bndes em sua carteira de crédito, de 99% há dois anos para 97%, o BRDE segue nos esforços para diminuir a sua dependência "quase irresponsável", como analisa o diretor de planejamento, Luiz Correa Noronha, do banco federal. Em setembro, o BRDE assinará uma espécie de pré-contrato com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que, ainda em 2017, liberará ¤ 50 milhões para projetos ligados à sustentabilidade.
Em relação a recursos internacionais, Noronha também projeta liberar, no início de 2018, outra linha - esta, do Banco Europeu de Investimento (BEI), conhecido por ter as taxas mais baratas do mercado mundial. Também na casa dos ¤ 50 milhões, será voltada a vários segmentos, como pequenas e médias empresas.
O próprio BEI, além do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) e do banco do Brics, também integra a nova versão do programa BRDE Municípios, voltado às prefeituras da região Sul. Lançado no ano passado, o programa era viabilizado por um destaque de capital do BRDE, exigência legal que acaba diminuindo o patrimônio do banco e, com isso, reduzindo também o limite de repasses do BRDE.
Agora, terá cinco tipos de atuação: além do destaque, em menor volume, e dos bancos internacionais, o banco também trabalhará com recursos do programa Avançar Cidades, do Ministério das Cidades, com a prestação de serviços financeiros em geral e com o apoio às Parcerias Público-Privadas (PPPs), garantindo crédito aos vencedores dos leilões.