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Economia

- Publicada em 27 de Agosto de 2017 às 19:21

'Privatizar alivia, mas não resolve', afirma economista

Para Castelar, País corre risco de perder nota de crédito

Para Castelar, País corre risco de perder nota de crédito


/CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
Agência Estado
O economista Armando Castelar, do Ibre/FGV, afirma que a recuperação da economia não é pontual, mas o desarranjo das contas públicas, caso não seja resolvido logo, pode levar o País a semear uma nova crise. Ele lembra que medidas como o pacote de privatizações, anunciado pelo governo na última semana, aliviam a situação do Tesouro, mas não resolvem a questão. Leia, a seguir, trechos da entrevista.
O economista Armando Castelar, do Ibre/FGV, afirma que a recuperação da economia não é pontual, mas o desarranjo das contas públicas, caso não seja resolvido logo, pode levar o País a semear uma nova crise. Ele lembra que medidas como o pacote de privatizações, anunciado pelo governo na última semana, aliviam a situação do Tesouro, mas não resolvem a questão. Leia, a seguir, trechos da entrevista.
O governo tem se esforçado para transmitir a ideia de que a recuperação econômica é consolidada. A retomada é sólida?
Armando Castelar - Não é pontual. De maneira geral, vemos algumas indicações de que as coisas estão melhorando. Em setores como a construção civil, a recuperação é mesmo mais lenta, mas podemos dizer que a recuperação está andando. Isso é perceptível na indústria, no comércio, no setor de serviços, um pouco no mercado de trabalho, já há alguma melhora na concessão de crédito. E tem ainda um fator auxiliar, que é a queda contínua dos juros.
O pacote de privatizações do governo vai aliviar as contas?
Castelar - Alivia, mas não resolve. Do ponto de vista do Tesouro, vai ser eliminado o dreno de recursos, mas não é trivial fazer uma privatização desse tipo, tem uma série de questões que precisam ser bem amarradas. Mas é positivo pelo lado fiscal. O setor público, às vezes, não só não tem recursos como não tem capacidade de gestão.
O Brasil corre o risco de ter um novo corte pelas agências de classificação de risco?
Castelar - Sim, as agências nos olham com desconfiança. Em um horizonte mais longo, se o ambiente externo ficar menos favorável do que está agora, de forma a estressar preços e câmbio, podemos ter um novo rebaixamento. No curto prazo, ainda com juros em queda e recuperação da economia, talvez as agências esperem um pouco para ver como a recuperação cíclica vai ter impacto nas receitas tributárias, já que uma parte do déficit vem de a economia ter se contraído.
A recuperação mais robusta deve ficar para o ano que vem?
Castelar - Sim. O ano que vem pode ser de surpresa, de crescimento do PIB acima de 2%. Todo o ambiente de crescimento da América Latina deve nos ajudar a crescer um pouco mais no ano que vem também. A construção civil também deve começar a reagir, a juros mais baixos, o que é bom para o mercado imobiliário e pode até puxar a economia para cima, com alguma liderança. Tem setores que também foram muito mal, como comércio e transportes, que podem ter um crescimento mais forte em 2018.
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