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Economia

- Publicada em 22 de Agosto de 2017 às 19:56

Opinião econômica: Politicagem

Delfim Netto foi ministro, embaixador e deputado federal

Delfim Netto foi ministro, embaixador e deputado federal


/VALTER CAMPANATO/abr/jc
É cada vez mais difícil negar que, no meio de uma tempestade perfeita, Temer tem conseguido, a duras penas, fazer funcionar uma enfraquecida coordenação política. Por outro lado, a sua equipe econômica, sob fogo mais amigo do que inimigo, está administrando a geringonça "brasileira". Há uma sensível melhora nos indicadores macroeconômicos quando comparamos 2016 com 2017, que está praticamente fechado.
É cada vez mais difícil negar que, no meio de uma tempestade perfeita, Temer tem conseguido, a duras penas, fazer funcionar uma enfraquecida coordenação política. Por outro lado, a sua equipe econômica, sob fogo mais amigo do que inimigo, está administrando a geringonça "brasileira". Há uma sensível melhora nos indicadores macroeconômicos quando comparamos 2016 com 2017, que está praticamente fechado.
Acumulam-se informações que mostram que, lentamente e já no segundo trimestre de 2017, vamos crescendo. A indústria dá sinais aleatórios, os serviços parecem engrenados e o desemprego começa a ser absorvido. De qualquer forma, quando o IBGE nos informa que além dos 13,5 milhões de desempregados existem 6 milhões de subempregados, temos uma ideia do desastre provocado pelo "voluntarismo econômico" que comandou a política econômica e social a partir de 2012.
O desemprego é o mais cruel desperdício cometido por qualquer sociedade. Aumenta e dá visibilidade à desigualdade, que é um corrosivo para a sua solidariedade, sem a qual sua administração é muito difícil. Deveria ser evidente para gregos e troianos que "reformas", particularmente a da Previdência Social, são indispensáveis para, junto com algum desenvolvimento, combater o desemprego e tornar realmente possível o restabelecimento do relativo equilíbrio fiscal, com a redução gradual da relação dívida bruta/PIB. É preciso trazê-la para níveis que permitam compensar eventuais quedas da demanda privada, o que só pode ser feito quando o nível da taxa de juro real for pouco sensível ao aumento da relação dívida/PIB, como em 2009, quando havíamos reduzido a relação de 76% (no final do governo FHC) para 61% em 2008 (no segundo mandato de Lula).
O quadro econômico continua grave e preocupante, mas dá sinais de que melhora. A maior tragédia nacional, hoje, é o comportamento irresponsável e mesquinho de uma parte do Congresso Nacional, que, em pânico, revela a mais completa alienação com relação aos problemas da sociedade e está preocupada apenas em salvar o próprio umbigo...
A ridícula reação às medidas de controle de gastos, o comportamento oportunista e a manifesta incapacidade de organizar-se para promover a mais importante das reformas no longo prazo - a política - sugere que, de onde nada se espera, não sairá nada mesmo...
Economista, ex-deputado federal e ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura
 
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