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Economia

- Publicada em 16 de Agosto de 2017 às 23:28

Recuo do salário-mínimo afetará piso regional

Com redução, trabalhador terá R$ 10,00 a menos no final de cada mês

Com redução, trabalhador terá R$ 10,00 a menos no final de cada mês


BANCO CENTRAL/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
A redução do valor do salário-mínimo de R$ 979,00 para R$ 969,00, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018, terá reflexo no bolso do trabalhador e na economia. Associações que representam trabalhadores e empresas são unânimes em apontar que a decisão impactará também as negociações do piso regional no Estado. Hoje, o salário-mínimo nacional é de R$ 937,00, enquanto o regional é dividido em cinco faixas que vão de R$ 1.175,15 a R$ 1.489,24.
A redução do valor do salário-mínimo de R$ 979,00 para R$ 969,00, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018, terá reflexo no bolso do trabalhador e na economia. Associações que representam trabalhadores e empresas são unânimes em apontar que a decisão impactará também as negociações do piso regional no Estado. Hoje, o salário-mínimo nacional é de R$ 937,00, enquanto o regional é dividido em cinco faixas que vão de R$ 1.175,15 a R$ 1.489,24.
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, adianta que a definição do governo federal deverá "puxar para baixo" os patamares do salário-mínimo regional, cujas discussões deverão iniciar ao final deste ano. O integrante da CUT-RS repudia a diminuição. "O governo está tirando os pobres do orçamento", acusa. O dirigente argumenta que a postura adotada é muito ruim para a economia como um todo, pois ao se ter menos renda, o consumo retrai e agrava-se a crise.
O coordenador da CSP-Conlutas no Rio Grande do Sul, Érico Corrêa, afirma que os trabalhadores estão sendo colocados para pagar a conta da crise e da corrupção. O sindicalista sugere a realização de uma greve geral de 48 horas para chamar a atenção para as condições adversas enfrentadas atualmente e "assustar o governo". Corrêa reforça que, enquanto os salários estão sendo achatados, os tributos de insumos como os combustíveis vêm sendo elevados. Sobre o mínimo regional, o coordenador da CSP-Conlutas diz que a última negociação com o governo gaúcho foi complicada e a perspectiva é que seja mais difícil agora.
O presidente em exercício da Força Sindical-RS, Marcelo Furtado, duvida que a diminuição da projeção do salário-mínimo resulte na abertura de novos postos de trabalho e na diminuição do desemprego. "E o governo gaúcho virá com o mesmo discurso do federal, que o Estado está quebrado", antecipa. Furtado diz que para superar a crise é preciso propiciar salários e renda.
A presidente da Federasul, Simone Leite, também vê como negativa a posição do governo federal quanto ao salário-mínimo, em um momento em que o País necessita gerar emprego e renda. "É menos dinheiro circulando, o que impacta toda a sociedade", lamenta a empresária.
Simone acrescenta que a notícia vem em um período em que o trabalhador sofre com a recessão. A dirigente adianta que o mínimo nacional servirá de balizador para o regional, no entanto ressalta que há outros indicadores que irão compor o piso no Estado, como é o caso da inflação. Já o presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer, acredita que a medida do governo federal está correta, se for para ajustar a macroeconomia. "A inflação e os juros mais altos e o desemprego pesam mais sobre a população do que um salário mais baixo", frisa. Sobre os reflexos da decisão nas tratativas quanto ao piso regional, Noer também pensa que haverá impactos, contudo enfatiza que o mínimo gaúcho nem deveria existir.
O coordenador do Conselho de Relações do Trabalho da Fiergs, Thômaz Nunnenkamp, vê com naturalidade a revisão, pois era baseada em uma estimativa de inflação em 2017 de 4,5%, que caiu para 3,27%. "Está se usando a regra, que é a inflação mais o crescimento dos últimos dois anos, que foi negativo." Nunnenkamp diz que a redução de R$ 10,00 do mínimo diminui em cerca de R$ 3 bilhões as contas do governo para 2018.
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