Se a previsão do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte se confirmar, até o final de agosto o polo naval gaúcho sofrerá um novo golpe. Conforme a entidade, neste mês ainda a Gerdau deverá iniciar os cortes de blocos de aço que seriam utilizados na implementação da plataforma de petróleo P-72 para utilizá-los como sucata.
A Ecovix, empresa responsável pela integração da P-72 e que está em meio a um processo de recuperação judicial, mas que possui um projeto de reestruturação para equilibrar a sua situação financeira, não está comentando o assunto. Já a Gerdau, por meio de sua assessoria de imprensa, limitou-se a admitir que a empresa" participou do processo de licitação para a compra de sucata do Estaleiro Rio Grande (complexo da Ecovix), o qual encontra-se em andamento".
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado, afirma que a ação, sendo concretizada, representará o descaso dos governos federal e estadual com o polo naval gaúcho, assim como da Petrobras. A estatal descontinuou uma série de encomendas que fez ao Estaleiro Rio Grande. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte prevê que a Gerdau levará esse material para alguma das suas usinas siderúrgicas localizadas na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O presidente da Câmara de Comércio da Cidade do Rio Grande, Antônio Carlos Bacchieri Duarte, concorda que será mais uma notícia triste para a região. Para o dirigente, nada justifica utilizar um material já trabalhado para ser vendido como sucata. O empresário salienta que é preciso dar um destino adequado ao Estaleiro Rio Grande.
Além da P-72, a Ecovix também estava envolvida com a construção da P-71. Essa plataforma, diferentemente da P-72, já tinha suas obras em andamento quando foram paralisadas, em dezembro do ano passado. Machado ressalta que a P-71 não está incluída nessa transação para a venda de blocos para virarem sucata. O sindicalista explica que a Ecovix ainda acredita que seja possível a retomada do contrato com a Petrobras para a finalização desse projeto.