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Custo de Vida

- Publicada em 09 de Agosto de 2017 às 22:04

IPCA em 12 meses é o menor desde de 1999

Alta dos combustíveis promovida pelo governo Michel Temer e custo da energia pressionaram os preços

Alta dos combustíveis promovida pelo governo Michel Temer e custo da energia pressionaram os preços


Marcelo Camargo/MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Após ter registrado deflação em junho, a inflação no País voltou a subir em julho. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, teve alta de 0,24% em julho. Os vilões do mês foram justamente os que deram alívio no mês passado. Combustíveis e energia elétrica, que tiveram quedas em junho, voltaram a subir no mês seguinte.
Após ter registrado deflação em junho, a inflação no País voltou a subir em julho. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, teve alta de 0,24% em julho. Os vilões do mês foram justamente os que deram alívio no mês passado. Combustíveis e energia elétrica, que tiveram quedas em junho, voltaram a subir no mês seguinte.
No acumulado de 12 meses encerrados em julho, o índice ficou em 2,71%, mais alto do que a previsão dos analistas, de 2,66%. É a primeira vez em 10 anos que o índice em 12 meses fica abaixo de 3%, o piso da meta do governo federal. A meta passou a ser adotada em junho de 1999.
Atualmente, a meta de inflação do governo é de 4,5%, com variação de até 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A inflação ficou abaixo do centro da meta nas 13 capitais pesquisadas pelo IBGE.
Antes disso, o índice em 12 meses já havia sido menor em dezembro de 1998 e janeiro 1999, quando atingiu 1,65%. No acumulado dos sete meses do ano, a alta foi o 1,43%, a mais baixa para o período desde 1994, o início da série histórica medida pelo IBGE.
A alta dos combustíveis promovida pelo governo de Michel Temer e a mudança da bandeira tarifária nas contas de luz reverteram a queda de junho e pressionaram o índice de preços em julho. O governo autorizou aumento no imposto nos combustíveis em 21 de julho. Mesmo tendo ocorrido no final do mês, a medida teve impacto no IPCA, porque a gasolina tem peso importante no indicador. Alimentos, na outra ponta, deram alívio, devido à melhor safra.
Em junho, o País teve a primeira deflação em 11 anos, ao registrar variação de 0,23%, algo que não era visto desde 2006. Na ocasião, as quedas da conta de luz, da gasolina e dos alimentos ajudaram reduzir o índice.
O resultado de julho foi o melhor para o mês desde 2014 (0,01%). O dado do mês veio acima do que previam analistas consultados pela agência Bloomberg, que estimavam IPCA em 0,19%.
Com alta de 6%, a energia elétrica teve o maior impacto individual em julho. A gasolina subiu 1,06% e o etanol, 0,73%. Os combustíveis tiveram impacto do aumento de PIS/Cofins.
Os chamados preços administrados ou preços monitorados, cujas altas são aprovadas pelos governos, também pressionaram a taxa de julho.
Além da energia e dos combustíveis, subiram por exemplo os planos de saúde (1,06%), taxa de água e esgoto (1,21%), ônibus interestadual (2,15%) e gás de botijão (0,65%).
Para agosto, já está prevista a mudança da bandeira tarifária na conta de luz para vermelha, mais cara, em substituição à amarela, que está em vigor atualmente. Também estão previstas altas de pedágio e gás encanado em algumas partes do País.
A crise vem sendo apontada como causa da queda da inflação no Brasil, porque o desemprego e o endividamento das famílias derrubaram o consumo de produtos e serviços. Segundo o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, a despeito de oscilações pontuais, alguns segmentos têm registrado quedas de preços em razão da demanda mais baixa por produtos e serviços.
Esse fator, diz ele, ocorre inclusive com alimentos, que registram queda de preços por conta da safra melhor, e também porque as pessoas têm escolhido produtos mais baratos para sua cesta de compras.
 

Ganho real da caderneta de poupança em 2017 é o melhor em 11 anos

 Os poupadores podem comemorar. Em 2017 (de janeiro a julho), a caderneta de poupança registra ganho real de 2,79%, ou seja, acima da inflação. Segundo a plataforma de análise financeira Economatica é o melhor desempenho para o período desde 2006, quando o rendimento descontando a inflação foi de 3,04%.
Na comparação com outras aplicações, o melhor desempenho no ano até julho é o do índice Bovespa, que reúne as principais ações da Bolsa de Valores brasileira, com rendimento nominal de 9,45% e, descontada a inflação, 7,91%. Em 12 meses até julho de 2017, o melhor rendimento também é do Ibovespa, que nominalmente acumula 15,03% e, descontada a inflação, 11,99%. A poupança tem o terceiro melhor desempenho, com ganho nominal de 7,85%.

Três regiões entre as 13 pesquisadas tiveram deflação

Apesar da aceleração da inflação na passagem de junho para julho, três regiões voltaram a registrar deflação no último mês, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O IPCA saiu de uma queda de 0,23% em junho para avanço de 0,24% em julho. No entanto, ainda houve resultados negativos no último mês em Campo Grande (-0,24%), Porto Alegre (-0,12%) e Rio de Janeiro (-0,03%). Em Campo Grande - a maior queda -, as carnes registraram uma redução de 2,02% nos preços.
Já o resultado mais elevado, verificado na Região Metropolitana de Curitiba (0,49%), o aumento foi impulsionado pelas contas de energia elétrica, que ficaram 9,33% mais caras em razão do reajuste de 7,09%, em vigor a partir de 24 de junho. A taxa acumulada em 12 meses, entretanto, ficou abaixo do centro da meta, de 4,5%.

Juros ao consumidor recuam em julho após nova queda da Selic

A queda da taxa básica de juros (Selic) continua se refletindo na ponta das principais linhas de crédito disponíveis no mercado. Levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostra que, em julho, houve redução de juros em seis linhas pesquisadas. Foi a oitava redução consecutiva, com a taxa de juro média caindo de 7,64% ao mês para 7,58%, uma baixa de 0,06 ponto percentual. É o menor patamar de juros desde dezembro de 2015.
Houve queda inclusive nas linhas de crédito consideradas mais caras como cheque especial e cartão de crédito. No cartão, o juro mensal caiu de 12,33% para 12,29% ao mês. No cartão de crédito, a taxa passou de 13,46% para 13,34%. No comércio, os juros recuaram para 5,65% de 5,67%.
No crédito direto ao consumidor, usado para compra de automóveis, a taxa caiu de 2,17% para 2,15%. Também houve recuo nos juros dos empréstimos pessoais nos bancos, de 4,31% para 4,27%, e nas financeiras, de 7,89% para 7,80% ao mês.
"A redução da Selic e a expectativa de novas reduções, com a queda da inflação, derrubaram mais uma vez os juros na ponta do crédito. A queda da Selic reduz o custo de captação dos bancos", diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Anefac.
Também houve queda em três linhas de crédito para pessoa jurídica pesquisadas pela Anefac. A taxa de juros média geral para empresas apresentou uma redução de 0,05 ponto percentual, passando de 4,50% ao mês para 4,45%.