A decisão da presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, que também é presidente do Supremo Tribunal Federal, determinando, por meio de portaria, que os Tribunais de Justiça de todo o País enviem ao CNJ, em até 10 dias, informações sobre os salários e pagamentos feitos a juízes, para que as informações fiquem transparentes e disponíveis no site do órgão administrativo, foi bem recebida por parlamentares.
Salários dos deputados
Na mesma linha de transparência, o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) enviou documento à Mesa Diretora da Câmara, propondo que o presidente Rodrigo Maia, juntamente com os líderes, economize 10% das despesas do Legislativo, e reduza o salário dos parlamentares também em 10% até a retomada da economia. Segundo o deputado, esta seria uma maneira de o Poder Legislativo demonstrar para a sociedade que o Parlamento também está preocupado, e que os Congressistas querem colaborar neste momento de crise que vive o País. "Fiz isso porque vi que a Procuradoria-Geral da República queria ter um aumento de 16%, depois saiu fora, não quer mais. O Supremo, que queria reajuste, a presidente Cármen Lúcia já anunciou que o STF também não quer mais. A Câmara pode tomar essa decisão que vai ao encontro daquilo que a sociedade pensa", ponderou o deputado.
Dando o exemplo
Com essa medida, segundo Mauro Pereira, a ministra Cármen Lúcia, está querendo dizer: "nós não só somos os agentes que fiscalizamos a lei, que lutamos pela moralidade, mas nós também temos que dar o exemplo. Os juízes do Supremo não são só guardiões da Constituição, mas nós somos os primeiros a ter que respeitar a lei". Daqui para frente, acentua o parlamentar peemedebista, "transparência total, tudo bem claro. A cidadania é que vai fazer o julgamento. E, como ocorre hoje com os deputados, todo mundo sabe quanto o deputado ganha, e quanto gasta. Tudo é publicado na página da transparência", afirma o parlamentar.
Conectado à realidade
"O Parlamento precisa estar conectado à realidade", diz Ana Amélia (PP-RS), ao criticar o Fundo Partidário. A senadora afirmou que é natural, e com razão, a reação contrária da sociedade ao projeto de reforma política que tramita na Câmara e que cria um fundo para financiar, com dinheiro público, as próximas campanhas eleitorais. "Como explicar à população que R$ 3,6 bilhões serão gastos na campanha eleitoral quando faltam leitos nos hospitais, vagas nas escolas e policiamento nos bairros?", questionou.
Turbulência política
No entender de José Fogaça (PMDB-RS), o País vive um momento de grande turbulência política. Ele avalia que o Congresso Nacional perde, mais uma vez, a oportunidade histórica de fazer uma verdadeira e profunda reforma política. O parlamentar peemedebista considera inaceitáveis as propostas de criação de um fundo bilionário para as campanhas e do "distritão", sistema eleitoral que ele conceitua de baixa densidade democrática. Na opinião de José Fogaça, o presidente da República que vier a governar o País depois do "distritão" terá que negociar não com as bancadas, mas com cada parlamentar.