Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 13 de Agosto de 2017 às 16:42

O PT por completo

Detalhe da capa do livro de J. H. Dacanal

Detalhe da capa do livro de J. H. Dacanal


REPRODUÇÃO/JC
Há quem considere que o surgimento do Partido dos Trabalhadores e sua experiência no poder seja o maior e mais importante fenômeno da história política do Brasil. Ou, ao menos, o maior depois do período militar. Pode-se concordar ou não com a opinião, mas o fato é que, quando se pensa no Brasil das últimas décadas, é preciso estudar, analisar e refletir sobre o partido fundado em 1980 e que mudou o curso da História do Brasil.
Há quem considere que o surgimento do Partido dos Trabalhadores e sua experiência no poder seja o maior e mais importante fenômeno da história política do Brasil. Ou, ao menos, o maior depois do período militar. Pode-se concordar ou não com a opinião, mas o fato é que, quando se pensa no Brasil das últimas décadas, é preciso estudar, analisar e refletir sobre o partido fundado em 1980 e que mudou o curso da História do Brasil.
A nova classe e a história do PT (BesouroBox, 336 páginas, R$ 57,00), do jornalista e professor J.H. Dacanal, que, desde 1965, exerce suas atividades, é considerada a obra mais completa sobre o nascimento e a trajetória do Partido dos Trabalhadores. O volume é a reedição da obra publicada originalmente em 1999, porém com entrevistas e ensaios publicados no período 2015/2016. No livro estão reunidos todos os trabalhos que Dacanal, entusiasta do PT num primeiro momento, publicou sobre o partido.
Os ensaios ajudam a revelar os mistérios da história do PT, seu crescimento vertiginoso (venceu quatro eleições presidenciais), sua transformação radical a partir do final da década de 1980 e a derrocada, com os problemas que todos vimos na imprensa brasileira.
O autor analisa por que o PT, em seu entender, transformou-se numa organização com fortes vínculos com regimes totalitários da América Latina e seu envolvimento com episódios de corrupção.
Dacanal mostra como, a seu ver, já em 1990, o Partido dos Trabalhadores foi canibalizado, em um movimento tático brilhante, pela esquerda marxista-leninista e pelos remanescentes de grupos guerrilheiros da década de 1970, movimento que originou as famosas tendências. Essa percepção levou Dacanal a afastar-se do partido e a desvelar, em suas contundentes análises, a radical mutação do partido naquele período.
É certo que os temas são novos e que a História do Brasil se movimenta muito e com extrema rapidez como nunca. A análise profunda e multifacetada de Dacanal auxiliará os leitores a pensarem e refletirem sobre os acontecimentos políticos destas décadas, neste momento em que os brasileiros procuram caminhos que possam levar o País ao tão sonhado desenvolvimento econômico e social, que ficou mais uma vez adiado, por causa dos acontecimentos políticos e econômicos de nossa história recente.

lançamentos

  • Ética protestante muda caráter conformista do brasileiro - 500 anos da Reforma (Algo Mais Editora, 138 páginas), do jornalista e economista Silvio M. Lopes, neste 2017, no qual se comemora os 500 anos da Reforma Protestante, mostra como a indolência e o parasitismo que corroem nosso País há séculos estão se transformando em prosperidade e conquistas, por conta de movimentos evangélicos. Países com influência protestante prosperaram.
  • China - uma estranha no ninho (Edição da Autora, 128 páginas), da escritora, enfermeira e professora gaúcha Simone Travi, conta sobre o ano que passou na China, em 2008, onde, inclusive, trabalhou alguns meses como enfermeira em uma escola. Simone fala sobre alimentação, cultura e hábitos do país tão diferente, numa experiência marcante para ela, que a deixou mais forte e mais preparada para os inimagináveis encontros. 
  • Sociologia brasileira hoje (Ateliê Editorial, 376 páginas), organizado pelos professores Sergio Miceli e Carlos Benedito Martins, traz trabalhos de sociólogos de diferentes gerações sobre sociologia da cultura, da violência, da sociologia e estudos de gênero, com o propósito de refletir sobre a sociologia praticada no Brasil e questionar sobre a produção de obras relativas à matéria.

Elegância

Segundo os dicionários, elegância é uma harmonia caracterizada pela leveza e facilidade na forma e movimento, envolvendo eficácia e simplicidade. Donaire, garbo, bom gosto, distinção, delicadeza e graça são sinônimos. Elegância vem do latim, "elegantia" ou "elegans", e é uma forma bela de agir, demonstrar e expressar sentimentos.
Antigamente, elegantes eram as pessoas exigentes, que escolhiam muito e não aceitavam facilmente o que lhes apresentavam. Há quem diga que se nasce elegante. Outros acham que se você não é a Costanza Pascolato, o Obama ou o Paulinho da Viola, três elegantes de raiz, ainda assim dá para aprender a ser elegante. Elegância é difícil de ser ensinada e anda meio rara, mas vale a pena tentar, para melhorar a convivência e o planeta.
A internet amplificou a importância da imagem, e aí a elegância perdeu terreno. Quase tudo virou business, e até as estrelas de cinema e as celebridades em geral por vezes não dão a mínima para aparência, gestos, postura, educação, vestuário e outras características da elegância. Livros de etiqueta - que faz parte da elegância - estão meio em baixa, com exceção daqueles mais voltados para o sucesso pessoal e para o ambiente corporativo.
Sempre é bom lembrar que elegância é ser simples, espontâneo, verdadeiro. É elogiar mais do que criticar, ouvir mais do que falar e não fazer muita fofoca e comentários maldosos. Falar baixo, olhar nos olhos das pessoas, chamá-las pelo nome e tratar todo mundo bem, desde o mendigo até o Papa, é ser elegante. Dar o lugar, dar um sorriso, dizer desculpe, obrigado e com licença, presentear fora de hora, oferecer flores e abrir portas faz parte da elegância. Gestos comedidos, ajudar os outros, não ficar monologando sobre doenças, desgraças e desafetos, respeitar as regras do grupo e ser ousado sem radicalismos, isso é elegância.
Elegância não é só saber utilizar garfo e faca, usar a roupa certa e saber se comportar. Elegância é ficar feliz com a felicidade dos amigos, não achar que "com amigo não tem que ter estas frescuras". Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que vão desfrutá-la, é bom saber. Ser elegante não tem a ver só com nariz empinado, joias, roupas de grife, iates, carrões, mansões e sobrenome, e isso tudo não substitui os gestos e as palavras elegantes. Elegância tem mais a ver com ser gentil, delicado, útil e polido, e ter saúde, sabedoria e solidariedade. Ser elegante é não ficar contando vantagem, não falar em dinheiro em conversas informais e fazer algo por alguém, e este jamais saber o que você teve que se arrebentar para fazê-lo.
Elegância é não ficar espaçoso demais nem mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. Elegância é oferecer silêncio diante de uma rejeição e retribuir o carinho, os abraços recebidos e o apoio.
Elegante foi aquela senhora que estava com três empregadas no palacete e ela mesma foi preparar e servir sanduíches para os filhos e amigos. Elegante foi aquele vendedor de bala da esquina, que, quando recebeu um presente de Natal de um estranho que estava dirigindo um carro, ofereceu algumas balas como retribuição. Pequenos gestos, grande elegância.

a propósito...

Entre a rapidez dos gestos da comédia e a lentidão dos gestos da tragédia, que tal a serenidade elegante de encontrar o tempo necessário para você ter o domínio da sua presença? Tempo para entrar na vida, nos lugares e nos espaços dos outros suavemente, sorrindo, mostrando sua alegria e sua gratidão por estar vivo, compartilhando o positivo e entrando como se os sinos saudassem sua chegada. Que tal respeitar a você mesmo, se gostar e perceber que você, que é um e único, humildemente, significa tanto para que o mundo seja melhor, mais bonito e elegante?