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Energia

- Publicada em 31 de Agosto de 2017 às 21:44

Petrobras eleva entrega de óleo às usinas e reduz para os navios

Falta de combustível é generalizada no País e afeta todas as regiões

Falta de combustível é generalizada no País e afeta todas as regiões


HIAGO REIDOERFER/HIAGO REIDOERFER/DIVULGAÇÃO/JC
Ao elevar o fornecimento de óleo para as usinas térmicas, a Petrobras teve de reduzir a oferta do chamado bunker (óleo combustível) para os navios, a ponto de gerar filas de embarcações à espera de combustível em diversos portos do País, envolvendo todas as regiões, do Norte ao Sul. O problema, que começou pontualmente em meados de agosto, se intensificou na semana passada, ganhando uma abrangência nacional e gerando preocupação no setor, relatam as empresas de navegação e a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac).
Ao elevar o fornecimento de óleo para as usinas térmicas, a Petrobras teve de reduzir a oferta do chamado bunker (óleo combustível) para os navios, a ponto de gerar filas de embarcações à espera de combustível em diversos portos do País, envolvendo todas as regiões, do Norte ao Sul. O problema, que começou pontualmente em meados de agosto, se intensificou na semana passada, ganhando uma abrangência nacional e gerando preocupação no setor, relatam as empresas de navegação e a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac).
Segundo uma fonte, a Petrobras teve de aumentar o fornecimento de óleo para as térmicas em 160 mil toneladas durante o mês de agosto. Isso ocorreu, explicou a fonte, porque o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), determinou o maior despacho das usinas durante o mês, o que levou as contas de luz à bandeira vermelha, com custo de R$ 3,00 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.
Assim, sobrou menos óleo para os navios. Na terça-feira da semana passada, a Petrobras emitiu um alerta ao setor de navegação, avisando que a oferta de bunker em setembro vai ser ainda menor. Os especialistas explicam que o motor das usinas térmicas é similar ao dos navios. Por isso o óleo consumido é semelhante. Eles destacam que esse mesmo combustível abastece ainda as caldeiras das indústrias.
"A Petrobras tem contrato de fornecimento firme de óleo para as usinas térmicas, pois há uma preocupação com a segurança energética do País. A empresa não pode simplesmente deixar de fornecer óleo e, com isso, faltar energia no País. Não pode ter um apagão", alertou a estatal em comunicado. "Por outro lado, a Petrobras não tem contrato de fornecimento firme de bunker para navios. A empresa está agindo de forma preventiva e avisando aos navios que em setembro haverá menos bunker no País."
Segundo Cleber Lucas, presidente da Abac, há 14 portos no País que abastecem navios dos mais variado portes. "A gente vem recebendo reclamações de postergação de bunker desde meados de agosto, já que a Petrobras está priorizando as usinas térmicas. Começou de forma tímida e está se intensificando neste fim de mês, com reflexos em todo o País. Há relatos dos associados de que não há bunker em Santos, em São Paulo, e nas regiões Norte e Nordeste. Há filas de navios aguardando. A gente começa a se preocupar. Em cidades da região Norte, a navegação tem papel predominante."
Um empresa de navegação disse que não se lembra de um cenário como o atual para o setor. "Eu nunca vi ter bunker indisponível em todo o País. Ainda temos um estoque de 10 dias. Normalmente há disponibilidade no Rio e em São Paulo. Os navios são essenciais para transportar insumos como trigo para fazer pão, malte para a cerveja e insumos para a indústria. Não há previsibilidade", destacou o executivo de empresa.
Lucas lembra que "tudo isso compromete o processo produtivo no Brasil. As empresas de cabotagem são as que mais sofrerem, pois não conseguem ter um plano B,como as companhias de navegação que fazem transporte marítimo entre diferentes continentes. Vamos formalizar um pedido à Petrobras pedindo que a cabotagem seja priorizada".

Parente discute solução para venda da Liquigás

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que uma possível solução a ser apresentada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para solucionar restrições à venda da Liquigás para a Ultragaz "é uma questão que está sendo discutida especialmente com os compradores".
A Cade propôs a rejeição da venda, que faz parte do plano de desinvestimento da estatal. Aprovado em novembro de 2016 pela Petrobras, o negócio é estimado em R$ 2,8 bilhões.
Para conseguir aprovar a venda, é possível que as duas empresas apresentem alternativas ao Cade e, assim, comprovem que o negócio não vai gerar concentração de mercado. Parente não quis comentar, no entanto, quais são as soluções avaliadas.
Parente disse que "é difícil encontrar instituições ou desafios com o porte ou magnitude do setor público". Ao ser questionado se a Petrobras é um desafio maior do que foi a gestão do apagão, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Parente afirmou que "a crise de energia foi mais ampla".
"Por outro lado, a Petrobras tem questões que são prementes. Encontramos a empresa com elevadíssimo endividamento. Trabalhamos com empresa que estava muito machucada pelos eventos que nos antecederam, como os casos de corrupção. Para sair do alto endividamento, implementamos planejamento estratégico." Ele destacou que, pela primeira vez, a empresa estabeleceu duas métricas que serão levadas em consideração no plano estratégico. "Pela primeira vez, colocamos a segurança no mesmo patamar financeiro."