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Opinião

- Publicada em 17 de Julho de 2017 às 14:37

TAM: uma tragédia, 10 anos depois

O que aconteceu com o voo 3054 da TAM, há 10 anos, não foi "acidente", porque a tragédia era previsível. O Brasil vivia o limiar de um caos aéreo. Grandes companhias haviam quebrado, em crescente concentração no setor. Primeiro a Vasp e a Transbrasil desapareceram. Quando a Varig encerrou atividades, em 2006, Gol e TAM dominavam o mercado, sem estar preparadas para a responsabilidade. Isso aconteceu apesar de toda a luta que por 3,5 anos a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Varig, que presidi, travou, justamente às vésperas da solução, pois estourou o escândalo do mensalão em 2005 e o governo paralisou, nessa e em outras inciativas também.
O que aconteceu com o voo 3054 da TAM, há 10 anos, não foi "acidente", porque a tragédia era previsível. O Brasil vivia o limiar de um caos aéreo. Grandes companhias haviam quebrado, em crescente concentração no setor. Primeiro a Vasp e a Transbrasil desapareceram. Quando a Varig encerrou atividades, em 2006, Gol e TAM dominavam o mercado, sem estar preparadas para a responsabilidade. Isso aconteceu apesar de toda a luta que por 3,5 anos a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Varig, que presidi, travou, justamente às vésperas da solução, pois estourou o escândalo do mensalão em 2005 e o governo paralisou, nessa e em outras inciativas também.
Da tribuna, o deputado Júlio Redecker (PSDB), líder da minoria, denunciou o quanto estava perigoso viajar. Consciente dos riscos, ele havia participado de plantões nos aeroportos para recolher 20 mil assinaturas para a instalação da CPI do Apagão na Câmara. Uma semana depois do alerta, em 17 de julho de 2007, Redecker estava na lista de pessoas a bordo do Airbus da TAM, que saiu de Porto Alegre com destino a São Paulo e derrapou na pista molhada e curta de Congonhas. Naquele dia, morreram 199 pessoas, 98 gaúchas. Morreram com ele sete representantes do grupo "Tricoteiras dos Precatórios", aposentadas e pensionistas do Rio Grande do Sul que tricotavam na praça em frente ao Piratini, em protesto pelo não pagamento de precatórios de governos anteriores - que coube a mim recomeçar a quitar fazendo aprovar e promulgar uma lei para isso. Levavam uma manta de 200 metros com elas.
Era meu primeiro ano à frente do governo do Estado. Chamei todo o governo, e em especial o Instituto-Geral de Perícias (IGP), para ajudar no trabalho de identificação, em parceria com o de São Paulo, para abreviar a angústia das famílias. Em reunião com o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, e parentes das vítimas, exigimos uma reparação, que jamais chegou. O relatório final, mais de dois anos depois, não apontou responsáveis pela tragédia. Não há punidos. Por isso, a cada 17 de julho, é preciso lembrar todas as 199 vidas que tiveram ali abortados projetos e sonhos, e suas famílias, que sofrem sua falta e cobram por Justiça. É o que buscamos todos.
Deputada federal (PSDB)
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