Um dos magistrados nomeados na sexta-feira pela Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria oposicionista, foi detido pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) na noite de sábado, dia em que milhares de pessoas marcharam em Caracas contra o projeto do presidente Nicolás Maduro de reescrever a Constituição do país. Novos protestos estão previstos, incluindo uma paralisação de 48 horas durante a semana.
Maduro afirmou ontem que os magistrados, escolhidos pelo Parlamento para substituir os juízes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), considerados "ilegítimos" pelo órgão, serão presos "um a um". "Todos vão presos e todos terão congelados os bens, as contas e tudo mais. E ninguém vai defendê-los", disse Maduro durante seu programa semanal na TV pública.
O presidente do Congresso, deputado Julio Borges, confirmou a detenção do recém-nomeado magistrado Ángel Zerpa e denunciou no Twitter que havia tido início "uma perseguição da ditadura de Maduro a magistrados juramentados constitucionalmente".
A coalizão Mesa de Unidade Democrática (MUD) convocou para quarta-feira uma paralisação cívica nacional de 48 horas e, para sexta-feira, uma grande mobilização com o objetivo de dar mais força aos protestos. O anúncio foi feito pelo deputado Simón Calzadilla.
No sábado, milhares de pessoas responderam ao chamado da coalizão oposicionista e se mobilizaram em Caracas e outras cidades venezuelanas. Os manifestantes lutam contra o projeto de Maduro de convocar eleições para o próximo domingo, para Assembleia Constituinte. Até agora, cerca de 100 pessoas morreram em conflitos entre o governo e a oposição.