Depois de as universidades parceiras da prefeitura de Porto Alegre informarem que a rematrícula dos alunos que cursam graduação por meio do programa Unipoa, da prefeitura da Capital, poderia passar a ser cobrada dos estudantes, pois não haveria interesse do município em manter o projeto, o prefeito Nelson Marchezan Júnior foi às redes sociais confirmar que não serão mais concedidas novas bolsas de Ensino Superior.
Conforme o prefeito, os alunos que já são beneficiados pelo Unipoa não serão afetados com a medida, e, se cumprirem os requisitos exigidos - pelo menos 75% de presença e 100% de aproveitamento nas disciplinas que cursaram em 2017/1 -, "continuarão a ser apoiados no segundo semestre deste ano e até o fim de seu curso". Os convênios serão renovados tão logo as instituições de ensino enviem para a Secretaria Municipal de Educação (Smed) os dados sobre o rendimento de cada aluno.
A iniciativa municipal consiste em isentar instituições de Ensino Superior de impostos em troca da concessão de bolsas de estudo para jovens com comprovada carência financeira. Marchezan justificou a descontinuidade do programa para novos bolsistas alegando pouco resultado e custos muito altos. "Não serão abertas novas vagas. O programa terminará com a formatura ou a exclusão por falta de aproveitamento dos atuais bolsistas. O programa concedeu mais de 10.000 vagas nos últimos sete anos, mas formou menos de 250 alunos. O custo-benefício para a sociedade é inaceitável", afirmou o prefeito.
De acordo com ele, o Unipoa custou R$ 51 milhões do Tesouro do município nos últimos sete anos, e, com esses recursos, teria sido possível atender 2 mil crianças por ano em creches. "O programa não é a prioridade do município. A Constituição determina que o município se ocupe de Educação Infantil e Fundamental. Porto Alegre tem um déficit de mais de 10.000 vagas em Educação Infantil. Essa é e continuará sendo a prioridade desta gestão", disse o prefeito.