Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 21 de Julho de 2017 às 18:02

Doces Guimarães se aproxima da marca de 200 itens

'O varejista quer algo diferente e somos receptivos a essas mudanças', afirma Rodrigo Guimarães

'O varejista quer algo diferente e somos receptivos a essas mudanças', afirma Rodrigo Guimarães


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Tatiana Prunes
A Doces Guimarães, tradicionalmente conhecida pela qualidade de seus produtos, sobretudo pelas rapaduras, nasceu pelas mãos de Saul Pedroso Guimarães e João Carlos Guimarães, com a produção de melado e açúcar mascavo, há mais de um século. No início, toda a fabricação era feita de forma artesanal: moía-se a cana-de-açúcar em uma moenda de madeira com tração animal, e o caldo da cana era fervido até se transformar em melado; então colocava-se o produto num tacho sobre uma fornalha, que, após nova fervura, se transformava rapadura. Ao esfriar, embrulhava-se o doce em palha de milho. Era um processo em que todos os familiares participavam, desde o cultivo da cana até a embalagem da rapadura.
A Doces Guimarães, tradicionalmente conhecida pela qualidade de seus produtos, sobretudo pelas rapaduras, nasceu pelas mãos de Saul Pedroso Guimarães e João Carlos Guimarães, com a produção de melado e açúcar mascavo, há mais de um século. No início, toda a fabricação era feita de forma artesanal: moía-se a cana-de-açúcar em uma moenda de madeira com tração animal, e o caldo da cana era fervido até se transformar em melado; então colocava-se o produto num tacho sobre uma fornalha, que, após nova fervura, se transformava rapadura. Ao esfriar, embrulhava-se o doce em palha de milho. Era um processo em que todos os familiares participavam, desde o cultivo da cana até a embalagem da rapadura.
Só há 35 anos, no entanto, a empresa foi registrada com a marca Doces Guimarães, e passou a atuar de forma industrial, sem deixar de lado o perfil artesanal sem conservantes. De um histórico familiar que atravessou quatro gerações, o comando do negócio está a cargo hoje de Rodrigo Guimarães. Antigamente, o produto era entregue de carreta, levando dias para chegar a seu destino, lembra Guimarães, orgulhoso ao falar de suas origens. Atualmente, o portfólio possui 197 produtos, principalmente doces, mas está sendo ampliado com o lançamento de farinha de banana e de coco. "Hoje, somos uma empresa familiar, muito bem estruturada", afirma o executivo.
Empresas & Negócios - Como acompanhar o mercado com tanta restrição alimentar gerada por alergias, intolerâncias e dietas?
Rodrigo Guimarães - A empresa conta, hoje, com duas pessoas para cuidar apenas disso. Temos que ser muito rápidos nas decisões de produto, de lançamento e de venda. Portanto estamos sempre superantenados nessa questão de saudabilidade, que é o que todo mundo está procurando. A gente vem sempre lançando novos produtos e tem muito mais por vir. Porque não parou só na banana zero, no pé de moleque zero, que são alimentos sem açúcar. Queremos lançar mais itens voltados para a saúde, produtos sem glúten. A nossa planta, hoje, já é livre de glúten, a gente não usa farinha de trigo, pois já somos voltados mais para o lado natural, mas tem a questão do açúcar, que não pode ser consumido por muitas pessoas. Então lançamos as linhas zero açúcar, a paçoca zero, mariola zero, a farinha de coco, vários produtos que englobam toda essa questão de cuidado da saúde que hoje, queira ou não, é o produto do futuro. Além de tudo, temos a linha orgânica, que é livre de agrotóxico. São cinco produtos: o açúcar, o melado, a bala de banana, bala de banana com açaí e a mariola. E lançaremos, até o final do ano, mais 15 itens orgânicos.
Empresas & Negócios - Quais as regiões em que a empresa atua?
Guimarães - Estamos atuantes nas principais redes de mercado do Sul e do Sudeste, e em alguns estados esporádicos do Nordeste, mas não é uma distribuição focada, como já temos aqui. Existe a pretensão de irmos para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste, mas é uma questão mais complicada por causa da logística. A nossa maior dificuldade, atualmente, é a questão burocrática. Para vender para outro estado é totalmente diferente, e temos que nos adequar a maneira que cada mercado trabalha. E isso onera muito o produto. A logística brasileira é muito cara, consumindo cerca de 17% do faturamento. Tem a questão tributária que ninguém se entende. E quem acaba perdendo é a população, porque isso acarreta em ficar tudo muito mais caro. Em resumo, o Brasil é a indústria do carimbo, qualquer ação tem que levar uma carimbada, e isso toma muito tempo e dinheiro.
Empresas & Negócios - Em que níveis a empresa vem crescendo?
Guimarães - Felizmente, nós temos um time, os colaboradores, que são nossa maior conquista. Por isso estamos crescendo em torno de 20% a 25% por ano, com exceção de 2016, que foi um ano atípico, mas ainda conseguimos crescer 10%. Isso, volto a dizer, graças ao nosso time, que nos permite estar focado e sempre desenvolvendo novos produtos. Anualmente, temos tido um aumento de marcas em torno de 30%, ou seja, lançamos quase 30 produtos a cada ano. Isso porque a empresa é muito voltada para o varejista. Se recebemos uma encomenda de determinado produto, pesquisamos e vamos atrás para a confecção dele. O grande filão do mercado, hoje, é isso. O varejista quer algo diferente, somos receptivos a essas mudanças, e isso já está inserido na nossa política, no nosso DNA, no dos nossos supervisores e vendedores.
Empresas & Negócios - Qual o impacto das festas juninas no faturamento da empresa?
Guimarães - É o nosso Natal. A gente planeja essas festas de um ano para o outro. Já estamos desenhando as festas juninas de 2018, o que vai ter de lançamento, o que vamos fazer de exposição nas lojas. E as comemorações abrangem maio, junho e julho. Nós trabalhamos dois turnos nessa época quando a produção triplica e o quadro de funcionários, que hoje está em 190 pessoas, aumenta em 25%. Normalmente, a fabricação é de cerca de 120 mil quilos de doce por mês e, nesse período, nossa produção aumenta. A demanda é muito grande, e chega a faltar produto no mercado. Isso tudo é fruto de muito trabalho e, independentemente de crise, a gente acredita muito no Brasil, nas pessoas.
Empresas & Negócios - Qual a previsão de investimentos para os próximos anos?
Guimarães - Estamos investindo constantemente. Neste ano, já aplicamos cerca de R$ 500 mil em três equipamentos. Um deles em uma nova linha de paçocas, e outro, uma cobrideira, para a confecção de mais uma novidade, o pé de moça com chocolate, que será lançado até o final de setembro. Sem falar no parque industrial, construído há oito anos, que contempla uma área total de produção de 2,4 mil metros quadrados, construído dentro dos padrões que os órgãos de saúde exigem.
Empresas & Negócios - Quais as expectativas para o futuro?
Guimarães - A gente tem muita vontade de crescer, e vamos devagarinho para ir sempre, e esse é o segredo, além de estarmos de olho no mercado, que é muito volátil. Nós, como gestores, devemos estar antenados a estas mudanças e, acima de tudo, valorizar nossos colaboradores. Esse time que temos aqui é fundamental para uma empresa de sucesso. Mas o que mais atrapalha é a questão burocrática. O Brasil está indo para um ponto que eu não sei como vai ficar. Além de existir muito imposto, as federações não se entendem mais. Cada vez complicam mais.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO