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crise política

- Publicada em 19 de Junho de 2017 às 16:16

PSDB pode sair do governo, avalia Alckmin

Para Geraldo Alckmin (e), sigla não devia ter indicado ministros a Temer

Para Geraldo Alckmin (e), sigla não devia ter indicado ministros a Temer


NELSON ALMEIDA/NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Na véspera da apreciação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que o partido tem que aguardar a decisão da Justiça com "confiança e serenidade" e que pode sair da base do governo de Michel Temer (PSDB) a qualquer momento.
Na véspera da apreciação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que o partido tem que aguardar a decisão da Justiça com "confiança e serenidade" e que pode sair da base do governo de Michel Temer (PSDB) a qualquer momento.
Segundo Alckmin, o PSDB está acompanhando a crise dia a dia. "Podemos sair da base a qualquer momento. Sair é deixar de ter ministério, o que, aliás, eu acho completamente secundário. Quando houve o impeachment, fui contra que o PSDB ocupasse ministérios, sempre fui. Não deveria ter entrado, indicando ministros, mas a maioria decidiu", ressaltou.
O tucano paulista voltou a dizer que agora o importante é terminar as reformas. "É o que temos defendido. A reforma trabalhista, que vai estimular emprego e diminuir a informalidade, deve estar aprovada até o final do mês. Vamos aguardar a sanção pelo presidente da República. A reforma previdenciária, logo, logo, vamos saber o seu destino. E a reforma política é até setembro. Se não for feita até lá, não valerá para a próxima eleição."
De acordo com Alckmin, há três correntes diferentes dentro do partido. "Têm aqueles que querem sair imediatamente; aqueles que, assim como um casamento, é até que a morte dos separe; e a nossa posição, que é aguardar para completar as reformas, questão de 60, 90 dias. Nosso compromisso não é com o governo, mas com a retomada do emprego, o crescimento da economia e da renda da população. Se não saíssemos imediatamente, iríamos piorar a situação", afirmou.
Logo em seguida, porém, negou que estivesse dando prazo para uma eventual saída da base. "Não tem data, estamos acompanhando os fatos dia a dia, podemos sair a qualquer momento."
Sobre a situação de Aécio Neves, o governador disse que a sigla deve aguardar com serenidade a decisão da Justiça, com confiança e toda a oportunidade para que ele possa se defender. Questionado se Aécio teria condições de permanecer à frente do partido caso seja preso, Alckmin ressaltou que o senador já está afastado da presidência da legenda, atualmente sob o comando interino do também senador Tasso Jereissati.
Recentemente, o governador defendeu que o PSDB antecipe a convocação de uma convenção para escolha de um novo presidente e renovação da executiva nacional.
Segundo Alckmin, essa medida pode ser tomada, porque o estatuto tucano não prevê que um presidente possa ter o mandato prorrogado, situação atual de Aécio. "Tem que investigar, punir quem é culpado, inocentar quem é inocente. Mas o Brasil precisa funcionar. Estamos com 14 milhões de desempregados e outros 6 milhões no chamado desalento, que são aqueles que deixaram de procurar emprego. Precisamos redobrar o esforço. Aqui, em São Paulo, temos um bom modelo, investindo em infraestrutura."
 

PF pede mais prazo para finalizar investigação sobre Temer

A Polícia Federal (PF) pediu ontem mais prazo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin para finalizar o relatório da investigação sobre o presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
A PF entregou uma parte de documentos, mas a perícia das gravações feitas por Joesley Batista, um dos donos da JBS, ainda não foi concluída, de acordo com apuração da reportagem. Ao todo, os peritos analisam quatro áudios, um deles de uma conversa do empresário com Temer, no Palácio do Jaburu, em 7 de março.
O prazo dado por Fachin para o inquérito ser finalizado se encerrou neste domingo - sendo a segunda-feira o primeiro dia útil, quando a conclusão deveria ter sido entregue. O ministro é o relator da Lava Jato no Supremo, responsável também por casos ligados à delação da JBS, homologado por ele em abril.
O teor das informações prestadas pela PF ainda não foi divulgado pelo Supremo. Temer e Loures são investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a suspeita de terem cometido os crimes de corrupção passiva, participação em organização criminosa e obstrução de investigação a organização criminosa. Loures foi flagrado carregando uma mala de dinheiro de R$ 500 mil.

No Rio, João Doria nega candidatura ao Palácio do Planalto

Em encontro com empresários nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, o prefeito de São Paulo, João Doria Jr. (PSDB), voltou a negar que pretende ser candidato à presidência em 2018. "Não sou candidato a nada, sou candidato a ser o melhor prefeito de São Paulo", e emendou: "Meu compromisso é fazer uma cidade melhor e um País melhor. Nisso só tem uma bandeira, e ela não é vermelha, é verde e amarela".
Embora tenha negado as intenções presidenciáveis, Doria aproveitou a agenda no Rio para criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamado pelo tucano de "sem-vergonha", e afirmou que quer ser "querido pelo povo". "Lula tem a cara de pau de dizer que o País precisa do PT e da moralidade. Lula é o maior sem-vergonha do País e deu aula de imoralidade. Eu, não. Não estou na Lava Jato e não recebi dinheiro da JBS", disparou João Doria.
Pouco antes do evento, em um encontro rápido e reservado com o prefeito carioca, Marcelo Crivella (PRB), Doria já havia alfinetado o PT ao afirmar que o País enfrenta "13 anos de recessão e 14 milhões de desempregados".
Novato no ninho tucano, o prefeito paulistano foi elogiado por correligionários no Rio. "Sua gestão em São Paulo é uma esperança para o futuro do nosso Brasil, nesse momento tão difícil. Acompanhamos seu trabalho e achamos que ele deve se expandir para o Brasil", afirmou o deputado estadual Carlos Osório (PSDB).
A jornalistas João Doria disse que a decisão do PSDB de manter apoio ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) após a delação-bomba do empresário Joesley Batista não é "irrevogável". Apesar disso, ele entende que o partido deve esperar a decisão da Justiça.
"Se houver uma situação que implique o presidente Temer em uma culpa flagrante, evidentemente que o PSDB deve reavaliar esse apoio. Mas, enquanto isso, o partido não pode precipitar um juízo. Enquanto (o governo) merecer a estabilidade governamental com os ministros do PSDB, temos que oferecer essa garantia, mas não em caráter irrevogável", afirmou.
Questionado sobre o destino do correligionário Aécio Neves em caso de condenação, Doria admitiu que o momento é "delicado para o PSDB", mas voltou a argumentar que é preciso aguardar o Judiciário. Na palestra com empresários minutos antes, o prefeito, sem citar nomes, falou que a legenda cometeu erros. "Nós temos que olhar para dentro do partido. Também temos que fazer o mea culpa e reconhecer nossos erros."