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Opinião

- Publicada em 27 de Junho de 2017 às 16:16

Denúncias, ilações e a instabiliade política no Brasil

A denúncia era aguardada há semanas, mas, lá no fundo, milhões de brasileiros não queriam acreditar em algo tão desabonatório à ética e à classe política nacional, um presidente da República no exercício do mandato ser denunciado por corrupção. Pois foi isso o que se concretizou quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer (PMDB) e Rodrigo Rocha Loures (PMDB) por corrupção passiva.
A denúncia era aguardada há semanas, mas, lá no fundo, milhões de brasileiros não queriam acreditar em algo tão desabonatório à ética e à classe política nacional, um presidente da República no exercício do mandato ser denunciado por corrupção. Pois foi isso o que se concretizou quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer (PMDB) e Rodrigo Rocha Loures (PMDB) por corrupção passiva.
Eles são acusados de terem recebido propina do frigorífico JBS. Rocha Loures, ex-deputado e ex-assessor do presidente, é o "homem da mala", cuja corrida para pegar um táxi foi vista e revista dezenas e dezenas de vezes nos televisores dos brasileiros.
Na denúncia, está escrito que, entre os meses de março e abril de 2017, com vontade livre e consciente, o presidente da República, valendo-se de sua condição de chefe do Poder Executivo e liderança política nacional, recebeu para si, em unidade de desígnios e por intermédio de Rocha Loures, vantagem indevida de R$ 500 mil ofertada por Joesley Batista, presidente da J&F Investimentos S.A., cujo pagamento foi operacionalizado pelo executivo da J&F Ricardo Saud. Com todas as letras, claramente, referindo-se ao grupo empresarial que controla a JBS.
Na denúncia, baseada em gravações feitas por Joesley durante uma reunião com o presidente, Rodrigo Janot afirmou que Temer "ludibriou os cidadãos brasileiros e, sobretudo, os eleitores, que escolheram a sua chapa para o cargo político".
A frase foi dita pelo procurador-geral para justificar o pedido de que Temer pague uma indenização de R$ 10 milhões, por "danos morais coletivos". Janot afirmou que o ex-deputado Rocha Loures, também denunciado, foi um "executor de práticas espúrias de Michel Temer" e ressaltou que ele "violou a dignidade do cargo que ocupou". É uma vergonha para todo o Brasil, caso sejam confirmadas as denúncias.
Falando à nação ontem à tarde, o presidente refutou as acusações, argumentando que ilações e denúncias não são provas, e que falava isso baseado em seus 40 anos como advogado atuante no Direito Constitucional.
Concorde-se ou não com os argumentos, Temer falou com convicção, e como ele mesmo lembrou o importante mesmo são as provas. Claro que denúncia não é condenação, mas, como disse Janot, ninguém está fora ou acima do alcance da lei.
O fato é que o País começa a cansar-se de viver há três anos com delações, denúncias e escândalos em diversos ministérios em um conluio criminoso entre empresários e dirigentes de estatais. O Brasil precisa saber toda a verdade para, então, retomar a vida normal e voltar a crescer.
A denúncia será protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF), que a encaminhará à Câmara dos Deputados. Pela Constituição, a Câmara precisa autorizar abertura de processo contra o presidente da República em ação penal. Temer diz contar com os 172 votos necessários para barrar as acusações no plenário - a autorização do processo exige 2/3 dos votos, ou 342 dos 513 parlamentares da Câmara.
Os brasileiros anseiam pelo fim do lamaçal de corrupção que percorre os gabinetes de Brasília, cidade que parece ter se transformado em símbolo do que há de pior na política, com autoridades usufruindo de benesses que o poder concede.
Basta, a situação está muito além do que qualquer imaginação fértil poderia pensar em esquemas baixos contra a nação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que encaminhará a denúncia à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) assim que ela chegar à Casa. É o mínimo que os brasileiros esperam.
 
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