Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 22 de Junho de 2017 às 16:13

O desafio da Cracolândia

O extraordinário fenômeno denominado Cracolândia, que assola incisivamente a metrópole paulista, está a desafiar a inteligência e a urdidura dos bandeirantes. Após um recente levantamento da população da Cracolândia, que de certo modo externa a intenção de solucionar tão grave adversidade, conclui-se que a principal causa da permanência dessas pessoas lá é o predomínio da fobia generalizada.
O extraordinário fenômeno denominado Cracolândia, que assola incisivamente a metrópole paulista, está a desafiar a inteligência e a urdidura dos bandeirantes. Após um recente levantamento da população da Cracolândia, que de certo modo externa a intenção de solucionar tão grave adversidade, conclui-se que a principal causa da permanência dessas pessoas lá é o predomínio da fobia generalizada.
A presença, a ação e a quase única abordagem são feitas pela polícia e com elementos a ela aglutinados. Sabe-se que o ser humano, subordinado ao medo, torna-se incapaz de pensar adequadamente, de refletir e ponderar sobre tudo o que o aflige, externar seus desejos, pretensões e ambições. Diante da tragédia causada pela dependência química, só nos cabe sugerir que as abordagens sejam realizadas por psicólogos ou, na sua ausência, que a missão seja executada por assistentes sociais, antropólogos ou mesmo qualquer leigo que demonstre a intenção de ser útil, profícuo e prestativo. A ausência da ação policial e a presença amistosa de um conjunto harmônico, eficaz e constante, se não consagrar uma solução definitiva, certamente, tangenciaria em parte o epílogo dessa triste situação. Se reexaminassem o que foi dito sobre o medo, agravado pela ação policial, ser-nos-ia mais factível compreender e introjetar uma necessária abstração para aceitar, ou não, essa complexa incógnita que amarga, angustia e acerba o já sofrido povo paulistano. Esse cancro social, implantado no organismo citadino dos paulistanos, transfigura-se num legítimo e apavorante valhacouto de seres humanos transvestidos em criminosos, aguardando a presença messiânica de um histórico e imorredouro libertador dos irracionais, Philipe Pinel, que substituiu as grades segregadoras pela palavra plena de amor, de compreensão, ternura e afeto.
Jornalista e psicanalista
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO