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Internacional

- Publicada em 01 de Junho de 2017 às 17:10

Trump oficializa saída dos EUA do Acordo de Paris

Presidente quer buscar termos 'mais justos' para os norte-americanos

Presidente quer buscar termos 'mais justos' para os norte-americanos


SAUL LOEB /SAUL LOEB/AFP/JC
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou, nesta quinta-feira, a saída do país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, mas prometeu negociar um retorno ou um novo documento em termos que considere "mais justos" para os norte-americanos. "Fui eleito para servir os cidadãos de Pittsburgh, não de Paris", alegou. No Twitter, o prefeito da cidade da Pensilvânia, Bill Peduto, rebateu dizendo que respeitará o acordo e lutará para combater o aquecimento global.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou, nesta quinta-feira, a saída do país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, mas prometeu negociar um retorno ou um novo documento em termos que considere "mais justos" para os norte-americanos. "Fui eleito para servir os cidadãos de Pittsburgh, não de Paris", alegou. No Twitter, o prefeito da cidade da Pensilvânia, Bill Peduto, rebateu dizendo que respeitará o acordo e lutará para combater o aquecimento global.
O compromisso assumido pelos EUA era de reduzir de 26% a 28% as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2025. O governo de Barack Obama foi um dos fiadores do tratado. "Vamos buscar um acordo melhor", disse Trump a jornalistas, nos jardins da Casa Branca. A decisão era aguardada com ansiedade em todo o mundo, já que o país é o segundo maior emissor de gás carbônico do planeta, atrás apenas da China.
O presidente argumentou que o atual texto traz desvantagens para os EUA para beneficiar outras nações, e prometeu interromper a implementação de tudo que puder imediatamente. O acordo, assinado em dezembro 2015 durante a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, a COP-21, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2°C, buscando limitá-lo a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.
A saída dos EUA pode minar o tratado, o primeiro da história em que os 197 membros da ONU se comprometem a reduzir suas emissões. Assinando o acordo, Washington se comprometia também em transferir cerca de US$ 3 bilhões para países pobres como forma de ajudá-los a lutar contra as mudanças climáticas.
Antes de ser eleito, o republicano descreveu, em várias ocasiões, o aquecimento global como uma enganação criada pela China para prejudicar as empresas norte-americanas, e anunciou que iria "cancelar" o Acordo de Paris nos primeiros 100 dias após sua posse. Uma decisão necessária, segundo ele, para favorecer as empresas petrolíferas e produtores de carvão dos EUA.
No entanto, havia divergências dentro da própria equipe do presidente sobre o destino do compromisso assumido na gestão Obama. Enquanto o administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), Scott Pruitt, e o estrategista-chefe de Trump, Steve Bannon, defendiam que o país abandonasse o acordo, outro grupo, liderado pela filha do presidente, Ivanka, e pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, advogava pela permanência, prevendo que o acordo dá margem para ajustes nas metas assumidas.
Segundo levantamentos realizados por várias universidades e centros de pesquisa de diferentes países do mundo, a saída dos EUA do Acordo de Paris deve acrescentar 3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono emitido por ano na atmosfera, aumentando a temperatura da Terra entre 0,1°C e 0,3°C até o final do século. Também pode mudar a forma como outros governos, sobretudo os de nações em desenvolvimento, tratam o compromisso. Durante as negociações, países como China e Índia arrogaram-se o "direito de poluir" por mais tempo, já que sua industrialização é mais tardia.
No entanto, Pequim pretende anunciar nesta sexta-feira um acordo com a União Europeia para tomar medidas que "acelerem o processo irreversível de reduzir o uso de combustíveis fósseis". Tal entendimento e o consequente engajamento chinês poderiam, segundo analistas, mitigar parte do efeito da saída dos EUA do Acordo de Paris.
 
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