Foram as lacunas do mercado que levaram os sócios Rubens Machado, 48 anos, Gustavo Machado de Oliveira, 41, e Simone Koch, 45, a terem não uma, mas quatro empresas ligadas à área médica. Mais precisamente, aos remédios.
Os três são da área administrativa e trabalhavam em empresas da indústria farmacêutica. Rubens, há duas décadas no ramo, notou que a indústria começou a investir muito em pesquisa de medicamentos para doenças graves, como HIV e câncer, além de outras. São os chamados "medicamentos especiais", que, pelo preço alto, raramente entram no estoque das farmácias - muitas vezes por medida de segurança ou por precisarem de condições particulares de manuseio e armazenamento. Ou seja, muita gente que precisa acaba não tendo acesso porque simplesmente não há quem venda. Quer dizer, até 2010, não havia.
Daí nasceu a
Rakho Med, hoje uma empresa de assessoria de importação que traz medicamentos especiais sob demanda para o Brasil. "Se o paciente precisa de um medicamento que não tem aqui, nós assessoramos neste processo, garantindo a logística necessária", conta Rubens. Para isso, rastrearam a indústria em nível internacional, identificaram fornecedores confiáveis, fizeram um trabalho de divulgação do serviço junto à classe médica e especialistas e aprenderam na marra toda a burocratização da Receita Federal. Como o medicamento leva de 20 a 30 dias úteis para chegar e é pago à vista, eles mantêm o cliente informado a cada semana sobre os estágios da entrega.
Mas e o caso lá de cima, das farmácias? Então. A partir da experiência com a Rakho, eles decidiram abrir a ReMed, voltada para os medicamentos especiais nacionalizados, e que são vendidos à pronta-entrega ou encomendas, na rua Jari, nº 244, no bairro Passo D'Areia, na Capital. "Grandes redes estão se acordando para esse mercado. Nossa estratégia é agregar nos serviços", afirma Simone.
Algo que viam pairar entre os pacientes era a dificuldade de encontrar lugar para aplicação, uma vez que ninguém aplica vacinas sem saber a procedência do produto - não dá para comprar vacina em uma farmácia e chegar com ela em mãos num hospital para aplicar, por exemplo. Daí, nasceu a ImunoClin, clínica de vacinação que, além de vender as vacinas próprias, aplica os produtos oriundos da Remed - a clínica busca, inclusive, a aprovação para trabalhar com convênios. "Sou muito entusiasmado com os nossos negócios, porque vejo que eles fazem diferença", expõe Gustavo.
E as portas continuam a se abrir. Com tudo isso, farmácias começaram a procurá-los para distribuir. Como tinham o contato direto com a indústria, abriram a Marca, distribuidora que vende os medicamentos para empresas, operadoras, hospitais, clínicas e outras farmácias.