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Consumo

- Publicada em 26 de Junho de 2017 às 22:07

Mutirão de renegociação atrai 300 pessoas

Atendimento no prédio 50 ocorreu das 9h às 18h

Atendimento no prédio 50 ocorreu das 9h às 18h


FREDY VIEIRA/Fotos FREDY VIEIRA/JC
Aproveitando o fim do período de liberação das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o Procon Porto Alegre realizou ontem o 1º Mutirão de Renegociação de Dívidas - junto a diversas instituições financeiras -, em parceria com a Pucrs. Ao todo, foram atendidas 300 pessoas, que compareceram ao prédio 50 da universidade, das 9h às 18h, a fim de organizar a vida financeira, afetada pelo superendividamento. Neste grupo, o pedreiro Sérgio Miguel dos Santos, 52 anos, estava esperançoso.
Aproveitando o fim do período de liberação das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o Procon Porto Alegre realizou ontem o 1º Mutirão de Renegociação de Dívidas - junto a diversas instituições financeiras -, em parceria com a Pucrs. Ao todo, foram atendidas 300 pessoas, que compareceram ao prédio 50 da universidade, das 9h às 18h, a fim de organizar a vida financeira, afetada pelo superendividamento. Neste grupo, o pedreiro Sérgio Miguel dos Santos, 52 anos, estava esperançoso.
Há dois meses Santos não vinha conseguindo pagar a mensalidade de R$ 270,00 de um empréstimo que fez junto ao banco Itaú para sanar, em 10 meses, um débito que havia contraído junto ao cartão Hipercard. "Paguei as três primeiras parcelas, mas agora minha esposa e eu estamos desempregados", explica. Temendo entrar para o cadastro de inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o pedreiro aproveitou a oportunidade para pleitear uma redução no valor das mensalidades. "Se eu conseguir baixar para uns R$ 150,00 por mês já facilitará", comentou Santos, enquanto aguardava o resultado da negociação.
A ação na Pucrs reuniu representantes da Agiplan, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, BMG, Banrisul e Santander, que atenderam os clientes, sob a intermediação do Procon e do grupo de estudos sobre superendividamento da Escola de Direito. "A ideia é facilitar a vida de quem tem um passivo superior ao ativo, a fim de encontrar uma forma de saldar o que deve, seja através de redução de juros ou do aumento do número de parcelas", explica o professor de Direito do Consumidor, André Perin Schmidt Neto. Ele alerta que, quando a quantidade de dívidas compromete o mínimo necessário para viver, é preciso procurar ajuda imediatamente.
Este foi o segundo mutirão realizado pelo Procon-POA. O primeiro ocorreu em maio, na sede da entidade, onde foram atendidas 784 pessoas em 20 dias. "Naquela ocasião, conseguimos algumas boas negociações através da plataforma consumidor.gov", ressalta a diretora executiva do Procon Porto Alegre, Sophia Martini Vial. Já a parceria com a Pucrs estreou ontem, com a previsão de se repetir no final do segundo semestre deste ano. "É importante que o consumidor possa renegociar suas dívidas de forma sadia. O que temos visto é que muita gente está com seu crédito consignado acima do limite de 30%, o que é preocupante", observa a gestora do Procon. De acordo com Sophia, por serem o ponto central da família e terem acesso mais fácil ao crédito consignado, os idosos têm se endividado mais em meio à crise.

Espaço também foi destino para sanar dívidas de pequenos empreendedores

Simone tenta acordo com a Caixa Federal

Simone tenta acordo com a Caixa Federal


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Pequenos empreendedores, que viram as vendas caírem no ano que passou, têm reforçado o volume de inadimplentes junto às instituições financeiras. Ontem pela manhã, a empresária Simone Couto, 42 anos, foi até a Pucrs tentar uma nova negociação com a Caixa Econômica Federal, onde deve R$ 49 mil. "Eu já paguei um terço da dívida, e tentei renegociar em vários momentos, mas está sendo bem difícil de conseguir uma redução dos juros", comenta Simone, que tem uma serralheria. "Em 2016, meu faturamento foi lá embaixo e comprometeu muito meu orçamento", lamenta. A diretora executiva do Procon Porto Alegre, Sophia Martini Vial, destaca que só podem ser realizadas as renegociações via Procon nos casos nos quais não haja ação judicial movida pelo consumidor contra o banco ou vice-versa.
Consumidores que não compareceram ao evento e precisam da intervenção do órgão de defesa ainda podem fazer sua renegociação pelo portal consumidor.gov.br. "No Brasil, ao contrário de muitos países da Europa, não existe uma lei de proteção ao consumidor superendividado, então o que resta são iniciativas como esta, que protegem a dignidade humana, uma vez que muitas dessas pessoas se encontram em situação de miserabilidade", destacou Schmidt, lembrando que a instituição financeira tem o dever de renegociar com o cliente. "Até porque calculou mal a capacidade de quitação do crédito do consumidor", justifica. Segundo o professor de Direito do Consumidor da Pucrs, André Perin Schmidt Neto, alguns estudos interdisciplinares apontam que o superendividamento acarreta, inclusive, problemas psicológicos, afetando de forma grave a vida das pessoas.