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Conjuntura

- Publicada em 01 de Junho de 2017 às 19:50

Bndes promete mais rigor no crédito

Castro tomou posse ontem disposto a contribuir com a retomada do crescimento

Castro tomou posse ontem disposto a contribuir com a retomada do crescimento


/FREDY VIEIRA/JC
O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Paulo Rabello de Castro, destacou que tem sido classificado como "o sortudo" que disporá da folga de caixa que o banco tem hoje. Segundo ele, essa liquidez pode passar dos R$ 150 bilhões. Rabello de Castro observou, no entanto, que a instituição adotará critérios "rigorosíssimos" de análise de crédito.
O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Paulo Rabello de Castro, destacou que tem sido classificado como "o sortudo" que disporá da folga de caixa que o banco tem hoje. Segundo ele, essa liquidez pode passar dos R$ 150 bilhões. Rabello de Castro observou, no entanto, que a instituição adotará critérios "rigorosíssimos" de análise de crédito.
A antecessora de Rabello de Castro, Maria Silvia Bastos Marques, vinha sendo criticada por ter "sentado na liquidez" do banco e travado o crédito. O fogo amigo partia inclusive de dentro do próprio governo, que queria uma atuação mais firme do banco, principalmente para destravar as concessões e alavancar os investimentos no País.
Por outro lado, o excesso de recursos em caixa pode permitir que o Bndes devolva mais recursos ao Tesouro Nacional. No fim do ano passado, a instituição antecipou o pagamento de R$ 100 bilhões, o que permitiu a redução da dívida bruta do governo federal.
O novo presidente do Bndes defendeu, momentos antes da cerimônia de sua posse, a priorização da retomada dos investimentos industriais, já que o setor agrícola tem demonstrado bom desempenho. Ele também apontou que a principal preocupação agora é com a retomada do crescimento. "Não há desenvolvimento sem investimento. A preocupação neste novo ciclo é com o investimento industrial", afirmou Castro.
Sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, disse que é preciso comemorar o início do ciclo de alta da atividade. O PIB aumentou 1% nos três primeiros meses do ano na comparação com o último trimestre de 2016.
A respeito do papel do Bndes, destacou que o banco estimula o investimento, mas o ator principal é o empresário, "principalmente o de pequeno porte". Ele também minimizou críticas à gestão anterior. "Espero que não haja mais reclamações de empresários. O meu compromisso é que havendo demanda haverá oferta."
O novo presidente da instituição fez elogios à presidente anterior do banco, Maria Silvia Bastos Marques. "Tive uma boa aula de gestão com a Maria Silvia." Ele não quis responder o que fará diferente dela: "Não sei nem o que farei igual, quanto mais diferente".
Rabello de Castro descartou grandes mudanças na diretoria do banco. Segundo ele, poderá haver um ou dois reforços, especialmente em Brasília. "Há um ano cheguei ao IBGE e mantive 100% da diretoria. Gostaria que os atuais diretores do Bndes permanecessem e acho que vão", afirmou.
Castro afirmou que quer botar o País para ganhar o jogo. "Ainda estamos no 7 a 1, mas vamos reverter esse placar", disse em referência ao jogo entre Brasil e Alemanha. Para isso, afirmou que poderá trazer um ou dois "gandulas como reforço, especialmente em Brasília". "Queremos um dia voltar a crescer 5% ao ano, como mínimo". Também afirmou que "temos que cuidar muito dessa nova taxa de demanda de investimento".
Castro mandou um recado aos "empresários que tomam champagne em Nova Iorque". "Temos que tirar a taça deles", afirmou. Mas ponderou que não se pode confundir empresários que fizeram malfeitos com empregadores. O presidente do Bndes destacou que, como o Congresso abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pretende mostrar aos parlamentares o banco. Ele disse ainda que não se fala em planejamento estratégico no País, o que será a nova agenda.
O novo presidente do Bndes afirmou que vai tratar o frigorífico JBS com o "rigor que o controlador merece" e com o "carinho que o empregado merece". Após operações que somam R$ 8,1 bilhões, o banco possui cerca de 20% do capital da empresa. As operações são investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Operação Bullish, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
 

Deputados Carlos Marun prevê aprovação da reforma da Previdência antes de 15 de julho

O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou que o calendário de que "devemos e vamos seguir" prevê a aprovação da proposta na Casa antes do início do recesso parlamentar, previsto para começar em 15 de julho. O peemedebista afirmou que pedirá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem cabe pautar a matéria, que marque o início da votação para o final de junho, entre os dias 25 e 26.
"Entendo que podemos começar essa votação ainda no mês de junho, mas talvez no final do mês de junho. Temos aí a reforma trabalhista sendo votada no Senado, que também despende nossas energias. Então, diria hoje que o calendário que devemos e vamos seguir é a aprovação na Câmara em primeiro e segundo turnos ainda no primeiro semestre (Legislativo, antes do recesso parlamentar). O presidente Rodrigo Maia é quem decide sobre isso, mas acredito que deva, talvez, ser a posição dele também", disse Marun.
O presidente da comissão especial disse entender que, caso a votação da Previdência no plenário comece até 25, 26 de junho, haverá tempo hábil para concluir a apreciação da matéria na Câmara até 15 de julho, quando começa o recesso. "Entendemos que, em iniciando essa votação até o dia 25, 26 de junho, há tempo para votarmos primeiro e segundo turnos aqui na Câmara até o dia 15 de julho. Essa seria uma data limite para que pudéssemos votar aqui em primeiro e segundo turno", declarou.
Marun ressaltou que vai sugerir a Maia que inicie a votação nessa data. "Ela acontece depois das festas juninas, quando existe uma tradição de acompanhamento pelos parlamentares e o quórum aqui tradicionalmente não é robusto. Avaliando que é certo que a aprovação da reforma trabalhista no Senado traz ambiente positivo para PEC (da Previdência) aqui da Câmara, diria hoje que, da reunião ontem, houve muito conforto em sugerirmos essa data. Agora é uma decisão dele (Rodrigo Maia)", afirmou.
Em entrevista nesta semana, o presidente da Câmara já tinha dito que pretende colocar a reforma da Previdência em votação no plenário da Câmara antes do início do recesso parlamentar. Ele não deu, porém, uma data específica para o início da votação. Nos bastidores, aliados de Maia afirmam que ele aguarda o julgamento que pode levar à cassação do presidente Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), previsto para começar na próxima terça-feira, 6, para definir a data.
Na entrevista desta quinta-feira, Marun afirmou que, em razão da crise política, a base aliada dividiu "energias" entre a reforma da Previdência e votações no plenário, na tentativa de superar a imagem de "imobilismo" do governo. Ele disse, porém, que retomou o foco das articulações para a reforma. "Ontem, inclusive, reuni membros da base na comissão para ouvir deles um feedback em relação a quantas andam as discussões, o processo de esclarecimento de parlamentares ainda indecisos", disse.