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Mobilidade Urbana

- Publicada em 28 de Junho de 2017 às 22:23

Metrô do Rio perde 8 milhões de passageiros

Redução do número de viajantes reflete a crise do estado e do País, com o aumento de desempregados

Redução do número de viajantes reflete a crise do estado e do País, com o aumento de desempregados


TÂNIA RÊGO/TÂNIA RÊGO/ABR/JC
A crise econômica do estado tirou passageiros do metrô do Rio de Janeiro, de acordo com um balanço patrimonial da concessionária do sistema. Foram realizadas 46,7 milhões de viagens no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a uma queda de 14,5% em comparação com o mesmo período de 2016, quando o número chegou a 54,7 milhões. Em números absolutos, houve uma redução de oito milhões de embarques.
A crise econômica do estado tirou passageiros do metrô do Rio de Janeiro, de acordo com um balanço patrimonial da concessionária do sistema. Foram realizadas 46,7 milhões de viagens no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a uma queda de 14,5% em comparação com o mesmo período de 2016, quando o número chegou a 54,7 milhões. Em números absolutos, houve uma redução de oito milhões de embarques.
Para tentar reverter o quadro, a concessionária Metrô Rio lançou, na semana passada, um cartão promocional com custo de R$ 60,00 que dá direito a 42 viagens em uma semana - ou seja, cada uma sai por R$ 1,40. Considerando a tarifa atual, de R$ 4,30, a economia é de 66,8% (o total sairia por R$ 180,00). A oferta foi anunciada como um incentivo a cariocas e turistas no período de férias, embora tenha validade até o dia 30 de setembro.
O cartão "Eu amo férias" foi lançado em um momento no qual as projeções de fluxo não são animadoras. Segundo o professor de economia do Ibmec Gilberto Braga, tomando como parâmetro o número de passageiros do primeiro trimestre, o sistema pode encerrar o ano com 187 milhões de viagens pagas.
Caso a estimativa se confirme, haverá uma redução de 16% em relação a 2016, quando foram realizadas 216,8 milhões. "Essa projeção considera a hipótese de o metrô repetir nos próximos trimestres o volume de passageiros que a gente já conhece. Dá uma queda de 30 milhões de viagens pagas. A promoção, pelo que tudo indica, vem nessa linha, de atenuar os efeitos da crise."
Não é a primeira vez que a concessionária Metrô Rio faz uma promoção neste ano para tentar atrair passageiros. Em abril, foram oferecidas viagens gratuitas na Linha 4. E, no mesmo mês, a tarifa de embarque nas estações do trecho caiu para R$ 3,00.
O balanço de 2016 publicado pela Metrô Rio informou que, naquele ano, foram 240,9 milhões de passageiros transportados (incluindo gratuidades), o que corresponde a um aumento de 3,1% em relação a 2015 (233,6 milhões). As principais influências para o crescimento verificado, segundo a empresa, foram as alterações viárias na cidade, como as obras do VLT, a construção do BRT Transbrasil e a racionalização das linhas de ônibus. Apesar do resultado positivo, a concessionária já chamava a atenção para "a situação econômica da cidade do Rio de Janeiro, com o elevado número de demissões no setor privado e o declínio da população ocupada".
O cartão especial para as férias é vendido das 9h às 19h nas estações Del Castilho, Carioca, Largo do Machado, Botafogo, Cardeal Arcoverde, Siqueira Campos, Cantagalo, Nossa Senhora da Paz, Antero de Quental e Jardim Oceânico. O passageiro ainda leva de brinde um porta-cartão e um mapa de bolso com informações sobre os transportes da cidade e indicações de pontos turísticos.

No Norte e Nordeste, principal meio de transporte é informal

O estudo inédito Ligações Rodoviárias e Hidroviárias, referente a 2016, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o transporte público informal é um dos principais meios de mobilidade da população das regiões Nordeste e Norte do País.
Os transportes sem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) se concentram majoritariamente no Nordeste. Essa realidade é mais comum nas viagens de quem mora em cidades pequenas. As linhas de maior frequência são aquelas que se direcionam para as capitais, procedentes de seu entorno.
A informalidade também é grande no Norte de Minas Gerais, com grande número de linhas sem CNPJ para Belo Horizonte. A pesquisa analisou a rede urbana brasileira com base nas ligações por transporte de passageiros público e coletivo. A coleta de dados foi feita nos terminais rodoviários e hidroviários, nos pontos de venda de passagens, nas paradas de ônibus e nos locais de transporte alternativo de todos os municípios brasileiros.
De acordo com o gerente de Redes e Fluxos de Coordenação Geográfica do IBGE, Marcelo Motta, os dados podem contribuir não apenas na elaboração de políticas públicas, como também em estratégias de negócios. "O transporte público intermunicipal marca bem as regiões de influência das cidades. Ao mapear essas linhas, temos noção do alcance de onde vêm as pessoas para comprar bens e serviços. Isso pode servir de subsídio para o planejamento, por exemplo, de onde localizar um hospital", disse ele.
A pesquisa mostra ainda que em 320 municípios não foi registrado nenhum tipo de transporte intermunicipal público com regularidade temporal ou espacial.