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Opinião

- Publicada em 28 de Junho de 2017 às 22:18

Crise hídrica e o colapso da logística brasileira

Quando pensamos em falta de água logo realizamos a relação com o consumo humano, seja ligado à ingestão direta, higiene, produção e cultivo de alimentos ou coisas relacionadas, entretanto, outro ponto importante e que pouca gente leva em consideração é como a crise hídrica afetaria de forma muito relevante a logística dentro do Brasil. Antes de entender como isso pode ocorrer, temos que ampliar a visão de que isso só ocorreria, pois impactaria no fator humano, isso pode ser mais profundo e muito mais amplo, pois o cenário nacional possui características únicas.
Quando pensamos em falta de água logo realizamos a relação com o consumo humano, seja ligado à ingestão direta, higiene, produção e cultivo de alimentos ou coisas relacionadas, entretanto, outro ponto importante e que pouca gente leva em consideração é como a crise hídrica afetaria de forma muito relevante a logística dentro do Brasil. Antes de entender como isso pode ocorrer, temos que ampliar a visão de que isso só ocorreria, pois impactaria no fator humano, isso pode ser mais profundo e muito mais amplo, pois o cenário nacional possui características únicas.
Temos que partir do ponto que a falta de água iria inviabilizar a reutilização de veículos e/ou carrocerias em um tempo hábil para sua reutilização. Existem produtos que necessitam de um transporte muito especifico e que não possuem uma oferta adequada de veículos, por isso, muitos são utilizados, higienizados e, depois, utilizados novamente. Isso é importante para manter o custo do transporte dentro de condições possíveis para os embarcadores e para aqueles que realizam o transporte. Caso não fosse possível reutilizar, o custo do frete nesses casos seria bastante elevado, o que faria com que o mercado sofresse bastante e todas as camadas da sociedade iriam sofrer impactos.
Outro ponto importante disso é o transporte hidroviário de cargas, que atualmente já possui limitações dentro do Brasil, mas que acaba auxiliando de forma importante os demais modais disponíveis. O desaparecimento dessa válvula de escoamento iria sobrecarregar o transporte rodoviário de uma forma tão grande que o mesmo não teria condições de suportar a demanda. Isso se desdobraria em um colapso gigantesco na logística brasileira, transportes não conseguiriam ser realizados, produtos iriam passar de seus prazos de validade e não chegariam aos distribuidores e mercados a tempo para comercialização.
Isso também se refletiria nas vias nacionais que teriam um volume maior de caminhões nas estradas, se deteriorando com mais rapidez, além disso, o volume de tráfego também seria maior, o que causaria mais congestionamentos, atrasando os fretes ainda mais. Seguindo nessa linha, o meio ambiente também sofreria, pois, a emissão de CO2 seria maior, ampliando o impacto que hoje já é grande.
Todos os anos alguma região do País sofre com a seca e naturalmente pensamos em como isso impacta diretamente nosso cotidiano, a questão que devemos refletir é que isso é muito maior do que a calçada que deixamos de lavar ou o banho que passa de 10 para 5 minutos. É importante observar que todo um ecossistema maior sofre com a falta de água e isso poderia ser catastrófico setores primordiais da sociedade.
Head of Trucks da CargoX

Vale supera a resistência dos sócios minoritários e reestrutura a empresa

Mesmo se tornando sem dono, mina, ferrovias e portos terão de ser preservados

Mesmo se tornando sem dono, mina, ferrovias e portos terão de ser preservados


VALEC/VALEC/DIVULGAÇÃO/JC
Apesar da resistência de minoritários e alguns integrantes de fundos de pensão, os acionistas da Vale aprovaram por ampla maioria na semana passada, a primeira etapa do plano de reestruturação da empresa. Os seis itens da pauta foram aprovados com percentuais que vão de 68,02% a 78,14% das ações - cada item foi votado separadamente. O objetivo é diluir os acionistas da Vale, de modo que a companhia deixe de ter "dono" e possa ser listada no Novo Mercado, o mais alto nível de governança da B3 (ex-Bovespa).
Na prática, caso a Vale consiga ingressar no Novo Mercado, ela terá menos ingerência do governo e dos demais acionistas majoritários, e seu Conselho de Administração terá mais autonomia. Hoje, a Vale é controlada pela Valepar, holding que reúne BndesPar, Bradespar, a japonesa Mitsui e fundos de pensão, entre eles Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Petros (Petrobras).
Mesmo com as mudanças previstas, o governo não vai perder sua golden share, ação especial que dá direito a veto em questões como mudança de sede e divisão de ativos, como a separação de mina, ferrovia e porto, uma estratégia que assegura a competitividade da Vale no mercado de minério de ferro e demais commodities metálicas. A avaliação dos acionistas é de que isso não vai atrapalhar o dia a dia da empresa dentro da nova reestruturação societária.
A votação levou cerca de 20 minutos e teve a presença de 85% do capital social da companhia, considerando tanto os detentores de ações preferenciais quanto de ordinárias. Era necessário o aval de no mínimo 50% mais um para aprovar a pauta. Os seis itens aprovados referem-se a três assuntos principais: a conversão voluntária de ações preferenciais em ordinárias na relação de 0,9342 papel ordinário para cada ação preferencial, a incorporação da Valepar (holding) pela Vale a mudança no estatuto da empresa, de modo a prepará-la para o Novo Mercado.
Para se adequar às regras do Novo Mercado, a companhia precisa ter 100% de ações ordinárias (com voto). Por isso, o próximo passo será a conversão das ações preferenciais em ordinárias, o que poderá ser feita até o dia 11 de agosto. Em um primeiro momento, será necessário atingir 54,09% de conversão para dar andamento à operação, de modo que a Valepar possa ser incorporada à Vale e seus acionistas possam ser diluídos. Se tudo der certo, a previsão da empresa é ingressar no Novo Mercado em 2020.
O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, que tomou posse em 23 de maio, comemorou o resultado. "Houve uma votação (favorável) bastante expressiva. Tivemos protesto dos dois lados. Os preferencialistas queriam um desconto menor e alguns controladores queriam um prêmio maior. Então, a gente conseguiu fazer uma coisa equilibrada, que agradou à maioria mas não a todos. Infelizmente, não é possível agradar 100% dos acionistas", disse.

Para chineses, ferrovias têm baixa rentabilidade

Arbache sugere gerar gás a partir do lixo

Arbache sugere gerar gás a partir do lixo


WILSON DIAS/WILSON DIAS/ABR/JC
Principal foco do governo de Michel Temer para a atração de investimentos chineses, as ferrovias brasileiras foram criticadas pelos potenciais investidores. Eles disseram que, pelo fato de elas estarem desconectadas umas das outras e não formarem um sistema, sua rentabilidade é baixa. A discussão ocorreu durante o encontro empresarial Brasil-China, no Ministério do Planejamento, do qual participaram representantes de 35 grupos empresariais chineses, alguns deles ainda sem negócios no País.
Apesar da ressalva, as ferrovias são as principais candidatas brasileiras ao financiamento pelo Fundo Brasil-China, lançado no mês passado. A concessão da Ferrovia Norte-sul, entre Porto Nacional (TO) e Estrela d'Oeste (SP), e a Ferrogrão, entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), são dois exemplos de projeto a receberem recursos, disse o ministro interino do Planejamento, Esteves Colnago Jr. O conselho do fundo deverá realizar sua primeira reunião em agosto e aprovar uma lista de projetos.
Além das ferrovias, os chineses fizeram perguntas sobre projetos de petróleo e gás. O secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério do Planejamento, Hailton Madureira, informou que o governo deverá divulgar um novo marco regulatório para o gás proximamente. Foi em resposta a um empresário chinês, que quis saber se seria possível enviar o gás para a China. Madureira explicou que essa é uma questão ainda em discussão, uma vez que a regulação sobre o uso do gás é de competência estadual. Ou seja, é algo a ser definido em coordenação com os governadores.
O secretário convidou os chineses a analisarem a possibilidade de investir em tratamento de resíduos sólidos. Há interesse em geração de gás a partir da queima do lixo. A área de saneamento tem recebido especial atenção do governo, disse o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache.
Os chineses questionaram também se haveria possibilidade da redução dos índices de conteúdo local para projetos de exploração em petróleo e gás. Madureira informou que a norma já está fixada para os leilões de setembro. As áreas de infraestrutura e energia são as que mais claramente atraem o interesse chinês. Porém, o fundo pode financiar projetos em outras áreas. Madureira mencionou a possibilidade de investimentos em mobilidade urbana e transporte rodoviário.