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Opinião

- Publicada em 10 de Maio de 2017 às 17:03

Mãe, ou a divisão que soma

Lembro-me com clareza que a mãe não me dava privilégios quando foi minha professora no segundo ano primário. Exercia sua profissão de magistério, na maioria das vezes desvalorizada, com maestria e esforço. Quando chegada a hora do tema de casa, eu sempre tinha que errar ou acertar sozinha, se perguntasse alguma coisa, logo me vinha com "pergunte-me em sala de aula". Hoje aposentada, agora vovó, ainda nos cerca de algumas lições.
Lembro-me com clareza que a mãe não me dava privilégios quando foi minha professora no segundo ano primário. Exercia sua profissão de magistério, na maioria das vezes desvalorizada, com maestria e esforço. Quando chegada a hora do tema de casa, eu sempre tinha que errar ou acertar sozinha, se perguntasse alguma coisa, logo me vinha com "pergunte-me em sala de aula". Hoje aposentada, agora vovó, ainda nos cerca de algumas lições.
Ser mãe é uma coisa muito esquisita mesmo, uma verdadeira metamorfose na vida da gente. Se antes era uma filha, indivíduo, uma partícula; agora me encontro numa espécie de célula de duas unidades. Tom e Jerry, queijo e goiabada. Tudo passa a ser decidido em conjunto, ou considerado para mais de uma pessoa. Pela primeira vez em minha vida, não sou mais a protagonista dela própria, tenho alguém para cuidar, zelar. Como mãe, tenho que ser uma criança, até aprendi a brincar de pular corda, coisa complicada, pelo menos para mim; a contar historinhas imitando vozes; recitar poesias; a trabalhar de madrugada, se isso fizer com que fique mais tempo com minha filha; e ainda aprendi a ser a modelo da capa, se isso a fizer sorrir. Agora, na pré-adolescência, aumentaram os diálogos e orientações, mas o carinho parece cada vez maior.
Serei mãe sempre, contrato sem dissolução. Agora, sou mais de uma pessoa, sentindo e planejando por duas. E quando ela construir seu próprio caminho, ainda estarei com uma mochila nas costas para acompanhá-la. Minha filha só será criança uma vez na vida, adolescente, moça. Se tiver a alguns anos que ouvir seus desamores; receber o namorado, mesmo que não tenha gostado dele; comemorar o primeiro emprego, eu farei. Sempre estarei onde ela estiver.
Sou mãe, agora é para sempre. Que diga a minha grande educadora, que foi minha professora, mas que ainda só consigo chamar de "mãe". Sem cargos nem ofícios, só amor.
Publicitária e escritora
 
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