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Opinião

- Publicada em 08 de Maio de 2017 às 18:10

Franceses pedem a Macron novas oportunidades

Numa noite fria de abril de 2016, centenas de pessoas se reuniram em uma cidade pequena ao norte de Paris. Os convidados eram, na maioria, parentes e amigos do palestrante, o ministro da Economia da França, Emmanuel Macron.
Numa noite fria de abril de 2016, centenas de pessoas se reuniram em uma cidade pequena ao norte de Paris. Os convidados eram, na maioria, parentes e amigos do palestrante, o ministro da Economia da França, Emmanuel Macron.
Após falar por quase uma hora sobre o futuro da indústria e do emprego na França, Macron finalmente transmitiu a mensagem que tinha ido levar - o lançamento de um novo movimento político, o En Marche! Foi um gesto corajoso para um homem trabalhando no centro do governo do Partido Socialista.
Levado à política pelas mãos do presidente François Hollande, Macron era visto como protegido do mandatário, e talvez destinado a um papel maior apenas no futuro. Então, naquela noite na cidade de Amiens, não havia bandeiras para saudar o novo movimento, câmeras de televisão nem panfletos políticos.
Apesar disso, em menos de um ano, o jovem líder do movimento venceu a eleição presidencial - e protagonizou a ascensão mais rápida de um político na história moderna da França.
Nem sempre a política foi a ambição de Macron, que tinha reputação de jovem brilhante e precoce. Brigitte Trogneux, sua professora de teatro, também o via como alguém precoce. Aos 16 anos, Macron deixou Amiens para terminar os estudos em Paris, com a ideia de um dia se casar com sua antiga professora. Brigitte era 24 anos mais velha do que Macron, casada e com três filhos. Mas acabou ficando com o ex-aluno e se casaram em 2007.
A 11ª eleição presidencial da Quinta República Francesa confirmou o favoritismo do centrista Emmanuel Macron contra a direitista Marine Le Pen. O mais jovem presidente eleito da França, Emmanuel Jean-Michel Frédéric Macron tem 39 anos e nasceu em 21 de dezembro de 1977, em Amiens, filho de uma médica e de um médico professor de neurologia. É formado em Filosofia e graduado na Escola Nacional de Administração.
Criado em uma família com tendências políticas de esquerda, foi membro do Partido Socialista entre 2006 e 2009, mas hoje é considerado um político de centro. Ele mesmo afirma que "nasceu na esquerda e que isso o ajudou a formar certas convicções".
O jornal Le Monde diz que Macron "provoca ironia da esquerda e curiosidade da direita". E o cientista político Rémi Lefebvre afirma que "ele tem uma vantagem: vem da esquerda e agrada a direita". Perspicaz, Macron analisou movimentos políticos que tinham surgido pela Europa - como o Podemos, na Espanha, e o Cinco Estrelas, na Itália - e viu que não havia, na França, nenhuma força semelhante com possibilidade de embaralhar a luta pelo poder.
O novo presidente será proclamado nesta quinta-feira, e a investidura será no domingo, dia 14 de maio. Prova de que a tendência por renovação é fenômeno que se espalhou pelo mundo é que Macron destacou que "o que fizemos nesses meses não tem precedente nem equivalente. Todo mundo dizia que era impossível. Não conheciam a França".
Porém, não se livrou, no dia seguinte à vitória, de protestos contra suas ideias de reformas trabalhistas. Macron prometeu que fará o possível para que, daqui cinco anos, os franceses não tenham nenhuma razão para "votar no extremismo", referindo-se à sua adversária, Marine Le Pen, da extrema-direita.
Mas enfrentará o desemprego, um eleitorado desiludido, com grande abstenção nas eleições, e se alinhará no combate ao terrorismo. Não é pouco, e é difícil.
 
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