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Opinião

- Publicada em 05 de Maio de 2017 às 16:34

A insegurança que prejudica toda sociedade gaúcha

A tendência de todos nós, diante do noticiário de crimes hediondos, é a de pedir um castigo muito forte. Ou, pelo menos, a certeza de alguma punição ao criminoso. De preferência, logo após a prisão do culpado. Entretanto, não raras vezes, as ocorrências policiais ficam sem uma solução.
A tendência de todos nós, diante do noticiário de crimes hediondos, é a de pedir um castigo muito forte. Ou, pelo menos, a certeza de alguma punição ao criminoso. De preferência, logo após a prisão do culpado. Entretanto, não raras vezes, as ocorrências policiais ficam sem uma solução.
Nesse contexto, os 800 homicídios registrados no Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2017 assustam, entristecem e dão muito o que pensar. Mesmo dentro do terrível quadro de mais de 60 mil homicídios registrados anualmente no País - mais do que em algumas guerras localizadas pelo mundo -, os números indicam o fracasso do modelo de segurança pública brasileiro.
Evidentemente que, mesmo se levando em conta uma população de 205 milhões de habitantes, é um número assustador. Nesse total de 60 mil homicídios estão computados crimes passionais, fortuitos, por brigas e não, necessariamente, premeditados. Mas o fato é que há uma sensação generalizada de impotência social e individual muito grande em razão da criminalidade escancarada.
Aqui no Estado, mesmo com o trabalho de policiais da Brigada Militar e da Polícia Civil - a qual tem realizado, quase semanalmente, grandes operações de combate ao crime organizado, com sucesso -, da presença da Força Nacional, dos policiais rodoviários federais e estaduais, e a integração dos guardas municipais de Porto Alegre, o medo paira. Ruas e avenidas com pouquíssimos pedestres à noite são a prova cabal do que se afirma.
O policiamento ostensivo é fundamental, e a queda dos números de ocorrências criminosas em Porto Alegre desde março é a prova. Há mais policiais nas ruas, comprovadamente.
São brigadianos e homens da Força Nacional nas ruas, avenidas e praças da cidade. Essa presença afasta meliantes e acalma, em parte, os cidadãos que circulam na Capital, evidentemente.
Porém somente a força bruta, o armamento, mais policiais e o enfrentamento não surtirão o efeito desejado. Violência pura, sem inteligência policial e sem ações preventivas, jamais será a solução apropriada, muito menos a definitiva.
O noticiário policial, com a sucessão de crimes cruéis - se é que todo crime não é cruel -, deixa a população com medo. O criminoso mata para roubar o carro, o celular, o dinheiro ou qualquer outro bem, geralmente para trocá-lo por drogas.
Este medo vai crescendo, em proporção geométrica, por todo o Brasil. A morte ronda, como se fôssemos objeto de uma roleta russa. E isso se reflete no comércio varejista de rua, no qual, sem proteção, os proprietários, funcionários e clientes são vítimas fáceis, pegos de surpresa que são.
Então, se todos se sentem frágeis, é porque o Estado não oferece segurança, e há algo doentio na vida pública nacional. Mais educação, moradia, emprego e estrutura familiar é o que, realmente, fará cair os números da criminalidade das cidades.
A vida sempre é cantada em prosa e verso, mas vale muito pouco em nossas cidades. Apesar da ausência do culto à morte, esta tem sido quase banalizada em estatísticas. Já não se pode caminhar despreocupado, usar veículo particular ou transporte coletivo em Porto Alegre - assaltados sistematicamente - sem medo de que alguma coisa aconteça. É lamentável. É preciso intensificar os esforços por mais segurança pública. De forma insistente e imediatamente.
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